Mayara e Diego esperavam do lado de fora do provador,
enquanto Paulo experimentava algumas peças de roupa. No começo do dia o menino
estava meio tímido, olhando para tudo no shopping com uma expressão de assombro,
mas agora finalmente estava mais familiarizado com o lugar.
Não que ele nunca tivesse ido a um, às vezes quando a
mãe tinha algum dinheiro, fruto de trabalhos como costureira quando o pai não
estava em casa, ela o levava para dar uma volta no mini shopping que havia na
cidade. Ele brincava nos brinquedos, piscina de bolinhas e aquelas motos e
carros que emitiam luz e sons quando se colocava a ficha e no fim do dia, se
tivesse algum dinheiro sobrando, ela lhe comprava um lanche.
Mas esses passeios eram bastante raros e vinham se tornando
cada vez mais distantes desde que o pai morreu. Era como se a mãe estivesse
triste demais pra sair. Pelo menos, foi assim que Paulo entendia.
No entanto aquele lugar era muito maior e assustador,
com pessoas andando por todos os lados, cheias de sacolas, subindo as escadas
rolantes e entrando nos elevadores. Logo que desceu do carro, Paulo quase
segurou a mão de Diego, mas no ultimo instante desistiu de pedir apoio. Queria
mostrar que estava bem.
Vestiu a camiseta com o emblema do Batman no peito e
olhou alguns segundos no espelho. A roupa era legal e não apertava, pontos
muito importantes na hora de escolher, mas, ele queria mesmo era a outra, que
tinha a estampa de seu super-herói favorito. Só que aquela sim, estava pequena.
Mesmo assim, arriscou vestir e saiu do provador, para ouvir os comentários de
Diego e Mayara.
– Esta ficou boa, Paulo, mas parece meio apertada não?
– Diego olhou na etiqueta e comprovou que comparada com as outras que o menino
lhe entregou, aquela era dois números menor. Ia sugerir que ele levasse outra,
mas viu o olhar de tristeza no rosto do menino e suspirando cansado, pediu que
ele voltasse ao provador, vestisse a camiseta com que tinha vindo enquanto ia
com Mayara procurar uma camiseta no tamanho dele lá na banca da loja.
– Você fica aqui, entendeu? Nada de sair andando por
ai sozinho. – ao que viu o menino concordar com meneios animados de cabeça e
exibir um sorriso largo. O primeiro desde que eles tinham se conhecido.
Enquanto estava procurando a camiseta na banca, tentando
não fazer bagunça na organização que as meninas da loja tinham tido tanto
cuidado pra fazer, comentava com Mayara o quanto ainda se sentia receoso na
presença do menino.
– Ele é bonzinho, não deu nenhum trabalho desde que
chegou ontem. Mas eu fico com aquela sensação de que não estou fazendo algo
direito, sabe? Aquela dúvida de que talvez alguém com mais experiência como pai
seria melhor pra cuidar dele. Essa aqui! Ah não, é o mesmo tamanho dessa que
ele vestiu. – largou a camiseta de volta na pilha e continuou procurando.
– Minhas mães sempre dizem que ser pai não tem nada
haver com experiência, é prática. Quando elas resolveram que iam me ter, não
sabiam nada sobre cuidar de um bebê e olha pra mim agora! Sou uma adulta
saudável e feliz. Você está fazendo um ótimo trabalho com ele, Diego, acredite.
Acho que encontrei uma! – puxando uma peça no fim da pilha, enquanto segurava o
topo com a outra mão para não desmanchar as camisetas dobradas, Mayara estendeu
a roupa na direção do amigo, que após conferir o tamanho confirmou, era aquela
mesma.
A felicidade no rosto de Paulo fez todo o esforço dos
dois em caçar a tal camiseta na banca de roupas valer a pena. Ele andava pelo
shopping abraçando a sacola em uma felicidade quase palpável.
