Quando Paulo foi deixado na casa de Lola e Joana, o menino experimentou por alguns segundos uma vontade de chorar, mas assim que sentiu o abraço morno de Lola e a ouviu dizer que tinha preparado um bolo de chocolate, aquele medo passageiro foi embora.
— Vem querido,
vamos jantar e depois você come um pedaço de bolo e podemos assistir um desenho
na tevê. A Mayara deixou alguns DVDs que ela disse você com certeza ia gostar. — assim que eles entraram, Joana cumprimentou
o menino com um cafuné no cabelo e um abraço apertado. Paulo gostava delas, das
suas “novas avós”.
Antes de receber o
menino, as duas idosas fizeram várias perguntas para a filha sobre Paulo. “Ele tinha alguma alergia?, Ele não gostava de algum alimento?, O que ele gostava de fazer?, O que ele
gostava de assistir na tevê?” Ao que Mayara respondeu da melhor forma
possível, ressaltando que Paulo era um garoto fácil de agradar e agora,
enquanto servia o prato do menino, Lola confirmava o que a filha havia dito.
— Então Paulo,
como você está na escola? Tem muitos amigos? — Joana perguntou e ouviu o menino
dizer que não tinha “muitos”, mas que ele tinha dois “bons amigos”, ao que a
mulher riu em resposta e complementou com “Qualidade
ao invés de quantidade é sempre melhor”.
***
Assim que deixaram
o menino na casa das duas idosas, Diego e Marcelo rumaram para o local onde
haviam combinado de encontrar os outros amigos, mas havia um clima
desconfortável no carro.
— Vai ficar com
essa cara amarrada o resto da noite só porque eu falei que você tava botando
medo no Paulo? — Marcelo perguntou quando pararam em um sinal e em resposta
ouviu o marido grunhir e crispar os lábios.
— Mas era verdade,
você não pode botar medo nele o tempo todo, Di. Isso vai fazer mal no futuro. —
outro som ininteligível e mais uma torcida de lábios. A verdade era que Diego
estava insuportável naquele dia, desde a hora em que começaram a se aprontar
para sair.
— Não vai falar
nada? A gente ta quase chegando no barzinho, você vai querer ficar com essa
cara azeda o resto da noite? — Marcelo entrou em um estacionamento pago e antes
de descer para pegar o ticket, tentou uma ultima vez conversar com o marido,
sem sucesso.
— Ótimo então, eu
não fiz nada absurdo, só disse que você estava assustando ele. Pensei que tínhamos
concordado criá-lo juntos, mas acho que me enganei, porque na primeira vez que
eu faço uma observação você reage desse jeito. — Diego permanecia calado, mas
começou a morder com força o lábio inferior.
Enquanto se
aproximavam da rua onde encontrariam os outros, Diego ouviu uma voz conhecida e
ao olhar para trás, viu Mayara com a namorada, Letícia. A amiga usava aquele
vestido delicado com estampa de morangos que ele havia lhe dado há alguns meses
e quando ela avistou os dois, correu na direção deles, abraçando-os pelo
pescoço, os dois ao mesmo tempo.
— Olha só, se a
gente tivesse combinado não teria dado tão certo! — ela exclamou enquanto se
afastava ainda sorrindo, mas não demorou muito para a moça perceber que havia
algo irregular entre os dois rapazes.
Ela queria puxar
Diego para o lado e perguntar o que havia acontecido, mas não teve tempo e logo
os quatro estavam no barzinho, reencontrando Francisco e Joaquim e sendo
apresentados para a amiga deles, Darcy.
Depois de algum
tempo conversando, Joaquim informou aos amigos que eles tinham uma noticia para
contar. O loiro ficou um pouco receoso de revelar a informação após ver como
Diego e Marcelo pareciam desconectados, mas após ser inquirido por Darcy
apoiada por Mayara e Letícia, ele acabou cedendo e falou.
— A gente vai
casar. — as três moças soltaram um gritinho animado em uníssono que fez Joaquim
rir de forma nervosa e olhar para o namorado, notando que Francisco também
sorria.
— Parabéns
fofinho! E, vocês já têm uma data? — Darcy perguntou animada enquanto apoiava o
rosto nas mãos e exibia um sorriso bonito.
