quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Lar é onde o coração está - capítulo 04

Os três ficaram mais alguns segundos na porta da casa depois que Rosário já havia partido e então, quando a situação começou a se tornar desconfortável, Diego fechou a porta e abaixou-se para ficar na altura de Paulo e perguntar se ele estava com fome.

O garoto fez um gesto positivo com a cabeça e Diego teve certeza de que aquela seria a forma de se manifestar do menino por algum tempo e que ele e Marcelo teriam de aprender a interagir com o garoto e formular perguntas simples, que pudessem ser respondidas apenas com "sim" e "não".

Na cozinha, fez um sanduíche de queijo e presunto na sanduicheira e encheu um copo de suco de laranja, sempre perguntando antes se Paulo gostava de comer aquilo que iria servir e vendo o menino concordar com seu gesto silencioso de cabeça.

Ele parecia uma criança gentil, mas ao mesmo tempo demonstrava um medo visível nos olhos, o que por um lado era totalmente compreensível, afinal ele não só perdeu a mãe, como veio morar com dois completos estranhos.

Enquanto Paulo comia em silencio sentado a mesa da cozinha, Marcelo observava o marido oferecendo tudo o que podia imaginar que o garoto gostasse de comer, em uma tentativa obvia de agradá-lo e viu Paulo concordar a cada pergunta, mas se tornando menos confiante a cada gesto de resposta.

– Di, eu acho que ele não consegue comer tanto assim, então talvez seja melhor deixar só o lanche e o suco por enquanto, mas já sabemos que ele gosta de vários alimentos, não é, Paulo? – ainda não sabia por que o menino não falava, apesar de imaginar que Rosário tivesse contado a informação a Diego, ele não queria perguntar aquilo na frente do menino.

Em resposta a sua pergunta, Paulo deu um sorriso minúsculo e tomou um gole de suco. Marcelo não sabia explicar, mas nos poucos minutos que ficou perto do garoto, desenvolveu uma grande empatia por ele.

– A Rosário me disse que no abrigo, as crianças iam pra cama as oito, já é quase esse horário, então rapazinho, termina de comer e vamos colocar o pijama pra você dormir, certo? – mais uma resposta gestual do menino, que obedecendo, terminou o sanduíche e bebeu o ultimo gole de suco, para em seguida colocar o copo sobre o prato, ambos vazios.

Diego pegou a louça e colocou-a na pia e em seguida levou o irmão até o quarto, observando o garoto se maravilhar mais uma vez com a decoração e os brinquedos que havia no cômodo.

Ele então entrou no quarto e abrindo a gaveta do meio da cômoda apresentou a Paulo uma série de pijamas de mangas curtas e longas, com estampas dos super heróis mais conhecidos da criançada.

– Qual você quer vestir hoje? – Paulo olhou por quase um minuto dentro da gaveta até encontrar um com pequenas estampas do homem-aranha. O garoto ficou se perguntando como eles sabiam que aquele era seu personagem favorito?

– Certo, será este então. Você quer ajuda pra se trocar? – ao que o menino respondeu com um meneio negativo frenético de cabeça enquanto exibia aqueles grandes olhos arregalados castanhos.

– Tudo bem. Então eu vou ficar aqui fora e quando você terminar de se trocar, é só abrir a porta, tá bem? – Diego saiu e fechou a porta do quarto, encontrando Marcelo em pé no corredor.

– Ele disse que se veste sozinho. – mais uma vez a duvida acertou sua cabeça como um sino, não sabia nada sobre cuidar de crianças, ainda mais uma que passou por um trauma tão grande e que com certeza havia ouvido muitas histórias de terror nas quais ele era o monstro. Tinha medo de não conseguir ser o suporte familiar que Paulo precisava naquele momento.

Foi retirado de seus pensamentos ao ouvir o som rangido da porta se abrindo e então o garoto saindo, descalço, trajando o pijama, a camiseta de mangas curtas e a calça comprida de elástico e ao ver que Diego estava mesmo ali esperando, a criança esboçou outro daqueles sorrisos diminutos, mas, ao mesmo tempo tão repletos de sentimento.