Foram em mais algumas lojas, compraram outras peças de
roupa e tênis (e um par de meias do homem-aranha) e agora estavam os três
sentados na praça de alimentação. Paulo se distraia com o brinquedo que veio de
brinde no lanche enquanto os dois adultos comiam um prato de almoço de um
restaurante.
Ele fingia estar interessado no brinquedo, quando na
verdade estava ouvindo a voz de Mayara. Desde o momento em que a viu naquela
manhã, a achou a pessoa mais linda do mundo, quase tanto quanto achava sua mãe.
E agora queria poder prestar atenção em tudo o que ela falava com seu irmão,
mesmo que não conseguisse compreender várias daquelas palavras.
– ...Acho que já dá pra perguntar pra ele. – Diego
disse enquanto tomava um gole de suco e engolia uma garfada de massa. Chamou o
menino pelo nome e viu aqueles grandes olhos castanhos se erguerem indagadores
e brilhantes e então fez a pergunta.
– Você gostaria que a Mayara fosse fazer companhia pra
você enquanto eu e o Marcelo estamos no trabalho? – as pupilas castanhas
ficaram ainda mais arregaladas, se é que isso era possível e o menino concordou
com um gesto animado de cabeça enquanto sorria exibindo uma janelinha nos
dentes, o que fez Diego se surpreender porque até o momento não sabia que ele
já tinha perdido um dente de leite.
– Então está combinado. Ela vai vir amanhã por volta
das nove da manhã e vai ficar com você até umas seis, sete horas da noite de
segunda a sexta, certo? – Paulo concordou novamente, ele queria gritar de
felicidade, queria dizer que era o menino mais feliz do mundo, mas por mais que
ele se esforçasse nada saiu de novo.
Passaram praticamente o dia inteiro no shopping. Paulo
foi a vários brinquedos, jogou vídeo-game e brincou no pula-pula e na piscina
de bolinhas. E quando o irmão passou n livraria, procurando um título
específico para Marcelo, “Quero fazer uma
surpresa no nosso aniversário de casamento” o ouviu dizer a Mayara, o
garoto ficou sentado no canto da loja dedicado as crianças, onde havia grandes
puffs coloridos e vários livros pop-up e brinquedos educativos de madeira.
Ele não sabia ler muita coisa além de palavras simples
como “gato” e “casa”, mas se divertiu olhando as figuras. Apesar do medo do
desconhecido, ele não via a hora de ir para a escola e aprender a reconhecer
todas aquelas palavras grandes.
Por fim, Mayara também se divertiu, experimentando
algumas roupas, sempre saindo do provador para pedir opinião de Diego e Paulo,
o qual respondia com um polegar positivo a todas as vezes que ela perguntava “e ai, ficou bom?”, mas no fim ela não
comprou nenhum, apesar de ter demonstrado grande interesse em um com pequenas
estampas delicadas de morangos.
Quando entraram no carro e Diego colocou o cinto de
segurança em Paulo, o menino apagou como uma vela na metade do caminho.
– Foi um dia bem animado, mas cansativo pra ele, né? –
Mayara perguntou enquanto olhava para trás por sobre o encosto do banco. Viu
Paulo adormecido e tranquilo, ainda abraçando a sacola que continha a camiseta.
– Muito. Eu sei que criar filhos não se resume só a
sair pra passear, que tem muita coisa vindo ai pela frente e que eu preciso me
preparar pra isso... – Diego parou a frase e franziu o cenho, complementando
com, “Eu e o Marcelo”.
– Mas hoje foi realmente muito divertido e eu quero
agradecer pela sua ajuda May. Não só de você aceitar tomar conta dele durante a
semana, mas por tudo. Naquela hora na loja de roupa eu tava tão inseguro e
aquilo que você me disse foi um grande alívio.
Estacionou na frente da casa de Lola e Joana, as mães
de Mayara, com quem a moça morava e enquanto ela descia pelo lado do carona,
Diego saiu e pegou alguma coisa no banco de trás do carro.
