Acordou cedo naquela
quinta-feira, mas já estava claro lá fora. Olhou pro lado na cama e encontrou
Marcelo dormindo tranquilo. O relógio na cabeceira informava que eram 7h45, mas
ele só teria de ir para a imobiliária as 10h00 e Marcelo só tinha pacientes mais
tarde.
Abraçou o marido
adormecido pela cintura, ouvindo-o suspirar e abraçá-lo de volta em um gesto
automático. O dia anterior tinha sido bom, sair com o irmão e Mayara, mas a
noite foi ainda melhor. Diego esboçou um pequeno sorriso satisfeito enquanto
sentia a pele morna do braço de Marcelo contra suas costas nuas.
Tinha planos para aquele
dia que mal havia começado. Iria até a escola do bairro e ver se conseguia
matricular Paulo. Se o menino se sentiria confortável de ir às aulas ou não,
era uma situação a parte, mas precisava tentar oferecer uma rotina normal para
o garoto.
No dia em que Rosário
trouxe o menino, ela lhe entregou um envelope com os documentos de Paulo, RG,
certidão de nascimento, carteira de vacinação. E foi ali que descobriu a data
de aniversário do irmão, que seria em breve e que ele estava com as vacinas em
dia.
Por mais que estivesse
gostando de ser abraçado pela cintura, estava calor e ele não conseguia mais
dormir. Então, com cuidado para não acordar Marcelo, desvencilhou-se do abraço
e saiu da cama, vestindo as calças do pijama e saindo pela porta, para então
parar em frente ao quarto de Paulo e espiar lá dentro.
O menino dormia
esparramado de bruços na cama, os lençóis atirados no pé da cama e a boca
aberta para respirar. A testa estava coberta de pequenas gotas de suor e alguns
fios do cabelo cacheado grudavam aqui e ali. Mas ele parecia tranquilo.
Respirava de forma calma e seu rosto não demonstrava nenhuma expressão de medo
ou incomodo.
Fechou a porta do quarto
novamente com muito cuidado e rumou até a cozinha, onde ligou a cafeteira. Pensou
em fazer um suco, mas então se lembrou do barulho e deixou pra depois. Enquanto
o café estava coando, foi até a sala, que na verdade era um espaço com sofá e
tevê, separado pela bancada da cozinha e ligou o aparelho, sendo saudado pelo
jornal da manhã.
As notícias embrulharam
seu estomago, o mundo estava se tornando cada vez um lugar mais horrível pra se
viver. Incomodado, foi mudando de canal até cair em um que passava desenhos 24h
por dia. Aquilo seria útil quando Mayara viesse cuidar de Paulo.
Estava distraído
assistindo a um episódio de um desenho que nem sabia o nome, mas gostou da
abordagem e dos personagens. Ficou tão envolvido com a animação que levou um
susto ao sentir uma mão morna em seu ombro. Marcelo tinha acordado.
– Bom dia. Acordou cedo
hoje, hein? – colocou a própria mão sobre a que estava em seu ombro e riu
baixinho, para em seguida convidar o outro a se sentar ao seu lado. Marcelo
aceitou o pedido.
– Acho que foi o calor,
eu sei que em Janeiro sempre faz calor, mas esse ano tá demais! Daí fiquei com
dó de te acordar e vim aqui pra sala. O Paulo tá dormindo largado, parece que
ele não sente mais tanto medo daqui. –
comentou casual enquanto via os personagens do desenho fazer alguma coisa
mágica.
A cafeteira gorgolejou na
pia, chamando a atenção dos dois. Marcelo se levantou e retirou a jarra de
vidro, na qual colocou algumas conchas de açúcar e em seguida, passou o líquido
para a garrafa térmica.
– Eu comprei pão ontem,
quando voltava da clínica. Acho que ainda tá bom pra comer, pelo menos parecem
macios. – apontou para o porta-pão de plástico em cima da mesa e viu Diego
levantar do sofá e vir conferir o conteúdo.
– É, parece que ainda tá
macio. Acho que tá meio cedo pra acordar o Paulo, eu vou chamar ele lá pelas
nove, um pouco antes da May chegar. – pegou duas xícaras no armário e uma faca
serrilhada na gaveta.
