sábado, 28 de novembro de 2020

Lar é onde o coração está - capítulo 14

 


Abriu um olho e observou em volta. Marcelo não estava na cama, o que fez com que Diego alcançasse o celular na mesinha de cabeceira pra constatar que eram... Só 8h30 de um Domingo preguiço. Mas ele já tinha perdido o sono e resolveu levantar.


Ao entrar no pequeno corredor que ligava os quartos a sala/cozinha, sentiu o cheio de café fresco, mas quando entrou no espaço, não viu o marido. A cafeteira fazia um som gorgolejante enquanto terminava de passar o café. Ele então se ocupou de adoçar a bebida e colocá-la na garrafa térmica, notando que a mesa estava arrumada para o café, mas o porta-pão permanecia vazio.

Foi quanto ouviu o som do portão da frente fechando e logo viu Marcelo entrar segurando um saco de pães e outras coisas e ao vê-lo sentado à mesa da cozinha, ele sorriu de forma gentil.

– Oi, já acordou? – viu o marido depositar as compras sobre a mesa e começar a arrumar as coisas enquanto ele pescava uma fatia de mussarela do pacote embrulhado com o logo da padaria.

– E você também, né? – sentiu um beijo carinhoso ser depositado no topo da sua cabeça e sorriu, para em seguida exibir uma expressão frustrada, pois se lembrou do pequeno papelão que fez na noite anterior.

– Eu fiz um vexame ontem a noite, não foi? Imagina se tivesse bebido mais? – Marcelo o tranquilizou dizendo que não tinha sido tão grande assim, “além do mais, o pessoal era quase tudo de casa, eles sabem o que você passou”.

Diego ia responder dizendo que se sentia idiota, mas o celular tocou, chamando sua atenção. No visor estava escrito “Mayara”.

– Oi Di, te acordei? – respondeu que não, ao que ouviu a moça suspirar aliviada do outro lado da linha. Ela então contou que Letícia tinha lhe informado na noite passada que a sobrinha dela estava na cidade e que levaria a menina ao Parque ecológico Tietê e sugeriu convidar Paulo para vir junto. “Se você deixar, claro”.

Ouviu que o itinerário delas incluía soltar pipa, andar de pedalinho e fazer um picnic perto do lago que tinha no parque. Diego disse que ia perguntar ao menino e já ligava para dar a resposta.

Bateu na porta e a abriu, encontrando Paulo meio acordado, mas ainda quase cochilando. No entanto, quando comentou sobre o convite de Mayara, viu o menino pular da cama de repente e após escolher uma muda de roupa, que colocou sobre a cama, correr até o banheiro para tomar banho, não sem antes dizer “Eu quero ir sim!”

– Alô, Ma, você precisava ver aqui, acho que nem se a casa tivesse pegando fogo ele teria saído da cama tão rápido. Sim, tem razão, é a ultima semana antes do começo das aulas e ele ainda não fez nenhuma amizade. Tenho certeza que o Paulo vai se dar muito bem com a sobrinha da Letícia, Talita é o nome dela? Legal. Vocês vão passar aqui lá pelas 10h00? Ótimo. – voltou pra cozinha onde trocou um olhar com Marcelo, para em seguida dizer à moça.

– Obrigada por se lembrar dele, Mayara, agradeça a Letícia também. Estaremos esperando vocês. – contou sobre o conteúdo da ligação ao marido enquanto ouvia o click da porta do banheiro se abrindo e alguns minutos depois, viu o menino entrar no cômodo, cabelo penteado, camiseta do homem-aranha e bermuda combinando e os tênis de velcro.

– Você arrumou uma mochila? – perguntou Diego, ao que ao ouvir Paulo dizer que não, voltou com o menino até o quarto e montou um kit de emergência com uma muda de roupas e na cozinha, picou uma maçã, que colocou num potinho plástico.

– Elas vão chegar por volta das dez, ali, ponteiro grande no 12 e o pequeno no 10. Vai demorar um pouquinho, quer tomar café e ver uns desenhos enquanto isso?  – serviu ao menino pão com queijo e presunto e um copo de leite com chocolate e o viu rumar para o sofá, tomando cuidado para não derrubar a bebida.

Quando ouviu o som de um carro parando na frente da casa, Paulo saltou do sofá e após depositar o copo e o prato na pia e correr até o banheiro escovar os dentes uma segunda vez, voltou animado para a porta de entrada.

Antes que pudesse correr até o portão onde Mayara o esperava, sentiu seu braço ser segurado pela mão firme do irmão e o ouviu murmurar em seu ouvido esquerdo.

– Se comporte direitinho e obedeça a Mayara e, por favor, não se afaste delas e não vá andar sozinho pelo parque, tá bom? – ao que ele respondeu “eu prometo” e antes de sair deu um abraço no irmão e em Marcelo, que o acompanhou para abrir o portão.

