sexta-feira, 13 de maio de 2022

Lar é onde o coração está - capítulo 49

 


Pela primeira vez no ano, Marcelo acordou antes de Diego. Ainda era cedo, segundo o relógio do celular e estava meio friozinho, por isso ele se enfiou mais dentro das cobertas e aconchegou-se ao corpo do marido, que ainda dormindo o abraçou de forma languida.


Era seu aniversário. 37 anos. O numero o atingia em cheio, por mais que tentasse ignorar e dizer que não era nada demais. Como qualquer outro ser humano, Marcelo não gostava de pensar que estava envelhecendo.

— Bom dia... — ouviu o cumprimento ser sussurrado próximo ao seu ouvido e sorriu, olhando para baixo e encontrando Diego encarando-o com aqueles grandes olhos castanhos.

— Feliz aniversário. — Diego disse em seguida ao mesmo tempo em que se sentava na cama.

— Feliz dia dos Namorados. — respondeu Marcelo enquanto beijava o marido na testa e em seguida nos lábios, com carinho. Podiam ter ficado naquela troca de afetos, se Diego não tivesse deslizado a mão morna sob a camisa do pijama de Marcelo, invadindo a calça de malha e a roupa intima.

— Seu presente vem só sábado, mas, que acha de um pequeno agrado? — ouviu o marido dizer enquanto soltava uma risadinha e mergulhava debaixo das cobertas novamente. Marcelo pensou em dizer que o outro não precisava fazer aquilo só para agradá-lo, mas não podia negar que aquela estimulação era boa.

A sensação daquela cavidade morna abarcando sua rigidez e a pressão úmida ao redor, acompanhada de pequenos suspiros vindos de sob as cobertas fizeram Marcelo ofegar deliciado e erguer os cobertores para ver Diego em ação. Em certo momento, o outro parou o contato e ergueu os olhos, recebendo um carinho nos cabelos em resposta.

Dali de onde estava, podia ver a expressão afogueada e ofegante de Marcelo enquanto sentia as mãos firmes dele tocando sua cabeça. Enquanto deslizava a mão espalmada sobre o ventre morno do marido, aumentou a cadencia dos movimentos com a boca, até sentir que ele se desmanchava em prazer em sua boca. Por fim saiu debaixo das cobertas e cuspiu o conteúdo no cesto de lixo, para em seguida dar um selinho na boca do marido.

— Obrigado pelo presente. Quer o seu de dia dos Namorados agora? — viu Diego rir e negar com um gesto de cabeça. Apesar de estar com uma ereção dolorosa debaixo do pijama, sabia que se começassem, iam se atrasar, e ele ainda tinha de levar Paulo para a escola.

— Eu te amo. — ouviu Marcelo dizer e em resposta encostou a cabeça no ombro do marido. Estavam curtindo aquele momento a dois quando ouviram batidas leves na porta do quarto e após dizer que entrasse, Paulo pulou em cima da cama e abraçou Marcelo pelo pescoço gritando “Parabéns, Marcelo!

— Obrigado rapaz. — colocou o menino sentado sobre as cobertas e o ouviu perguntar se Diego não ia dar o presente que tinham comprado para o outro. Viu o marido sorrir desconfortável, com certeza porque ainda não tinha conseguido se livrar dos sinais da ação que fizeram mais cedo e não queria que o menino visse.

— Tá ali no guarda-roupa, por que você não pega, Paulo? Isso, nessa sacolinha verde musgo ai. — o menino ficou feliz com a tarefa e ao entregar o pacote para Marcelo, o observou abri-lo com animação.

— Um perfume! Mas que legal, rapaz! Obrigado. — Paulo disse que fora Diego quem escolhera e observou Marcelo dar um beijo rápido nos lábios do outro.

— Muito cheiroso, vem cá, vamos passar um pouco pra você ir na escola hoje. — Paulo saiu para se vestir para a escola se sentindo muito chique, pois tinha passado o perfume de adulto de Marcelo.

— Obrigado por esse presente também. Tem certeza que não quer uma ajudinha ai embaixo? — assim que o menino saiu, Marcelo retomou o assunto anterior, ao que Diego disse que daria um jeito.

— É só eu pensar em algo broxante... Tipo... — ficou quieto, mas riu ao perceber que Marcelo tinha lido seu pensamento, já que riu também. “Tipo, a avó do Paulo”.  E a sugestão surtiu efeito rápido e logo os três estavam tomando café, com Paulo já usando o uniforme da escola.

***

No apartamento de Francisco, ele e Joaquim também tomavam café. O loiro estava quieto e meio arisco naquela manhã e isso fez Francisco se perguntar o que havia de errado.

— Quim, tem alguma coisa que você queira conversar? — era Dia dos Namorados, mas também era dia de semana, e eles tinham sido convidados pro aniversário de Marcelo, então não poderiam programar nada para comemorar a data e Francisco achava que este era o motivo de incomodo do namorado.