— Ainda não,
assim, a gente pensou em antes do ano acabar, porque né, com esse idiota
homofóbico no poder, sabe-se lá por quanto tempo ainda teremos esse direito,
mas, não chegamos em uma data... Nem em um local para a pequena, minúscula,
quase imperceptível recepção que a gente quer fazer depois. Mas eu já decidi
uma coisa e o Fran concordou, vai ser uma cerimônia simples no civil e uma
comemoração pequena, só para os amigos mais próximos e é claro... Isso inclui
vocês. — mais uma leva de sons agudos vindo das três e só então Joaquim notou
que Diego e Marcelo não haviam se manifestado.
O loiro ficou
receoso de ter escolhido uma hora ruim para dar as noticias, mas antes que
dissesse algo, Marcelo se manifestou, desejando felicitações para os amigos e
em seguida dando um chute sutil sob a mesa na canela de Diego, que parecia
estar meio distante.
— Ah, desculpa, é
que, a gente deixou o Paulo na casa das mães da Mayara e eu só estou meio
preocupado... Mas, parabéns, é muito bom ouvir que vocês vão casar. Eu fico
feliz por você Joaquim... E pelo Francisco também! — Então era isso? Ele estava
preocupado com o menino? Tal constatação
fez com que Joaquim se acalmasse um pouco, não havia sido nada que ele tivesse
dito ou feito.
— Estou muito
feliz por você fofinho, mas, se me derem licença, eu preciso ir até o toilet,
mas já volto. — Darcy informou, levantando-se em um esvoaçar de tecido suave e
longos fios de cabelo loiro.
Assim que ela se
afastou, Mayara perguntou se a outra era modelo de passarela. “Ela é tão alta e bonita”, ao que Joaquim
respondeu que não, Darcy tinha um cargo importante em uma grande empresa de
cosméticos, mas que também achava que ela daria uma ótima modelo de passarela.
Durante todo o
tempo em que estiveram ali, Diego não falou mais do que meia dúzia de palavras,
pois estava muito ocupado se auto-flagelando mentalmente por ter sido grosseiro
com Marcelo e também infantil ao ponto de não respondê-lo quando ele o
confrontou.
— Ai gente, acho
que também vou dar um pulinho no banheiro, Lê, quer vir também? — Mayara
convidou a namorada que aceitou.
Assim que as duas
chegaram perto da área onde ficavam os sanitários, se chocaram com a cena que
encontraram. Um homem que ficou obvio, estava alcoolizado, segurava Darcy pelo
pulso e gritava ofensas cruéis enquanto a impedia de entrar no banheiro
feminino.
— Se você é
mulher, então eu sou a porcaria de um caminhão tanque! Ai você não entra mesmo!
— Mayara que já estava cheia de ver aquele tipo de gente em todo lugar, se
colocou entre o homem e Darcy e de seus 1,65m ela peitou o cara, primeiro
exigindo que ele soltasse sua amiga e então gritando que ele estava as
assediando.
Em segundos o
gerente apareceu, acompanhado de perto por Letícia, que havia ido chamá-lo. Ele
então perguntando o que estava acontecendo e apesar do cara tentar gritar mais
transfobia, Mayara, agora apoiada por Letícia e mais algumas outras moças que
estavam na área interna do bar, confirmaram a história de que aquele homem estava
sendo inconveniente e assediando aquelas moças.
— Moças? Vocês tão
cegas por acaso? Bando de sapatas idiotas! — com a ajuda do segurança, o cara
foi colocado para fora do barzinho sob uma chuva de vaias dos demais frequentadores
e logo ficou obvio que aquele era um transfóbico que precisava urgentemente ser
removido.
— Darcy, você ta
bem? — Mayara perguntou enquanto abria a porta do banheiro, onde se via algumas
cabines individuais e esperava a moça entrar.
— Eu nem sei por
onde começar... Acho que, queria dizer que estou bem, mas, isso foi tão de
repente que eu fiquei sem ação. Obrigada por me defender, querida. — Mayara
sorriu e acompanhada de Letícia, tentaram dar algum apoio para Darcy.
— Já estou melhor.
É. Esse tipo de ser rastejante não me derruba mais! Mas obrigada pelo apoio,
vocês duas. — Mayara viu a loira secar uma lagrima que conseguiu escorrer e
então retocar a maquiagem.
— Se a gente não
apoiar as outras mulheres dentro da nossa própria comunidade, então de que
adianta chamar isso de “comunidade”? — Letícia observou em um tom baixo de voz,
recebendo em resposta um sorriso gentil de Darcy.