Viu o irmãozinho entrar no banco de trás do carro de Letícia, sendo saudado com um sorriso por uma garotinha que devia ter a mesma idade dele e usava o cabelo castanho comprido em um alto rabo de cavalo. E então eles sumiram na esquina.

Era a primeira vez desde que Paulo veio morar com eles que estavam completamente sozinhos. E essa sensação pareceu boa, melhor ainda por saber que o menino estava seguro e ia se divertir. Então, por que eles dois também não poderiam se divertir um pouco?

– Ei, a Mayara me disse que eles só vão voltar lá pelas 17h00, então até lá somos... Só nós dois em casa, o que acha de a gente fazer aquela comemoração particular que não conseguimos completar ontem? – disse enquanto abraçava o marido pela cintura, ao mesmo tempo em que o via fechar a porta da frente.

– Você quer ir pro quarto? – começou Marcelo, ao que Diego disse que “só para buscar algumas coisas”, pois sem o risco do menino ver o que não devia, eles podiam fazer amor onde quisessem.

***

Após pegar na gaveta da mesinha de cabeceira alguns preservativos e o tubo de lubrificante, Diego voltou para a sala, prensando Marcelo contra a bancada que dividia o espaço com a cozinha, ouviu ele comentar que tinha de lavar a louça do café, mas não o deixou terminar a frase, beijando-o com ardor. Depois dariam um jeito na louça e nas outras tarefas de casa, naquele momento, ele queria aproveitar a privacidade momentânea que tinham conseguido.

Beijou a curva do pescoço do marido enquanto arrancava a camiseta regata que ele estava usando e baixava a bermuda e a roupa íntima de uma vez só. Não se sentia tão a fim desde que casaram há um ano. Aquela mudança na rotina parecia estar surtindo um ótimo efeito nele.

Ajoelhou-se e segurou a ereção semi rígida do outro na mão, erguendo os olhos em uma pergunta silenciosa de se poderia continuar, ao que em resposta, sentiu os dedos mornos do marido acariciarem seus cabelos.

Iniciou uma felação lenta, sem cortar o contato visual o máximo que conseguiu, massageando a área abaixo da ereção enquanto ouvia os gemidos sufocados de Marcelo escapar conforme ele ia chegando mais perto do ponto crítico.

Dentro das suas calças, sua própria ereção também pulsava dolorosa pedindo por alivio e então, antes que fizesse Marcelo chegar ao ápice, o próprio o impediu, afastando seu rosto com delicadeza para em seguida colocá-lo sentado sobre a bancada da cozinha, corpo deitado na extensão da peça, pernas para fora enquanto sentia as peças de roupa abaixo de sua cintura ser retiradas e então, ser levado ao êxtase pela boca morna e habilidosa do outro, que ao mesmo tempo, passou a preparar sua entrada, espalhando um pouco do gel que trouxera do quarto.

Estava entorpecido pelo prazer, quando viu Marcelo pegar um dos preservativos que estavam no canto da bancada e colocá-lo no próprio membro e então sentiu sua camiseta ser retirada e beijos mornos serem depositados por seu tórax desnudo, culminando com um tórrido beijo nos lábios, arrebatador o suficiente para lhe tirar o fôlego.

– Vamos lá... Continue. – instigou ofegante enquanto sentia as mãos firmes do marido segurarem suas coxas, elevando-as e fazendo com que as pernas envolvessem a cintura morna e macia, ao mesmo tempo em que sentia a firmeza pulsante roçar contra sua entrada.

Ele o invadiu e Diego jogou a cabeça para trás na bancada, emitindo um longo gemido de prazer, ao mesmo tempo em que sentia os dedos de Marcelo acariciar seu tórax, os mamilos, o umbigo e por fim o baixo ventre. Ele investia contra si em movimentos cadenciados e cuidadosos, mas ao mesmo tempo excitantes.

Sentia seu corpo friccionar contra a fórmica do balcão e a cada nova investida, sentia-se mais perto de atingir o auge do prazer. E Marcelo também experimentava uma sensação diferente, era a primeira vez que faziam amor em um lugar que não fosse o quarto e a simples mudança de cenário parecia surtir grande efeito em ambos.

Quando sentiu que estava chegando ao máximo, investiu contra o corpo do marido uma ultima vez e então, debruçando-se sobre ele e beijando-o com paixão, despejou seu prazer contra o preservativo, soltando um gemido estrangulado durante o processo. A fricção do ventre de ambos, contra sua própria ereção, fez com que Diego também liberasse sua carga, ofegando exausto.

Afastou-se da bancada para descartar o preservativo e ao voltar, olhou para Diego deitado sobre o espaço, nu e ainda ofegante, com o ventre coberto com o próprio prazer e após ajudá-lo a se limpar e levantar, ele beijou-o nos lábios e na testa, abraçando-o.