— É bom, na verdade tem sim. — juntando coragem para falar aquilo que vinha pensando em pedir há meses, Joaquim olhou para o namorado de forma fixa e se sentiu um pouco desconfortável ao notar que havia receio no rosto de Francisco.

— Tem uma coisa que eu queria pedir pra você... Mas não sei o que vai achar, sei lá, talvez pense que eu sou pervertido ou até pior, maluco. — começou a esfarelar as crostas do sanduíche de pão de forma, esmigalhando tudo no prato, num gesto impulsivo.

— Não vou te julgar, prometo. Pode falar. — o coração de Francisco batia com força dentro do peito, pelo menos Joaquim não queria terminar o namoro, então qualquer outra coisa que ele pedisse, poderia aceitar sem problemas.

— Eu queria que... No futuro quando a gente fizer amor... Que você fosse um pouco mais enérgico comigo. Sabe? Me pegasse com força e um pouco de violência e... Ai, é tão vergonhoso botar isso em palavras! Você deve tá pensando o pior de mim agora, não é? — Joaquim sentia o rosto muito quente e agora esmigalhar o pão não era mais o suficiente para se focar.

— É mesmo o que você quer? — ouviu o namorado perguntar e só concordou com um meneio de cabeça, mantendo os olhos fixos no tampo da mesa. Levou meses para fazer aquele pedido e agora estava com medo da resposta.

— Tudo bem. Eu posso fazer isso de vez em quando, se é o que você deseja. Mas também vou fazer amor com você com carinho e cuidado, como sempre fizemos, tudo bem pra você? — podia ver o desconforto do loiro e como a expressão dele desanuviou ao ouvir suas palavras.

— Sim! Eu não quero que você faça isso sempre, é só que de vez em quando eu sinto vontade de... Algo mais agressivo, mais firme. Obrigado por entender, você não imagina como eu tou aliviado de saber que você não me julga um pervertido por querer algo assim, de vez em quando. — quando lhe diziam que diálogo era a chave para um bom relacionamento, Joaquim torcia o nariz e achava que era meio uma frase pronta, mas agora tinha acabado de confirmar que era verdade.

— Eu que agradeço por confiar em mim. Nunca vou te julgar... E sinceramente, não vejo nada de mal em ser um pouco pervertido às vezes. — Francisco piscou e sorriu para Joaquim que correspondeu e se levantou, aproximando-se do outro, sentando-se em seu colo e lhe dando um beijo longo.

— E se no futuro você também quiser que eu faça algo diferente, só pedir, tá? A gente pode ir combinando as coisas. — só pela promessa de que Francisco faria o que ele tinha pedido, a animação aos poucos voltou para Joaquim.

***

O dia passou tranquilo e por volta das 18h00, Diego chegou em casa com o kit festa que tinha encomendado para o aniversário do marido. Mayara o ajudou a preparar as coisas e então chamou um uber para levá-la até em casa. Voltaria as 20h00 com Letícia e as mães.

Paulo tentou pegar uns salgadinhos da caixa quando Diego não estava olhando e levou uma bronca. O menino ficou emburrado e se instalou no sofá em frente a tevê, fingindo não ouvir o irmão quando este pedia ajuda em alguma coisa.

— Paulo, olha, não é que eu não quero te dar os salgadinhos, é que tem de esperar até a hora da festa. — o rapaz suspirou e pescou duas coxinhas e uma esfiha da caixa, dando-as ao irmãozinho.

— Só três por enquanto. Agora vá lá tomar banho e daí volta aqui me ajudar a arrumar as coisas, tá bom? — como mágica, o menino saltou do sofá e após comer os salgados, correu até o banheiro onde ligou o chuveiro.

Diego estava irritado, porque acabou se atrasando para buscar as coisas na confeiteira e a mulher o recebeu com uma expressão mal-humorada, pois estava atrasada para buscar os filhos na escola. Mesmo com ele pedindo desculpas, o clima ficou um pouco desconfortável. E ai chegou em casa e Paulo estava bancando o  teimoso.

Quando terminava de preparar os pratos vegetarianos para Mayara, suas mães e Letícia, ele ouviu o portão da casa abrir, informando que Marcelo tinha chegado.

— Uau, que beleza que tá isso aqui. — Marcelo abraçou o marido pela cintura e o beijou na curva do pescoço, fazendo Diego suspirar.

— Te trouxe uma coisinha. Feliz dia dos Namorados. — era um ursinho de pelúcia. Um dos seus pacientes tinha lhe trazido como agradecimento por ter ajudado a tratar uma dolorosa torção lombar. Mas Diego não precisava saber disso.