– Deixa ele dormir, ontem
foi um dia e tanto pra ele. – trazia a garrafa térmica para a mesa, para em seguida
virar-se para a geladeira onde pegou a margarina e o leite, mas antes que
fechasse a porta do aparelho, sentiu a mão macia de Diego em seu ombro e o
ouviu sussurrar.
– E foi uma noite e tanto
pra gente. – Marcelo colocou as coisas que retirou da geladeira em cima da mesa
e então se virou para beijar o marido com carinho. A pouca diferença de altura
ficou mais clara quando Diego teve de se erguer na ponta dos pés para alcançar
Marcelo.
– Foi a melhor. –
respondeu enquanto convidava Diego a se sentar a mesa.
Tomaram um café
tranquilo, conversando amenidades, boa parte delas sobre os próximos passos
agora que Paulo estava com eles. Ouviu Diego falar que iria tentar matriculá-lo
na escola, mas, que se o menino demonstrasse sinais de que não se sentia confiante
para frequentar as aulas, ele informaria a direção.
– Claro que eu não vou
dizer pra ele, porque né, criança costuma não gostar da escola e se eu der um
motivo é capaz de começar a fingir só pra não ir... Apesar de que eu acho que
ele não é esse tipo de criança, mas, enfim... Vou ficar de olho no
comportamento do Paulo quando as aulas começarem e pedir pra Mayara também
prestar atenção. – bebeu um gole de café com leite e então lembrou de outro
assunto que queria falar com o marido.
– Você vai querer fazer
aquela festinha pra comemorar nosso primeiro ano de casados? Chamar a Joana, a
Lola e mais alguns amigos? – Marcelo respondeu que sim, claro que queria, “E eu ia deixar essa data passar sem
comemoração?”
– Eu sei, só perguntei
por que as coisas mudaram um pouco do esquema, agora que o Paulo está aqui com
a gente. É claro que não seria um festão barulhento, mas né, ele tem hora pra
dormir e eu não... – falava meio afobado, tentando justificar seu comentário
anterior, mas ao sentir a mão morna de Marcelo sobre a sua, respirou fundo e
tentou se acalmar.
– Vai dar tudo certo. A
gente faz num sábado, daí se ele for dormir um pouco mais tarde, não tem
problema porque o dia seguinte é domingo. Talvez algum dos meus amigos traga os
filhos, eu acho que seria bom pra ele encontrar outras crianças. – Diego sorriu
e concordou, enquanto mordia um pedaço de pão. Paulo estava com eles há apenas
três dias, mas já fazia parte da família.
– É que eu quero que ele
se sinta bem aqui, sabe? Não consigo parar de pensar na tortura psicológica que
me padrasto devia fazer nesse menino, pelo tanto de pavor com que ele me
encarou quando chegou aqui em casa. – terminou de comer e tirou a mesa,
passando uma água nas poucas louças e colocando-as no escorredor.
– Ele com certeza está se
habituando bem aqui em casa. Você é um bom irmão mais velho, Diego. E claro,
não é a mesma coisa, mas eu também estou aqui pra te dar um suporte. – abraçou
Diego que ainda estava em pé na frente da pia e beijou a curva do pescoço dele
com carinho, arrancando um risinho baixo em resposta.
Era 8h10.
Eles então ficaram
sentados na sala vendo tevê até quase nove da manhã, quando então Paulo
apareceu no fim do corredor, coçando os olhos e vestindo seu pijama do
homem-aranha e chinelos.
– Oi rapazinho, bom dia.
– foi Marcelo quem o saudou e em resposta Paulo sorriu. Tinha começado a gostar
daquele homem, assim como estava começando a gostar do irmão. Ele perguntou se
estava com fome, ao que respondeu que sim com um gesto de cabeça.
Queria falar, até se
esforçava pra isso e quase conseguiu formar uma palavra, mas no fim ela morreu
na garganta. O que deixou Paulo chateado. Sentiu que ia chorar e então fungou e
respirou fundo, lembrando da voz assustadora de trovão do pai “Filho meu não chora!”. Mas estava
difícil segurar e as lágrimas acabaram escapando. Ele era nas palavras do pai “Um fraco”.