– Olha só, não é que você sabe mesmo se vestir sozinho! – disse assim que viu o irmão e notou como ele pareceu ficar sem graça, como quando se recebe um enorme elogio de alguém.

Ofereceu-se para ler uma história pra ele dormir, mas viu o menino recusar com um gesto de mão e um sorriso educado. Perguntou se ele gostaria que deixasse o abajur aceso e recebeu um meneio positivo de cabeça e por fim, quis saber se deixava uma fresta da porta do quarto aberta e recebeu outra negativa educada.

– Bom, então, qualquer coisa a gente tá aqui no quarto bem na frente do seu, tá? Só bater na porta que vamos atender. Então... Boa noite, dorme bem e qualquer coisa, já sabe né? – falou enquanto fazia um gesto em direção ao quarto deles.

Saiu do quarto se sentindo meio incomodado com a maturidade demonstrada pelo menino. Com exceção do abajur, ele não quis mais nada que as crianças costumam pedir antes de dormir.

Quando enfim entrou no quarto, encontrou Marcelo se trocando para deitar. Ainda era cedo, eles não precisavam dormir naquele horário, mas ouviu do marido que estava exausto e pelo menos por aquela noite, dormir mais cedo seria uma boa ideia.

– Mas antes, Di, me conta, por que ele não fala? – Diego sentou na beira da cama e relatou a história como ouviu de Rosário, recebendo em resposta pequenas exclamações de surpresa por parte do marido.

– Isso explica muita coisa. – Marcelo disse por fim, enquanto retirava o lençol de cima da cama.

– Pois é, e eu tava aqui pensando assim que sai do quarto, como ele parece estranhamente maduro, deve ser por causa do trauma e também do ambiente novo e claro, porque ele nunca me viu na vida. Mas sabe? Estou feliz de ter ele aqui com a gente, sei que vai ser meio difícil no começo, no entanto acredito que vamos conseguir cuidar bem do Paulo. – enquanto falava também trocou a roupa pelo pijama leve, camiseta e shorts de algodão.

– Quer que eu ligue pra Mayara amanhã? Afinal foi esse o nosso combinado. – ouviu Marcelo questionar, mas lembrou-se que no dia seguinte teria uma folga da imobiliária e comentou que, talvez fosse bom chamá-la para que Paulo a conhecesse, mas que pretendia passar o dia com o menino.

– Eu não sei nada sobre ele e com sete anos acredito que ele talvez não saiba escrever nada além do próprio nome, talvez algumas letras do alfabeto. Ainda estamos em Janeiro, é muito cedo pra pensar em matriculá-lo na escola, mas talvez seja bom começar a pesquisar alguma escola aqui no bairro. – sua cabeça estava fervilhando com tudo o que precisava providenciar para o irmão caçula nos próximos meses e enquanto deitava-se ao lado do marido, enfim se lembrou da promessa que tinha feito mais cedo.

– Escuta... Será que você se incomoda se a gente não... Fizer mais nada hoje? – sabia que o outro não era daquele tipo que emburrava quando não conseguia transar, mas, achou necessário confirmar, por desencargo de consciência.

– Claro que não. Você teve um dia muito agitado com a chegada dele e tudo o mais e aquela coisa que fizemos no chuveiro serviu pra aliviar a tensão de nós dois. Mas eu ia gostar se você deitasse aqui perto de mim. – Diego observou o marido deitado na cama, sem camisa e com o braço esquerdo estendido em sua direção e sorriu.

– Nem precisava pedir. – aconchegou-se no abraço macio do marido, mas, acabou atirando os lençóis para fora da cama, dizendo que estava muito calor pra usá-los. Exaustos, mas felizes, ambos adormeceram.

***

Já era de madrugada, quando no quarto ao lado, Paulo passava por um horrível pesadelo. Nele, o menino revivia a situação de encontrar a mãe, mas ela não era sua mãe, era uma criatura horrenda que prometia em uma voz rascante que ia devorá-lo até não sobrar mais nada.