Quando as três retornaram à mesa, pegaram
parte da conversa em que Joaquim contava sobre as alianças que compraram e a
homofobia velada que sofreram da vendedora.
— Foi tão
desconfortável... O Fran queria chamar o gerente! — Darcy sentou-se ao lado do
loiro e deitou a cabeça no ombro de Joaquim, que no mesmo instante entendeu o
motivo de aquele cara ter saído arrastado pelo segurança alguns minutos antes.
Sem falar nada,
ele apenas segurou a mão bem manicurada de Darcy na sua e entrelaçou os
próprios dedos nos dela, a ouvindo suspirar cansada em resposta. Depois ele
perguntaria por zap como ela estava. Não o que havia acontecido, pois isso
ficou obvio, mas como ela estava.
— Nunca foi fácil
ser LGBT no Brasil, mas desde que esse traste entrou no poder, as coisas estão
saindo do controle... É como se tivessem aberto as portas do inferno... Ou as
comportas do esgoto, se vocês preferirem. — comentou Diego amargurado e por
alguns segundos um clima tenso e depressivo pesou sob a mesa, até que Darcy se
pronunciou.
— Mas vamos falar
de coisa boa! E que não é na nova tecpix! — todos na mesa riram e concordaram
que deviam focar em assuntos mais leves, afinal, para se enfrentar um período
problemático, é sempre bom ter algo em que se segurar.
— Fofinho, vocês
vão fazer uma despedida de solteiro? E pretendem sair em lua de mel? — Joaquim
fez uma pequena careta para a primeira pergunta e riu ao ouvir a segunda e em
seguida tomou um gole pequeno do drinque antes de responder.
— Olha...
Despedida de solteiro eu acho que não, a gente já mora junto há uns cinco anos,
além do mais isso parece coisa de hétero frustrado, sabe? Olha, vou me
“despedir” da minha vida de solteiro porque vou “colocar as algemas”, sério, eu
nunca entendi esse comportamento deles... — assim que as últimas palavras
saíram de sua boca, ele correu os olhos pela mesa, esperando ver algum olhar
julgador, mas tudo o que recebeu foram risinhos divertidos e meneios positivos
de cabeça.
— E lua de mel,
ah, a gente até queria, mas já estamos com o orçamento inexistente quase
estourando, só pra fazer uma festinha e pagar o cartório. Acho que vamos ficar
em casa mesmo... — É claro que ele sonhava em tirar alguns dias de folga e
viajar com Francisco para um lugar legal dentro do Brasil mesmo, mas, era
impossível.
— Você é bem
responsável, Joaquim. Isso é importante num relacionamento, sabe? — Diego
comentou soturno ao mesmo tempo em que pescava um petisco do prato e comia.
— E vocês
pretendem ter filhos no futuro? — Darcy perguntou, para em seguida tomar um
gole do próprio drinque, mas assim que ela expressou a duvida, viu no rosto dos
outros presentes na mesa, que o casal já tinha uma resposta.
— Hmm... Acho que
não, pelo menos não tão cedo. É que, criança é uma responsabilidade muito
grande e... Não me entendam mal, eu gosto de crianças, mas não me vejo sendo um
bom pai. — os traumas que Joaquim passou nas mãos do próprio pai o fizeram crer
que ele não era apto para cuidar de uma pequena vida.
— E você, Darcy,
tem alguém com quem assistir filme no streaming de noite? — Francisco perguntou
sorrindo e recebendo em troca uma expressão que era um misto de ofensa e
diversão por parte da loira.
— Hm, pode-se
dizer que eu tenho “alguns” alguém na minha vida. Eu não gosto de estar em um
relacionamento monogâmico. Mas, acho muito fofo todos vocês aqui que estão! —
ela complementou rápido enquanto sorria meio desconfortável ao receber aquele
olhar. Aquele que costumava dizer “estamos
te julgando, não dá para evitar”.
— O que funciona
pra você e te faz feliz é o mais importante, ninguém tem o direito de julgar
ninguém. — Joaquim declarou dando o assunto por encerrado.
— Obrigada pelo
apoio, fofinho. Fran, se você não tivesse pedido ele em casamento, eu pedia
viu? Só por que ele é muito querido. — Joaquim sentiu sua bochecha ser
beliscada de forma rápida e riu, Darcy o fazia ter a sensação de que ele tinha
cinco anos de idade.