– Ei, ei, o que
aconteceu? – sentiu-se ser carregado no colo e ficou surpreso como Marcelo era
alto. Ao lado viu Diego que o encarava com um misto de preocupação e dúvida.
Apontou para a própria
boca que abria e fechava silenciosa e suspirou cansado. Não conseguia falar,
queria, mas algo o estava impedindo e então a imagem da mãe no chão veio de
novo em sua memória e ele chorou ainda mais, um choro silencioso, pontuado só
por chiados baixos e soluçantes.
Marcelo deu tapinhas nas
costas do menino, que enterrou o rosto em seu ombro. Por cima da cabeça de
Paulo, ele lançou um olhar para Diego que parecia dizer “o que eu faço?”
– Paulo... – começou Diego,
tocando de leve o braço do irmão, que ergueu a cabeça e o encarou com aqueles
olhos lacrimosos.
– Olha, eu sei que você
quer falar as coisas pra gente e que não está conseguindo... Por que... Você
ficou muito triste e isso às vezes deixa a gente assim. – não podia falar de
trauma e choque pra uma criança de sete anos, ele não ia entender o que aquelas
palavras significavam, mas “triste” era uma coisa que a maioria das crianças
entendia.
– E tá tudo bem, você vai
conseguir falar de novo em breve, viu? Até lá, estamos aqui pra você, pra tudo
o que você precisar, tá bom? – viu o menino concordar com um gesto lento de
cabeça e fungar uma ultima vez.
– Agora, que acha de a
gente ir lá no seu quarto escolher uma roupa legal, porque daqui a pouco a Mayara vai chegar pra
fazer companhia pra você e você quer estar bonito quando ela chegar, né? – foi
como dizer a palavra mágica, Paulo parou de chorar no mesmo instante e com
gestos pediu para que Marcelo o colocasse no chão.
Diego viu o menino correr
de volta pro quarto e ao segui-lo, encontrou-o abrindo as gavetas da cômoda e
escolhendo as roupas. Marcelo foi atrás e os dois sorriram.
Paulo trocou de roupa,
tomou café (pão com queijo e um copo de achocolatado), correu até o banheiro,
pegou a escova de dente que tinham comprado no dia anterior pra ele, escovou os
dentes e voltou pra sala exibindo um sorriso cativante.
Diego o deixou ficar na
sala vendo desenhos enquanto ele e Marcelo se aprontavam para sair pro trabalho
e foi quando a campainha da casa soou. Após conferir pela janela do quarto que
era Mayara, Diego disse para que Paulo fosse atender.
Quando ele abriu a porta,
lá estava ela, a princesa índia mais linda do mundo. Paulo não sabia explicar,
mas estava fascinado pela moça, que ao vê-lo cumprimentou-o e lhe deu um agrado
nos cabelos, entrando em seguida.
– Bom dia Paulo. – ela
disse enquanto fazia o gesto positivo com o polegar, o qual o menino respondeu
enquanto sorria.
– Oi May, obrigado mais
uma vez por ficar com ele. Tem comida no congelador, só esquentar no
microondas, ele pode assistir desenhos e tem uns brinquedos lá no quarto, jogo
de lego e essas coisas, lá pelas quatro da tarde vocês comem um lanche, tem pão
e tudo o mais no armário. O telefone da imobiliária e do consultório do Marcelo
tão ali na porta da geladeira, qualquer coisa não hesite em ligar pra um de
nós, tá? – Diego despejou toda a informação de forma corrente e meio afobada,
ao que Mayara sorriu e respondeu que ia ficar tudo bem.
– Eu sei, eu confio em
você, mas né... Eu sou um irmão maior de primeira viagem! Bom, tou indo. –
Estava quase saindo quando sentiu um puxão na manga da camisa e ao olhar para
baixo encontrou Paulo parado ao seu lado com aqueles grandes olhos castanhos.
Antes que pudesse
perguntar, viu o irmão estender os braços em um gesto silencioso pedindo um
abraço. Agachou-se e abraçou o garoto por alguns segundos e quando se
afastaram, viu aquele sorriso tímido no rosto do menino.
Marcelo que havia acabado
de entrar na sala, viu a cena e sorriu.