Ele tentava gritar, mas as palavras pareciam não querer sair e então finalmente conseguiu acordar. Estava suado da cabeça aos pés e ao se remexer na cama, notou que alguma coisa abaixo dele estava molhada demais para ser suor.

Levantou e horrorizado concluiu que havia feito xixi na cama! Ele, que não fazia isso desde que o pai tinha lhe dado uns tapas pesados para "puni-lo por bancar o bebê chorão" há uns dois anos.

Por um minuto entrou em desespero. Estava em uma casa estranha, com pessoas que apesar de o tratarem bem, ele não conhecia o suficiente para confiar. O que devia fazer? Será que Diego ficaria bravo de ele ter feito xixi na cama? Será que iria castigá-lo? Começou a chorar, mas passados alguns minutos, se deu conta de que a área molhada da sua cama não ia desaparecer a menos que chamasse um adulto.

Criando coragem, Paulo saiu do quarto e bateu na porta fechada no corredor. Pareceu que estava batendo por horas, mas foram apenas alguns segundos. O pavor de ser punido era grande, mas o desconforto de tentar dormir na cama úmida era maior.

Então ouviu passos e alguém abriu a porta. Era Marcelo, que usava um roupão, mas Diego estava logo atrás, calçando os chinelos.

– O que houve? Teve um pesadelo? – concordou, mas não era só isso. Ainda com um pouco de medo, Paulo pegou aquele homem gentil pela mão, alguém que ele não conhecia, mas no qual estava começando a confiar e o puxou até o seu quarto, apontando para a cama, cujos lençóis estavam embolados escondendo a mancha de urina.

Marcelo removeu a roupa de cama e viu a grande mancha úmida sobre o lençol debaixo, então olhou para Diego e murmurou algo que Paulo não conseguiu ouvir.

– Ele fez xixi na cama. Deve ter sido um pesadelo bem feio. – Diego olhou para o garoto assustado em pé no meio do quarto, com o mesmo pijama de algumas horas atrás e sentiu o coração apertar.

Foi então até a cama, removeu todas as peças de roupa, embolando tudo em um grande pacote e então deixando-o no corredor, para levar depois à máquina de lavar. Voltou-se então para o irmão e abaixando-se para ficar na altura dele, disse num murmúrio.

– Tá tudo bem, não foi nada demais. Mas é melhor você tomar um banho e vestir outro pijama. Vem, o Marcelo vai trocar a roupa da cama enquanto isso. – ficando novamente em pé, Diego estendeu a mão para o irmão que a segurou, ainda relutante.

– Você cuida disso pra mim enquanto eu levo ele pra tomar banho? – Marcelo respondeu que sim e antes de sair, Diego o beijou nos lábios com carinho, sentindo o olhar observador de Paulo alguns metros abaixo.

Pegou uma muda de roupas na cômoda e após regular o chuveiro e dar na mão do menino a barra de sabonete, disse que ele demorasse o quanto quisesse e que quando terminasse, a toalha estaria na pia e as roupas sobre o assento da privada e que ele ficaria ali na porta do banheiro, do lado de fora.

Queria passar para o garoto a sensação de privacidade e confiança, mas também de segurança. "Você está fazendo as coisas sozinho, mas eu estou aqui perto se precisar de ajuda".

– Já troquei a roupa de cama. Tá tudo bem com ele? – levou um susto ao ouvir Marcelo falar tão perto do seu ouvido. Estava mais uma vez mergulhado em pensamentos sobre a criação do irmão caçula (agora havia decidido que não era mais "meio-nada", eram irmãos e ele protegeria Paulo o máximo que conseguisse).

– Acho que tá, apesar de que a expressão no rosto dele era de quem achava que ia ser castigado... Por fazer xixi na cama! O meu padrasto era um monstro, mas agora estou tendo certeza de que eu não fui sua única vítima.