— Que bonitinho. Obrigado. — O rapaz colocou o bicho de pelúcia apoiado no liquidificador em cima da bancada e em seguida disse ao marido para ver se Paulo já tinha terminado o banho e se sim, para que entrasse em seguida.

***

Letícia buzinou três vezes curtas ao parar em frente a casa de Mayara e logo viu a moça, acompanhada pelas mães idosas, saírem pela porta. E ela estava linda (ou talvez Letícia só estivesse muito apaixonada e ainda, quem sabe, fosse as duas coisas).

Cumprimentou a moça com um selinho nos lábios e as duas senhoras com beijinhos no rosto. E foram as quatro para o aniversário, apesar de lá no fundo Letícia preferir passar a noite daquele Dia dos Namorados com a sua... Namorada. Mas, poderiam compensar no final de semana.

Assim que estacionou em frente a casa dos amigos de Mayara, viu o rapaz que trabalhava na loja de sabonetes das sogras (falar essa palavra ainda a fazia sorrir) descer do carro atrás do seu, acompanhando pelo namorado. Mayara abraçou o rapaz e os apresentou a Letícia.

Tocaram a campainha, sendo recebidos por Paulo, que logo os atropelou quando viu os amiguinhos chegando. Letícia reconheceu a mãe da menina e a irmã do garoto, que tinha conhecido na quermesse da escola.

Quando entraram na pequena sala de estar que dividia espaço com a cozinha, foram cumprimentados por Diego que os convidou a se servirem dos pratos. Marcelo falava ao telefone, mas os cumprimentou com um gesto de mão.

— Certo mãe, obrigado por ter ligado... Amém mãe. Para a senhora também. — mal Marcelo desligou, sentiu um soco suave ser dado no seu ombro e então, ao se virar, encontrou Francisco que sorrindo o abraçou com força.

— Já pode soltar cara!  — ambos riram e então se seguiu uma longa fila de pessoas lhe dando parabéns e cumprimentando e entregando presentes.

As três crianças correram até o quarto do menino, onde ele disse que queria mostrar algumas coisas, enquanto os adultos se espalharam entre o sofá e as cadeiras da cozinha.

Após algum tempo, Marcelo sugeriu um brinde, frisando que a espumante era sem álcool, o que permitiu que servisse uma dose pequena para as crianças também, mas quando elas beberam, fizeram caretas e preferiram refrigerante, o que fez os adultos rirem divertidos.

— Bom, antes de mais nada eu quero agradecer a todo mundo que veio aqui hoje, Dia dos Namorados, para comemorar o meu aniversário. Eu sei que vocês com certeza tinham outros planos, por isso, muito obrigado. E também quero agradecer ao meu marido, por ter organizado essa comemoraçãozinha e enfim... Vamos brindar logo! — ergueram as taças borbulhantes e em seguida beberam, sorrindo.

Joaquim olhava para a interação entre Diego e Marcelo e se sentia feliz em ver que o namorado tinha amizade com um casal que se dava bem e que agora poderia dizer que ele também era amigo de boas pessoas. Estava mergulhando em pensamento quando sentiu seu cotovelo ser puxado com delicadeza por Mayara.

Ela o levou até a pequena área dos fundos, para conversarem.

— Então, como estão as coisas lá na loja? Tudo tranquilo? — respondeu que sim e perguntou como estavam as mães da moça e a ouviu dizer que as coisas estavam melhorando, mas que ainda precisava ficar de olho em Joana.

— Ela é muito teimosa, sabe? — queria perguntar sobre o namoro da moça com Letícia, mas achou que podia ser algo invasivo e ficou em silencio. No lugar disso, contou sobre a tatuagem que tinha feito.

— Sério? Posso ver? — o rapaz ficou meio envergonhado, mas, puxando a amiga para mais longe da porta da casa, baixou parcialmente a calça jeans e expôs a tatuagem da estrela.

— Ficou muito boa. Vai fazer outras? — O loiro riu e se perguntou mentalmente porque todo mundo falava aquilo.

— Acho que por enquanto não. Então... Você e a Letícia, como estão? — acabou perguntando conforme voltavam para a porta do pequeno quintal e via a namorada da amiga se aproximar.

— Estamos... Bem... Eu acho. — sabia que Mayara era demi, sabia de como as coisas se desenvolviam com ela e notou certa duvida na voz da moça.

— Não se cobre muito, as coisas vão acontecer aos poucos, porque dá pra ver que ela gosta muito de você. — viu a outra moça se aproximando e sorriu educado. Não tinham conversado muito, mas gostava de Letícia, ela parecia ser uma boa pessoa.

 — Tudo bem? — a ouviu perguntar enquanto entregava um pratinho com petiscos vegetarianos para a namorada.

— Sim. Obrigada pelos salgadinhos. O Joaquim tava me contando que fez uma tatuagem. — Letícia, que tinha algumas pelo corpo, destaque para a série de pequenas estrelas atrás da orelha direita, perguntou se ele faria mais alguma no futuro e Joaquim não aguentando mais aquela pergunta, disse: “Por que todo mundo me pergunta isso?