– Então eu tou indo,
espero que vocês tenham um dia legal. – deu um beijo rápido no marido e entrou
no carro, dando um tchauzinho pra eles antes de sumir rua acima.
Quando chegou a vez do
acupunturista sair, também foi barrado pelo pequeno que estendeu novamente os
braços, sendo dessa vez erguido no ar e girado lentamente como se fosse um
avião. Isso o fez rir e Marcelo constatou que o que impedia Paulo de falar, não
o atrapalhava em rir.
– Até mais rapazinho, cuide bem aqui da May,
tá? – ao que o menino em resposta fez o gesto positivo com o polegar,
arrancando uma gargalhada divertida de Marcelo.
***
Depois que os dois se
foram, Mayara fechou e trancou a porta da frente, como havia prometido a Diego
que faria e conduziu Paulo até a sala, onde sobre a pequena mesa de centro ela
colocou algumas coisas que tinha trazido na mochila.
Um livro de colorir,
lápis de cor e alguns DVDs de filmes e desenhos animados. Perguntou qual o
garoto queria assistir, claro que ele escolheu... “Homem Aranha”, o filme de
2002 e apesar de Já ter 16 anos que foi lançado, pareceu prender a atenção do
pequeno que olhava encantando enquanto coloria algumas figuras de super heróis,
l momento em que Peter Parker era mordido pela aranha radioativa e então, olhando
para Mayara de tempo em tempo para confirmar que ela estava ali, Paulo se
sentiu feliz de novo desde que tudo aquilo com a mãe tinha acontecido.
Pensar nela fazia seu
peito doer e dava vontade de chorar, então, ele achou melhor se concentrar no
desenho e no livro de colorir. A forma como Marcelo o carregou, mais cedo e
antes de sair de casa tinha sido tão divertida, ele nunca foi levantado daquele
jeito antes. E o abraço que o irmão lhe deu foi tão bom e fez com que se
sentisse bem.
Pelo pouco que viu dos
dois, podia dizer que eram boas pessoas e apesar da voz de trovão assustadora
do pai ficar voltando em sua cabeça em momentos aleatórios, gritando que o
irmão era uma “bobinação!” e um “peiscador”, ele estava começando a
gostar deles.
Ele se sentia seguro ali.
***
Ela estava sentada no
sofá observando o topo da cabeça cheia de fios castanhos cacheados do menino,
que se dividia entre focar a tevê e baixar-se para o livro de colorir e sorriu
com carinho.
Diego já tinha lhe
contado sobre a família antes, ela sabia que ele tinha sido expulso de casa
pelo padrasto e que a mãe não levantara um dedo em sua defesa. Quando Paulo
nasceu, ele ficou sabendo através de antigos vizinhos com quem ainda mantinha
contato – mas que na época que Beatriz morreu já haviam se mudado de lá.
“Ela teve um bebê, sabe? Me disseram que é um menino. Filho daquele...
Monstro” – o desgosto na voz dele era tanto que ela quase podia tocá-lo
naquele dia. Eles estavam tomando um sorvete numa lanchonete perto da sua casa.
“E você pretende ir conhecê-lo?” – perguntou cautelosa, recebendo em
resposta um risinho de deboche e a resposta atravessada de que “Eu não quero contato com uma cria daquele
escroto.”
E agora Paulo estava ali
sentado na sua frente, colorindo desenhos e antes disso, o abraço que ele e
Diego trocaram transmitia tanto amor fraternal que era impossível acreditar que
ele e o rapaz que lhe disse que não pretendia conhecer o irmãozinho eram a
mesma pessoa.
Claro que a guarda do
garoto meio que foi imposta a ele pela mãe no testamento, não havia uma segunda
opção caso ele recusasse, mas ainda assim, o carinho com que ela viu Diego
tratar Paulo no dia anterior e hoje de manhã era o suficiente pra mostrar que
os sentimentos das pessoas podem mudar para melhor também.
Percebeu então que o
menino estava ficando enjoado de colorir, apesar de ainda prestar atenção no
desenho da tevê. Inclinando-se para perto dele, Mayara disse.