O trinco da porta rangeu, lá dentro do banheiro a água continuava jorrando do chuveiro, já que o registro ficava alto demais pro menino fechar. Ele apareceu vestido e segurando a toalha usada numa das mãos. Diego a pegou e entrando para fechar o chuveiro, pendurou-a no gancho ao lado do boxe.

– Tudo bem agora, rapaz? – Marcelo perguntou enquanto estendia a mão para Paulo. E mais uma vez o menino olhou para aquela mão grande e forte com receio, mas pela primeira vez desde que chegou naquela casa, não sentiu medo de ser punido por algo que poderia ter feito.

– Muito bem, tudo limpinho pra você dormir de novo bem tranquilo. – Paulo queria perguntar se eles não estavam bravos por ele ter feito aquilo, ter sido "um menino sujo" como seu pai disse naquela vez.

Sentiu Diego cobri-lo com o lençol leve e observou Marcelo acender novamente o abajur do herói aracnídeo, em nenhum momento viu qualquer traço de raiva ou irritação no rosto deles.

– Bom, agora você tenta fechar os olhos e descansar, porque foi um dia muito movimentado, não é? E tá tudo bem, eu não fiquei bravo de você ter feito xixi na cama, essas coisas acontecem. A gente trocou a roupa e você tomou um banho e pronto, tá tudo limpo de novo. Não tem motivo pra ficar assustado com isso. – disse Diego enquanto fazia um carinho gentil nos cabelos cacheados do menino, que o encarava com aqueles grandes olhos castanhos assustados.

Mais uma vez ouviu o irmão dizer que eles estavam ali no quarto na frente do seu e que qualquer coisa era só bater na porta. Desta vez Diego deixou uma fresta da porta aberta e a luz do corredor acesa. Cansado com toda a ansiedade causada pela situação que tinha acabado de acontecer, as pálpebras de Paulo começaram a pesar e em poucos segundos ele adormeceu de novo. E daquela vez, dormiria bem, sem pesadelos.

***

No quarto do casal, Diego comentou que estava feliz de ter conseguido uma folga do trabalho no dia seguinte e frisou novamente como ficou perturbado com o horror estampado nos olhos de Paulo.

– Quero dizer, será que ele apanhava quando fazia xixi na cama? Tenho fortes suspeitas de que a resposta é sim. Ele é como um filhotinho de cachorro que foi maltratado a vida inteira e o pior é que eu me pergunto como a minha mãe deixou isso acontecer? Digo, era óbvio que ela não gostava de mim ou me queria por perto, mas... Aff é melhor eu parar de pensar tanto nesse assunto ou não vou conseguir dormir hoje. – deitou e sentiu ser abraçado por Marcelo e em poucos minutos ambos também estavam dormindo.

***

Na manhã seguinte Paulo acordou cedo. Ele não sabia dizer que horas eram, pois ainda não sabia ler o relógio, mas estava claro lá fora. Saiu da cama e trocou o pijama por um conjunto de shorts e camiseta que encontrou em uma das gavetas. Também não sabia amarrar os sapatos e por isso ficou descalço.

Então, sentou-se na cama e ficou esperando. Após aquele xixi que escapou por causa do pesadelo, ele conseguiu dormir o resto da noite. Na verdade, foi a primeira desde que tudo aconteceu em que ele dormiu bem.

Naquele momento estava com vontade de falar, mas por mais que ele se esforçasse, as palavras pareciam não querer sair. Mas em sua mente tinha grandes conversas silenciosas consigo mesmo e após a noite anterior, não parava de se perguntar por que o pai odiava tanto Diego e por que lhe dizia todas aquelas coisas horríveis sobre o outro?

Teve a atenção atraída para a porta quando ouviu duas batidas curtas e então o rosto do irmão surgiu na brecha aberta. O viu sorrir e o ouviu elogiá-lo por já estar trocado e então, convidá-lo para tomarem café. Paulo seguiu até a porta, ainda meio receoso, mas quando viu que Diego lhe estendia a mão para que a segurasse, ele o fez sem pensar duas vezes.