— Ah, é que é meio viciante, sabe? Você faz uma, daí faz mais duas e por ai vai, sabe? Mas não é nenhuma regra. Você pode muito bem parar na primeira. — Os três riram.

Diego conversava com Vanessa, Miriam, Joana e Lola, enquanto Francisco puxou Marcelo para frente da casa, para conversarem em particular. Após indagar ao amigo se podia fazer uma pergunta pessoal, questionou se ele e Diego faziam algo diferente na cama.

— Pra ser sincero não, a gente é bem comum. Por quê? — Marcelo ouviu o amigo comentar sobre o pedido de Joaquim e os receios dele sobre acabar machucando-o de verdade no processo. — tomou um gole do espumante e então segurou Francisco pelo ombro.

— Você não vai machucar ele, pode ter certeza disso. Não é porque ele pediu pra você ser mais enérgico, que você tem de ser bruto. — ouviu Francisco agradecer pelo apoio e confessar que se sentia envergonhado de compartilhar algo tão pessoal, mas queria um conselho.

— Tá tudo bem cara. Acho que não fui de muita ajuda, mas, agradeço por ter confiado em mim. — viu o amigo sorrir e trocaram um abraço rápido, voltando para dentro da festa, onde Diego tirava o bolo da geladeira.

— Vamos lá pessoal, cantar parabéns! — ouviu Marcelo dizer “eu não tenho mais idade pra isso, Di”, ao que ele respondeu que não havia idade limite para cantar parabéns.

As crianças se juntaram em frente a bancada da cozinha. Apagaram as luzes e cantaram a melodia. Quando a velinha foi assoprada e as luzes ligadas novamente, Marcelo cortou o bolo e fez questão de dar o primeiro pedaço para Diego.

— Meu eterno namorado, meu marido Diego. O primeiro pedaço é seu. — antes de irem embora, Vanessa confirmou a festa do pijama das crianças naquele final de semana, mas tanto ela quanto Miriam tiveram dificuldades para convencer Agatha e Luís a irem embora, porque os três queriam brincar mais.

— Vem Agatha, Sábado e Domingo os meninos vão ficar lá em casa e vocês três vão brincar bastante. Vem filha. — Vanessa segurava a menina pelo pulso com delicadeza e esperava paciente até a garota concordar. Miriam fazia o mesmo com o irmão, que não costumava fazer birra, mas naquele dia estava teimoso.

— O Paulo também tem estado bem teimoso ultimamente, acho que é a idade. Mas como a mãe da Agatha disse; crianças, sábado tá logo ai e vocês vão brincar dois dias inteiros. — complementou Diego para tentar ajudar as duas moças a convencer os dois pequenos a irem embora.

Com muito esforço Agatha e Luís cederam e foram embora, cada um levando um pratinho com pedaço de bolo e salgados. Despediram-se dos outros convidados, acompanhando-os até a porta e antes de ir, Francisco sussurrou para Marcelo que ele podia comentar o assunto com Diego. “Eu sei que ele não vai nos julgar”.

Quando se viram só os três, Marcelo mandou Paulo ir escovar os dentes e dormir, pois no dia seguinte teria escola e ficou na cozinha, ajudando o marido a guardar as sobras da festa. Ao terminarem, se largaram na cama, exaustos, mas antes de pegar no sono, Marcelo beijou Diego com carinho e agradeceu por todo o esforço para comemorar seu aniversário.

— Você é muito importante pra mim. Sabia? — perguntou enquanto puxava as cobertas até o queixo de ambos e sentia o corpo morno do outro se enredar no seu.

— Sabia sim. Idem. — sorriram e aos poucos foram tomados pelo sono e o cansaço, felizes de terem um ao outro.

Continua... 

Nota da autora:  

E estamos quase chegando no capt.50! (é o próximo, yey!) tivemos o aniversário do Marcelo, Joaquim falando sobre um fetiche que ele quer que Francisco coloque em prática, Mayara e Letícia que logo levarão o relacionamento ao próximo nível e claro, as crianças fazendo birra – como toda criança costuma fazer.

Espero que tenham gostado deste capítulo e adianto que no próximo teremos Lemon (cenas +18), porque vai ser a comemoração do Dia dos Namorados dos nossos três casais. E nos próximos capts também teremos o final de semana das três crianças na casa da Vanessa.

Obrigada por ler até aqui e se puder deixa um comentário, são muito importantes.

Até o próximo capitulo

Perséfone Tenou.

 

Nenhum comentário:

Lar é onde o coração está

Sinopse: A vida de Diego mudou completamente quando ele recebeu uma ligação num Domingo de manhã, informando que sua mãe, com quem ele n...