— Darcy, o Joaquim
disse que você é vice-presidente de uma empresa de cosméticos, como é lá? —
Mayara iniciou uma conversa, sendo seguida por Letícia e então, com a desculpa
de pedir uma nova rodada de bebidas, Francisco convidou Marcelo para ir com ele
até o bar, deixando Joaquim e Diego a sós.
— Diego, aconteceu
alguma coisa? Vocês brigaram? — o rapaz loiro sussurrou sobre a mesa, vendo o
amigo morder o lábio inferior com força suficiente para quase fazê-lo sangrar.
— Foi uma briga
idiota por causa da educação do Paulo... — Diego disse, desanimado, olhando
para as costas do marido que estava ao lado de Francisco próximo ao balcão do
bar.
— Parece até que
ele não quer que eu participe da criação do menino, Francisco. Eu só disse que
ele estava botando medo no Paulo, falando que a Lola ou a Joana podiam se
machucar... — desabafou Marcelo, suspirando e murmurando um pedido de desculpas
em seguida.
— Mas vocês não
estão criando ele juntos? — Joaquim perguntou e observou Diego dar de ombros e
suspirar.
— Desculpa a gente
ter estragado o anuncio de casamento de vocês. Eu tou muito feliz por vocês, de
verdade Francisco, mas é que... O Diego não conversa comigo quando algo
acontece, ele guarda tudo pra si e daí, bom, tem essas reações meio infantis. —
Marcelo sentiu um tapinha leve ser dado em seu ombro enquanto ouvia o amigo
dizer “Não se preocupa com isso, pode
desabafar se quiser”, e suspirou, pensando em como seria quando voltassem
para casa.
— Estamos, é só
que, eu fiquei irritado por que ele meio que tirou a minha autoridade na frente
do Paulo e também na verdade, aconteceu outra coisa na imobiliária há alguns
dias, uma locadora se recusou a alugar um imóvel para um casal de lésbicas que
apareceu lá. Tava tudo certo, até a dona do lugar vir para assinar os
documentos e ver que eram duas mulheres... Foi um pesadelo. Eu tive até
enxaqueca, coisa que eu não tinha há meses! — Diego suspirou pensando que devia
ter contado isso ao marido, mas acabou internalizando a situação toda e então
descontou em Marcelo.
— Sei lá
Francisco, parece que ele não confia em mim. Eu sei que posso ta exagerando,
mas, outro dia ele tava estourando de dor de cabeça, ficou em casa, mas não me
falou nada. — Os drinques ficaram prontos e eles tinham de voltar para a mesa,
mas Marcelo queria protelar o máximo que conseguisse.
— Você devia
contar isso pro Marcelo. Sabe, hoje mais cedo eu e o Francisco quase tivemos
uma discussão por algo parecido. Mas daí a gente conversou e as coisas
melhoraram. Criar uma criança é uma coisa complicada e tentar equilibrar isso
num relacionamento é ainda mais difícil, só que eu percebi que quando você
conversa, as coisas ficam mais suportáveis. Não vou dizer que ficam fáceis,
porque nunca ficam, mas dá pra dividir o peso. — Joaquim sugeriu enquanto
segurava a mão do amigo por sobre a mesa por alguns segundos.
— Obrigado por me
ouvir. Eu estava precisando disso. — Marcelo e Diego declararam ao mesmo tempo
para seus interlocutores que sorriram de forma apoiadora.
Quando retornaram
para a mesa, o clima parecia um pouco menos tenso e Diego até esboçou um
sorriso diminuto para o marido em um sinal de paz. O resto da noite seguiu
tranquila, com o grupo conversando assuntos variados e já combinando mais um
futuro encontro.
***
Paulo estava
assistindo a um desenho que Mayara separou para ele. Já tinha jantado e comido
duas fatias do bolo de chocolate que sua avó Lola tinha feito e quando ele
pediu uma segunda fatia, sua avó Joana riu e comentou que “é assim que a Lola conquista as pessoas, pelo estomago” e em
resposta viu a outra idosa bater de leve com o guardanapo no ombro da outra que
continuou rindo.
— Lola querida,
isso é um elogio! — ele viu Lola se aproximar e beijar Joana na testa enquanto
murmurava “velha boba que eu amo tanto”.
O menino se sentia confortável ali com elas, ele se sentia amado.