Pediu que ela esperasse e então, entregou a sacola de
papel pardo na mão da moça, que encarou o objeto por alguns segundos sem
entender. Ao abrir, ela esboçou uma expressão de surpresa e olhando sem graça
para Diego disse.
– Você não devia ter feito isso. – dentro da sacola
estava o tal vestido com estampas de morangos, Mayara tirou parcialmente a peça
para fora e a passou com delicadeza pela bochecha direita.
– May, eu só queria te agradecer... Por tudo, sabe? Eu
vi que você gostou do vestido e então, enquanto o Paulo estava te esperando
voltar do provador... – ele sabia a situação financeira das mães de Mayara e da
própria moça. Com dividas do empréstimo estudantil pra pagar a faculdade,
várias parcelas ainda a serem pagas e as vendas na loja de sabonetes de Jo e
Lola tendo cada vez menos saídas, quis fazer um agrado pra amiga.
– Eu só tenho um pedido, May. – a moça piscou algumas
vezes antes de perguntar “o que?”,
enquanto observava Diego com uma expressão muito séria.
– Que você use ele no jantar de aniversário da gente.
– ela então abriu um sorriso e deu um soco leve no braço do rapaz e disse “seu bobo, quase me mata de susto!”
– Claro que eu vou usar. Adorei o presente. Até te
convidaria pra entrar e tomar um café, eu sei que as minhas mães iam adorar te
ver, mas o Paulo tá todo torto dormindo no banco, tadinho. Leva ele pra casa e
amanhã eu apareço lá pra cuidar dele. Entrega isso aqui pro Ma. – ela então beijou
Diego no rosto com delicadeza, ao que ele respondeu que ia entregar sim, mas
talvez em outro lugar.
Esperou Mayara entrar em casa e antes de entrar no
carro, abriu a porta de trás e ajeitou o menino, tirou o cinto de segurança e o
fez esticar no banco e pode ouvir um suspiro alto de alivio vindo de Paulo
quando enfim espichou as pernas.
Quando chegou em casa, viu que Marcelo já estava lá
também, por causa do carro estacionado na garagem. Desceu e carregou Paulo, que
continuava dormindo, no colo. As compras que estavam no porta-malas poderiam
ser pegas depois. A prioridade era colocar o menino na cama, pra evitar que
tivesse um torcicolo.
Passou por Marcelo que estava sentado na sala,
assistindo algo na tevê. Deu um sorriso que dizia “depois eu explico” e rumou
até o quarto de Paulo, depositando-o com cuidado sobre a cama. Retirou os
sapatos, mas deixou-o vestindo o resto da roupa, afinal, era um conjunto de
malha leve e com certeza não causaria incomodo.
E em um ultimo gesto impulsivo, passou a mão pela
testa suada do menino, afastando o cabelo castanho e macio que caia e grudava
ali. Estava calor mesmo, Janeiro sempre fazia calor. Tinha começado a levantar
para sair quando ouviu um gemido incomodado e ao olhar para trás, viu Paulo
fazendo uma careta durante o sono.
Voltou novamente e agachou ao lado da cama pequena de
solteiro, acariciando o cabelo do menino mais uma vez enquanto murmurava.
– Tá tudo bem, Paulo. Você tá seguro agora, ninguém
vai te machucar. – a frase pareceu surtir efeito, porque em resposta o menino
suspirou aliviado e o rosto descontraiu.
Confirmando que o pesadelo tinha ido embora, Diego se
levantou, abriu a janela do quarto, colocando a tela contra insetos e
finalmente saiu. Eram seis horas da tarde, talvez Paulo acordasse de madrugada
e aquilo não seria bom pro relógio biológico do menino, que ia desregular, mas
ficou com dó de acordá-lo. Ele merecia dormir.
***
Viu o marido voltar do quarto de Paulo com um sorriso
bobo no rosto e enquanto o convidava com um gesto de mão para que se juntasse a
ele na frente da tevê, onde assistia a um filme cult italiano que passava na
tevê a cabo, Marcelo notou que Diego estava começando a se apegar ao garoto.