E ele pensou em como era bom ter alguém segurando a sua mão de novo.

Quando entraram na cozinha, viu Marcelo preparando o café e ao vê-lo ao lado de Diego, ele perguntou o que gostaria de comer. Ofereceu varias coisas, ao que o garoto foi respondendo com gestos de cabeça. Sim, ele queria leite com chocolate, não, ele não queria manteiga no pão, sim, ele gostava de requeijão.

Diego pegou algumas almofadas da sala e as colocou na cadeira, para que ele ficasse mais alto e Marcelo serviu um pão com requeijão e um copo morno de leite com chocolate e lhe deu uma piscada de olho e um sorriso enquanto colocava as coisas a sua frente.

– Você tem algum paciente hoje? – Diego perguntou enquanto se aproximava do marido e fazia um afago leve nas costas dele. Em resposta Marcelo disse que só no período da tarde naquele dia e que por isso ficaria um pouco por lá hoje.

– É, eu também estou de folga hoje da imobiliária. Pensei em convidar a Mayara pra dar uma volta comigo e o Paulo no shopping. A gente precisa comprar mais algumas roupas pra ele, não é mesmo rapaz? – sorriu para o menino que estava com a boca suja de leite com chocolate e o viu retribuir com um sorriso minúsculo e tímido, mas menos assustado do que no dia anterior.

– É uma boa ideia, pena que não vou poder ir com vocês. – Paulo observava os dois com atenção e curiosidade. Desde que chegou naquela casa no dia anterior, não viu nada de ruim ou monstruoso, como o pai dizia que Diego era culpado de ser, na verdade era o contrário. Aqueles dois homens na sua frente pareciam ser pessoas gentis e que gostavam um do outro. Então, por que seu pai dizia a ele que o irmão vivia "de forma errada?"

***

Depois do café, Diego ligou para Mayara e a convidou para sair com eles, em uma tentativa de apresentá-la a Paulo em um ambiente mais descontraído. Eles saíram no carro de Diego, mas não sem antes ele dar um beijo nos lábios do marido, mais uma vez sob o olhar atento do menino e a repreensão tímida de Marcelo, "na frente do garoto?"

– Não é nada imoral, Marcelo. Somos casados e eu não vou mudar os poucos sinais de afeto que posso fazer na frente dele por conta de algum tipo de receio ridículo. Bom trabalho mais tarde e a gente se vê a noite. Dá tchau pro Marcelo. – E Paulo acenou ainda um pouco tímido, mas se permitiu sorrir para o outro, que retribuiu o gesto.

Ele foi no banco de trás, com cinto de segurança e todos os cuidados e Diego conversou com ele durante todo o trajeto até a casa da moça que eles iam buscar. "Ela é uma amiga minha, eu acho que você vai gostar. O nome dela é Mayara".

Quando pararam na frente da casa e a porta da frente do carro se abriu, Paulo ficou encantado com a aparência da moça. Ela tinha um rosto bonito, longos cabelos negros e lisos que caiam com delicadeza pelos ombros, olhos escuros e bondosos e um sorriso cativante. Era como uma daquelas princesas dos livros que sua mãe lia as vezes para ele. Uma princesa índia.

– Oi Paulo, tudo bem? – ela fez um gesto de positivo com a mão, ao qual o garoto respondeu imitando.

Na conversa que tivera com Diego algumas horas antes, o amigo lhe explicou sobre a perda temporária da fala do irmãozinho e ela disse que não tinha problema, o importante era mostrar que ele era compreendido mesmo sem usar palavras e que ninguém estava bravo por ele não falar.

– Vamos nos divertir muito hoje. – Paulo ouviu a princesa dizer para ele e então a viu sentar-se ao lado do irmão no carro e durante o trajeto, eles conversavam entre si, mas também falavam com ele, fazendo perguntas que podiam ser respondidas com "sim" e "não" e por isso, por ser incluído na conversa, ele sentiu que era importante.

Continua...

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