Quando o segundo
DVD acabou, Lola anunciou que era hora dele ir dormir. Paulo tentou barganhar,
dizendo que Diego deixava ele ficar acordado até mais tarde e em resposta ouviu
Joana rir daquele jeito pesado e constante enquanto comentava “Cuidado, Lola meu bem, o menino está
tentando dar a volta em você”.
— Boa tentativa,
querido, mas seu irmão me falou que você vai pra cama às oito da noite e eu
posso vez que você já está até pescando. — o garoto perguntou como ele podia
estar pescando se não tinha água ali, o que fez as duas idosas rirem e Lola o
abraçar com carinho.
— Pescar, meu bem,
é o que a gente chama quando a pessoa está meio cochilando, mas ainda tenta
ficar acordada. Agora vem, a Mayara disse que você podia dormir no quarto dela
hoje. E amanhã, eu vou fazer algo bem gostoso para o café da manhã e a Joana
vai te levar dar uma volta no parquinho que tem aqui perto, não é mesmo Jô? —
ao que a outra idosa respondeu com um gesto de mão e um murmúrio de “Eu tenho de fazer caminhada mesmo... Ele vem
e me faz companhia”.
Depois de ser
coberto, o abajur ter sido aceso e ganhar dois beijos de boa noite na testa,
Paulo em poucos minutos viajou para a terra dos sonhos, exibindo um sorriso no rostinho adormecido.
***
Quando se
despediram já passava das duas da manhã. Letícia e Mayara ficaram esperando o
uber com Darcy e só após a moça entrar e confirmar que enviaria uma mensagem no
grupo que eles haviam criado no zap, ao chegar em casa e só então elas foram
buscar o carro.
Antes de ir, Darcy
abraçou Joaquim como se não fosse vê-lo tão cedo e fez o mesmo com Francisco,
repetindo a ameaça gentil de que “cuide
bem do fofinho ou você vai se ver comigo” e então ela deu um abraço mais
leve em Marcelo e Diego, que pareciam ter entrado em uma trégua.
Havia sido uma
noite bem movimentada e exaustiva, mas ainda assim divertida.
Continua...
Nota da autora:
E aqui está, mais
um capítulo. Espero que vocês tenham
gostado.
Eu pretendo
abordar mais da vida da Darcy no futuro, mas como sempre, foi muito bom
escrever ela. É uma personagem tão agradável e simpática.
Ainda assim, como
vocês viram, eu coloquei uma cena curta de transfobia e apesar de esse tipo de
assédio só ter explodido a partir de 2023/2024 e esta história se passar em
2019, esse tipo de violência sempre aconteceu, só está pior agora. E isso
porque a Darcy tem passabilidade, que é quando uma pessoa trans é “lida como
cis” pela sociedade.
E ainda falando da
Darcy, como vocês viram, ela não se sente confortável em relacionamentos
monogâmicos (compostos por apenas duas pessoas) e mesmo dentro da comunidade
LGBT+ isso ainda é um assunto bem complicado e eu espero conseguir abordá-lo de
forma honesta e sincera.
O caso que Diego
contou sobre o casal de lésbicas que teve o aluguel negado é em parte inspirada
pela história de duas pessoas que eu conheço, e eu pretendo desenvolver isso no
próximo capitulo, quando ele contar ao Marcelo.
Nenhuma das
situações de LGBTfóbia que acontecem nesta história vieram da minha cabeça,
todas são embasadas em situações reais que aconteceram nos últimos anos no
Brasil.
Joaquim e Diego
estão mais próximos como amigos e eu espero poder aprofundar ainda mais essa
conexão deles. Aquela cena em que eu intercalei os diálogos deles com os de
Marcelo e Francisco foi um pequeno desafio narrativo e eu espero que tenha
ficado agradável.
E para completar,
vimos um pouco da noite do Paulo na casa das avós. Eu também gosto muito de
escrever essas personagens, elas são um casal de idosas que ainda se amam e
conseguem demonstrar esse sentimento uma pela outra de forma sincera.
Acreditem ou não,
eu escrevi esse capítulo inteiro logo após ter terminado o capt.87, não sei se
vou conseguir manter esse animo, mas enquanto ele estiver aqui eu vou tentar
produzir o máximo possível, porque sinceramente, não quero entrar em outro
hiato. Eu não gosto de entrar em hiatos.
Enfim, obrigada
por lerem até aqui e até o próximo capítulo,
Perséfone Tenou
Nenhum comentário:
Postar um comentário