– Se divertiram hoje? – perguntou enquanto sentia o
peso morno da cabeça de Diego em seu ombro e peito esquerdo. Em resposta ouviu
só um resmungo e um suspiro.
– A May vem amanhã cuidar dele? – tentou de novo,
sabia que o outro devia estar cansado, mas não o via o dia inteiro e queria
conversar.
– É, ela chega as oito e vai embora quando um de nós
chegar, eu disse que isso vai ser entre seis e sete da noite. Ele se divertiu
tanto hoje, Marcelo, deu até gosto de ver. E daí, na volta pra casa, dormiu.
Apagou de vez no banco de trás. Acho que foi animação demais pra um dia só. –
estava de olhos fechados, o calor era tanto que sua cabeça estava começando a
latejar.
– Você bebeu água hoje? – Diego respondeu com “tomei
um suco no almoço”, ao que em resposta sentiu seu “travesseiro improvisado” se
mexer e deixá-lo sozinho no sofá, para alguns segundos depois, sentir o peso
molhado e gelado de uma garrafa de água na sua mão. Abriu um olho só e encarou
o marido, que o olhava como um alguém que foi pego aprontando.
– Beba. Você sabe que nesse calor você fica
desidratado com facilidade. E quando o Paulo acordar, dê água pra ele também. A
gente mora num país tropical onde faz calor pelo menos metade do ano – às vezes
até mais! Qual o problema desse povo que não se hidrata? – Diego o encarou
demoradamente, não era só porque ele havia se esquecido de beber água.
– Aconteceu alguma coisa na clinica hoje? – perguntou
para em seguida tomar um bom gole de água gelada e sim, estava mesmo precisando
daquilo.
– A Claudia, a recepcionista. Ela ficou sem beber água
ou ir no banheiro o dia inteiro e daí um pouco antes de eu vir embora, ela
desmaiou. E eu já falei pra ela manter uma garrafinha perto e ir no banheiro
sempre que precisar. Deixa que o telefone toque! Ela foi parar no
Pronto-atendimento com desidratação e outras coisas lá. – viu Marcelo sentar ao
seu lado de forma pesada e passar a mão pelo cabelo em um gesto cansado.
– Agora eu entendi essa sua preocupação de eu beber
água. Mas, ela tá bem? – Ouviu Marcelo dizer que sim, mas que a moça teve de
ficar no soro por algumas horas.
Diego arriscou deitar a cabeça novamente sobre o peito
do marido e sentiu o braço dele envolver seus ombros. Não estava interessado no
filme, já tinham assistido aquele pelo menos umas três vezes, mas ficar ali com
Marcelo apenas curtindo o momento calmo e agradável era bom.
– Lembrei de uma coisa, a Mayara pediu pra eu te
entregar uma coisa. – mas antes que Marcelo pudesse perguntar o que era, Diego
já estava com a boca sobre a do marido, invadindo-a com cuidado e deslizando a
sua língua na dele.
– Acho que não foi bem isso que ela pediu pra você me
entregar, né? – Marcelo agora tinha um dos braços em volta da cintura do marido
e adentrava por sob a camiseta, que estava grudada de suor.
– Eu dei uma improvisada. Gostou? – mais beijos foram
trocados enquanto ele sentia a pele morna e firme de Marcelo acariciar suas
costas com suavidade, causando arrepios.
– Muito. – distribuiu pequenos beijos na curva do
pescoço de Diego que exprimiu um gemido sufocado em resposta. Ele estava
consciente de que o irmão caçula estava na casa e que por isso não podiam
arriscar fazer nada mais ousado ali na sala, mas, era meio difícil de pensar
com o baixo-ventre pulsando doloroso dentro da calça.
– Que acha de a gente... Terminar isso lá no quarto? –
sussurrou contra a orelha esquerda de Marcelo e em resposta sentiu sua cintura
ser apertada com mais urgência, o que o fez sufocar uma gargalhada. Agora que
tinham uma criança em casa, precisaria ser mais cuidadoso com o volume.