– Uau, foi uma ótima primeira rodada. O que? Você acha que eu não vou aproveitar o fato de que estamos sozinhos pra repedir a dose mais algumas vezes? Mas eu te dou um tempo pra recuperar o fôlego. – Diego riu e deu um suave peteleco com o dedo indicador no nariz de Marcelo, rumando para o banheiro, completamente nu.

Parou no meio do corredor e perguntou: “Você não vem?” e tinha como resistir a ele?

***

Fizeram amor no chuveiro, no sofá e na cama de casal. Almoçaram e trocaram beijos e carícias quentes e toques ousados e faltando uma hora para Paulo voltar, eles fizeram amor mais uma vez. Era como quando começaram a namorar, sempre que se viam só conseguiam pensar em uma coisa.

Durante o dia, Mayara mandou para Diego fotos dos quatro no parque. Paulo estava orgulhoso de ter conseguido colocar uma pipa no ar e ela contava que ele e Talita se deram muito bem. Havia outras fotos deles nos pedalinhos de cisne, o garoto com a menina em um e com certeza, Mayara e Letícia no outro. Lá pelo meio do dia recebeu fotos do pic nic e viu Paulo com um sanduíche e um enorme sorriso no rosto.

– Que bom que ele está se divertindo. – comentou enquanto estava deitado no colo de Marcelo. Eles haviam enfim esgotado a histamina que tinham e agora só queriam ficar ali, juntos vendo filmes na tevê.

– Verdade, eu acho que a última vez que eu vi ele assim tão feliz foi mês passado quando o levamos no cinema.

Quando Mayara trouxe o garoto de volta, estavam exaustos, mas felizes demais. Diego mandou o irmãozinho tomar banho enquanto conversava com Mayara.

– Parece que ele se divertiu. – ao que a moça respondeu que foi difícil convencer o menino e Talita a virem embora.

– O parque tava fechando e eles queriam continuar soltando pipa. Você viu que ele trouxe uma com ele, né? Eu prometi levá-lo lá mais vezes no futuro, se não tiver problema, claro. – Diego sorriu, pensando em como aquelas horas com Paulo fora de casa foram bem aproveitadas por ele e Marcelo e respondeu que não havia problema nenhum.

– Ele ainda está meio receoso, fala muito pouco e às vezes até parece um mini adulto! Isso me incomoda um pouco, mas hoje ele está parecendo um menino de seis anos, inclusive chegou todo sujo de terra, como um garoto da idade dele devia voltar do parque. Obrigado por lembrar dele, May. – abraçou a amiga e então viu o carro de Letícia parado do lado de fora.

– Convida ela pra entrar. – mas Mayara respondeu que não podia, porque a outra estava com um prazo apertado pra entregar alguns projetos de social mídia pra empresa, mas que tinha se comprometido a lhe dar uma carona de volta pra casa.

– E como estão às coisas, digo, vocês estão se vendo há uns três dias, eu acho. Ainda é algo bem recente e eu sei como funciona o seu emocional, mas... – Mayara suspirou baixinho e respondeu, enquanto olhava por cima do ombro, para Letícia no carro.

– Ela é um amor. Eu contei que sou demi e ela disse que entendia como funcionava e que esperaria até eu sentir por ela o que ela já sente por mim, pra darmos o namoro como oficial. Eu quero muito que dê certo, sabe? – Diego concordou com um gesto de cabeça, mas ao ouvir a porta do banheiro abrindo, disse que precisava ver se Paulo tinha fechado o registro do chuveiro direito. Essa foi a deixa para Mayara ir embora também.

***

Quando ela entrou no carro, exibia um sorrisinho maroto que não passou despercebido por Letícia, que ao perguntar o que ouve, recebeu em resposta.

– Aqueles dois aproveitaram muito as horas que estiveram sozinhos. Tava estampado na cara do Diego.

– Que bom, eu também tive um dia ótimo com as crianças e você. – sentiu a mão morna de Letícia segurar a sua com carinho e retribuiu o aperto, sorrindo.

– Agora, vamos levar você pra casa, ou suas mães vão achar que eu te raptei. – as duas riram enquanto o carro saia da frente da casa.

Sim, tinha sido um dia bem divertido.

Continua...

 

Nota da autora:

 

No próximo capítulo eu vou apresentar como foi o dia dos quatro no parque.

Eu sei que essa história está ficando com muitos capítulos, mas é porque eles são curtos. Se eu os escrevesse como costumo fazer, arquivos do Word de 15 a 19 páginas, talvez tivesse menos capítulos, mas a leitura seria menos dinâmica.

Espero que estejam gostando e se esse for o caso, por favor, deixe um comentário+ eu quero saber o que vocês acharam da cena lemon, eu ia colocar mais uma, mas no fim desisti porque achei que ia ficar meio repetitivo.

Enfim, obrigada a todas as pessoas que estão acompanhando esta história, mesmo que não deixem um comentário, saber que você está lendo o que eu escrevo me deixa feliz.

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