– Ei Paulo, o Diego me
disse que você tem legos lá no seu quarto, que tal você levar esse livro de
colorir e os lápis de cor pra guardar e trazer eles aqui pra gente montar
alguma coisa? – o garoto a encarou como se perguntasse “são meus?” enquanto lançava um olhar para o livro e os lápis sobre
a mesa.
– Sim, eu trouxe pra
você. Mas quero que guarde com cuidado. Vamos manter a casa arrumada, tá? – e
ela deu uma piscadinha simpática que fez Paulo sorrir. O menino se levantou e
entregou o controle do DVD para Mayara, em um pedido sem palavras para que ela
pausasse o vídeo.
Assim que ela o fez, ele
correu até o quarto, carregando o livro e a caixa de lápis de cor, que guardou
numa das prateleiras da pequena estante que havia num dos cantos do quarto e em
seguida, pegou o balde de legos, levando-o para a sala.
***
Foi um dia maravilhoso.
Eles montaram lego, viram outros desenhos no DVD, Mayara esquentou o almoço e
eles comeram fingindo que estavam em um restaurante chique e depois de ele ajudá-la
com a louça (na verdade ela deixou que Paulo lavasse tudo que fosse de plástico
e colocasse no escorredor), eles brincaram de estatua e esconde-esconde (pode
se esconder em qualquer lugar da casa exceto o quarto do Diego e do Marcelo) e
na hora do café ela preparou um bolo simples, que ele comeu enquanto bebia um
copo de suco de laranja.
Quando Marcelo chegou
aquela tarde, por volta das 18h00, encontrou Mayara sentada no sofá vendo um
romance antigo na tevê, com Paulo deitado no colo dela, dormindo.
– O dia hoje foi bom
hein? – ele comentou baixinho enquanto dava um beijo no topo da cabeça da moça
que sorriu e com a ajuda de Marcelo, retirou com delicadeza o menino de seu
colo, depositando-o no sofá.
– E como, ele é um amor
de criança e nós brincamos muito, brincamos tanto que, quando eu o coloquei pra
tomar banho, ele saiu quase caindo de sono. – Marcelo o pegou no colo e já ia
levá-lo para colocá-lo na cama, quando o som do portão informou que Diego tinha
chegado.
– Oi pessoal! Mas o que
aconteceu aqui? – perguntou ao ver Paulo apagado no colo do marido. Mayara
relatou aos dois o dia que teve com o menino e os três sorriram.
– May, eu te dou uma
carona pra casa. Não, eu insisto! – disse Diego enquanto segurava o cotovelo da
moça com delicadeza. Ela juntou as coisas que tinha trazido e antes de ir
embora, deu um beijo na bochecha macia do menino, que sorriu em meio ao sono –
ele estava sonhando com o dia divertido que teve com a princesa índia.
No caminho para a casa de
Mayara, Diego a ouviu falar do dia que teve com Paulo e de como o menino tinha
a gargalhada mais maravilhosa que ela já tinha ouvido.
– Eu pensei que ele não
podia falar.
– A fala é algo
psicológico, mas isso não influenciou o riso. Eu acho que em breve ele volta a
falar. – disse Mayara pensativa.
***
Enquanto isso na casa,
Marcelo já havia colocado o garoto na cama, acendido a luz do abajur e deixado
uma fresta da porta aberta e neste momento estava tomando um gole de água,
quando ouviu o motor do carro de Diego de novo.
Ele entrou e após lhe dar
um beijo rápido, correu tomar uma ducha e trocar de roupa, “tá um forno lá fora, ainda bem que aqui a
gente tem ar condicionado” o ouviu falar enquanto seguia para o banheiro,
mas antes viu Diego dar uma espiada no quarto do irmãozinho, confirmando que o
menino dormia tranquilo.
Voltou meia hora depois, de
banho tomado e trocado e aconchegou-se ao lado do marido na frente da tevê onde
estava passando outro daqueles filmes cult estrangeiros.
– Precisamos organizar as
coisas pra festa do nosso aniversário de casamento... Eu sei, não é uma festa
enorme, vai ser só uma reuniãozinha, mas, né? A gente tem de planejar com um
pouco de antecedência. – ouviu Marcelo concordar, mas então suas pálpebras
começaram a pesar e Diego acabou caindo no sono.
Continua...
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