– Acha que ele dorme por mais umas horas? – Marcelo
perguntou enquanto desligava a tevê e puxava Diego pela mão até o quarto. Ele
estava a fim de fazer algo mais com o marido, mas também tinha consciência do
menino no quarto na frente do deles.
– Eu acho que sim, ele voltou muito... Cansado. Em
ultimo caso, se ele acordar antes, eu te dou um alivio rápido e a gente tenta
de novo a noite. – mas estava torcendo para que o irmãozinho dormisse por mais
uma hora, pelo menos.
Fizeram o máximo de silencio possível no corredor e
fecharam a porta do quarto com todo o cuidado. Agora eles tinham uma criança
pra cuidar, claro, mas isso não anulava o fato de que eles tinham só um ano de
casados.
Diego deixou Marcelo fazer tudo, em parte porque
estava cansado e em parte porque sabia que o outro gostava. Sentiu a camiseta,
a calça e a roupa intima serem removidas de seu corpo, dando para a pele quente
e suada um alivio que apenas aquela brisa suave do fim de tarde era capaz.
Observou o marido remover as próprias roupas e claro,
trancar a porta do quarto. Afinal, precaução nunca era demais e eles não
queriam que o menino visse nada que “não
é pra idade dele”, disse Marcelo enquanto subia na cama, igualmente nu e
com uma rigidez firme visível.
Apoiando-se nos cotovelos, Diego vem um gesto com o
indicador, convidando o outro a se aproximar e então, envolveu a rigidez morna
dele com os dedos firmes, iniciando uma masturbação leve enquanto roçava os
lábios contra a ponta macia.
Envolveu-o então lentamente dentro da boca, acomodando
a rigidez dentro daquela cavidade úmida e quente e em seguida iniciando uma
felação pausada, mas constante. Sentia os dedos firmes de Marcelo acariciando
seus cabelos e descendo por sua nuca enquanto os movimentos de sua boca ao
redor daquela rigidez se tornavam mais cadenciados.
Quando o engoliu o máximo que conseguia, ouviu Marcelo
praguejar baixinho e soltar um gemido sufocado e a expressão de prazer no rosto
dele fez com que Diego se empenhasse ainda mais nos movimentos de sucção até
ouvir aquele som, aquele que indicava que o marido estava quase no ponto. E
então ele parou.
– Caramba Di! – em resposta Diego apenas esboçou um
sorriso com um quê de sadismo e limpou os lábios com os dedos, para em seguida
levar a mão até a mesinha de cabeceira do seu lado da cama e apanhar lá um tubo
de lubrificante, com o qual cobriu dois dedos da própria mão, que inseriu com
cuidado em sua entrada ao mesmo tempo em que se masturbava.
– Eu não quero você descarregando tudo antes da hora.
– respondeu por fim enquanto observava Marcelo ofegante, encará-lo com luxuria
e desejo. Jogou a cabeça para trás, afundando-a nos travesseiros e esboçando
mais um sorriso cruel.
Marcelo por sua vez viu aquela expressão no rosto do
marido e sorriu em resposta, foi por aquele homem que tinha se apaixonado.
Claro que amava Diego pela pessoa completa que ele era, mas na cama, gostava
daquele olhar desafiador que o outro lhe dava, a imponência e a
auto-suficiência que ele emanava quando estava excitado e a promessa de que ele
conseguia se satisfazer sozinho, mas deixaria que Marcelo participasse, se
fosse bonzinho.
Engatinhou sobre a cama, ficando entre as pernas
afastadas de Diego e o observou inserir os dedos dentro do pequeno canal macio
e sufocar gemidos a cada nova investida.
– Isso aqui tá bom, mas... Eu não me incomodaria de
ter algo... Maior. – murmurou por entre gemidos sufocados. Estava quase no
limite, mas ao mesmo tempo, uma pequena parte de sua mente o lembrava a todo
instante para não fazer nenhum som alto que pudesse acordar o irmão e isso
estava sendo um grande desafio torturante.
Em resposta, Marcelo sentindo o membro pulsar,
aproximou-se e com cuidado fez com que Diego removesse os dedos de dentro do
pequeno canal e em seguida, cobriu a própria ereção com uma camada considerável
de lubrificante, para então roçá-la com cuidado na entrada previamente
preparada.
– Acho que só por hoje a gente pode... Fazer um pouco
de bagunça... – disse Diego por entre
ofegos, o que significava que eles não precisavam de preservativos. “Só por
hoje”, repetiu mentalmente.
Se inseriu dentro daquele pequeno orifício com cuidado
e atenção as reações do marido. Viu como Diego encheu as mãos com os lençóis e
mordeu o lábio inferior com força, enquanto fechava os olhos e sufocava outro
gemido.
Quando estava completamente abarcado dentro do corpo
macio de Diego, Marcelo inclinou-se e sugou os mamilos em riste do outro, que
em um ato reflexo botou a mão espalmada sobre os lábios, sufocando o que mais
parecia um grito do que um gemido.
Estava claro que Diego faria todo o possível para não
acordar o menino, mas não era justo que ele reprimisse todos os sons por receio
de que Paulo os ouvisse. Com delicadeza, Marcelo removeu a mão de Diego sobre
os lábios e então, enquanto iniciava os primeiros movimentos de investida, o
beijou de forma longa e apaixonada.
O calor morno em volta da sua rigidez quase o
enlouqueceu e o fez aumentar o ritmo das investidas, mas, enquanto sentia a
língua morna de Diego enroscando-se na sua, controlou seu desejo e manteve o
ritmo.
Eles não faziam amor já há alguns dias, bem antes da
coisa toda acontecer, estavam sempre muito cansados para iniciar qualquer
coisa, por isso, aquele momento estava Parecendo um retorno às primeiras
semanas de namoro. O fogo e a urgência que ambos estavam sentindo e a excitação
pungente e palpável.
Sentiu o peso morno de Marcelo quando ele se deitou
sobre seu corpo e ergueu suas pernas, aprofundando o contato e por entre aquele
beijo longo, gemeu sem pudores e levou as mãos as costas do marido, cravando as
unhas curtas na pele macia e quente.
A velocidade das investidas aumentou e quando sentiu a
mão firme de Marcelo envolvendo sua rigidez que pulsava solitária contra seu
ventre, Diego teve certeza de que logo atingiria o ápice. Com estímulos em
ambos os locais, não demorou muito para se desfazer em gozo na mão do marido,
que parecia também estar chegando ao limite.
Sentiu então o vazio quando Marcelo se removeu de
dentro do seu corpo e esguichou a própria semente contra seu ventre úmido. Em
seguida, experimentou o peso morno novamente, quando o marido se deixou cair
com cuidado sobre ele.
Estendeu a mão novamente para a mesa de cabeceira e
pescou na gaveta uma caixa de lenços de papel. Limparam-se da melhor forma possível,
sabiam que tinham de tomar banho, mas estavam cansados demais.
– Uau, isso foi... – balbuciou Diego enquanto ainda
ofegava e beijava Marcelo nos lábios com carinho.
– Eu te amo. – ouviu Marcelo dizer ofegante e sorriu
antes de responder. No seu dedo anelar da mão esquerda a aliança reluzia sob um
raio de sol que invadiu o quarto por uma fresta na cortina. E deus, como ele
também amava aquele homem!
– Eu também. – o cansaço trouxe o sono e eles só
acabaram acordando lá pelas três da manhã. Antes de finalmente tomarem um
banho, foram espiar Paulo. O menino continuava dormindo tranquilo. Parecia que
os pesadelos haviam dado uma trégua.
Enquanto estavam no chuveiro, Diego comentou pensativo
que não tinha certeza se seria um bom tutor pro irmão, mas achava que estava no
caminho certo.
Continua...
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