sábado, 13 de fevereiro de 2021

Lar é onde o coração está - capítulo 23

Acordou cedo, muito cedo. Estava animado.

Seria a primeira festa de carnaval em que iria e não via a hora de chegar na escola e encontrar Agatha e Luís.

Vestiu a fantasia de Homem-Aranha e calçou os tênis com detalhes do herói aracnídeo, pegou a sacola com os pacotinhos de confete e saiu do quarto, apenas para descobrir que eram apenas 8h00, segundo o jornal da tevê.

Sentou-se no sofá e mudou para o canal de desenhos, os quais ele assistia com um pouco de dificuldade pelos furinhos da máscara da fantasia. Mas estava tudo bem, não via a hora de chegar na escola.

Enquanto isso, no quarto Diego rolou para o lado abraçando a cintura do marido e suspirando. Pela primeira vez desde que recebeu Paulo em casa, estava conseguindo dormir bem, afinal tinha botado pra fora aqueles pensamentos intrusivos que o corroíam por dentro.

Amanhã começava o feriado do carnaval, fim de semana, segunda, terça e metade da quarta-feira de folga! Eles costumavam viajar pra praia quando eram namorados, mas, este ano seria diferente e estava tudo bem. Ficar em casa também parecia bom.

Teria continuado dormindo se não tivesse ouvido um tilintar alto na cozinha. Sempre teve sono leve, com exceção de quando estava muito cansado. Sentou-se na cama e olhou para Marcelo, que continuava dormindo. Resolveu levantar e verificar de onde vinha o som.

Quando chegou na cozinha, encontrou Paulo, usando a fantasia, trepado numa das banquetas do balcão, tentando pegar a caixa de cereal, no escuro.

– Paulo, o que você tá fazendo ai, menino? – acendeu o interruptor e fez o garoto descer da banqueta e pegou a caixa de sucrilhos e a tigela plástica que ficava ao lado.

– Eu queria tomar café. – a resposta foi tão sincera que Diego não conseguiu ficar bravo com o garoto por muito tempo.

– Então porque não me chamou? – serviu o cereal na tigela e completou com leite, enquanto removia a máscara de plástico e colocava um guardanapo de pano grande na gola da fantasia. “Você não vai querer ir pra escola com a roupa suja de leite, né?

– Eu queria fazer sozinho. – sentou-se ao lado do irmãozinho e ficou observando ele comer enquanto pensava o que fez o menino querer ser independente de uma hora para a outra.

– É legal fazer algumas coisas sozinho, mas para outras coisas, você ainda precisa pedir ajuda e não tem nada de errado nisso, viu? – afagou os cabelos cacheados do menino, para em seguida levantar e colocar a cafeteira para funcionar.

Lavou a tigela e a colher que o menino usou e após adoçar o café, serviu-se de uma caneca. Sentia o olhar atento de Paulo a cada um dos seus movimentos, a forma como ele o admirava estava estampada naquele rostinho simpático.

– Você escovou os dentes e lavou o rosto? – ao ouvir uma negativa murmurada, convenceu o menino a ir até o banheiro fazer as duas coisas. “Deixa a máscara aqui e cuidado pra não derrubar pasta de dente na fantasia”.

Marcelo estava saindo do banheiro quando foi atropelado pelo que ele chamou de “caminhãozinho Paulo” que vinha em alta velocidade pelo corredor. Antes de entrar no banheiro, o menino se desculpou pelo encontrão.

– Bom dia, ele tá animado, não? – deu um beijo na têmpora direita de Diego e pegou uma caneca no armário, comentando como o café estava cheirando bem.

– Nem me fale, acredita que eu peguei ele montado numa das banquetas, tentando pegar a caixa de cereal? Imagina o que eu pensei quando vi? Exato, um acidente pronto pra acontecer. Não quero nem pensar se ele quebrasse um braço ou uma perna. – cortava um filãozinho e passava margarina quando viu o menino voltar exibindo os dentes, como se dissesse “Viu, eu escovei”.

– Certo mocinho, agora que tal você ir ver um pouco de desenho, porque a Mayara só vai chegar daqui mais ou menos uma hora pra te levar pra festinha de carnaval. E quando ela te deixar lá, você já sabe, né? – viu o menino revirar os olhos e teve de conter uma risada, nem tinha feito sete anos e já sabia fazer deboche!

– Sei. Eu entro na escola e eu só saio quando ela tiver lá no portão me esperando. Eu já sei, eu já sei. – em seguida Paulo bufou e se esparramou no sofá, enfiando a máscara de plástico no rosto.

– Você viu isso. – murmurou Diego enquanto soltava um risinho abafado, que foi complementado por outro de Marcelo.

– Fico pensando quando ele virar adolescente... Vamos ter problemas. – declarou Marcelo sufocando um riso, afinal, não podiam deixar que o menino soubesse que eles acharam o que ele fez engraçado ou perderiam o pouco de autoridade que tinham.

***

Estava no chuveiro, quando sentiu o braço firme de Francisco envolver sua cintura e riu. Fazia uns bons anos que estavam juntos, mas o fogo do relacionamento continuava aceso.

Sentiu as mãos mornas dele acariciar a frente do seu corpo, deslizando pelos mamilos e fazendo o trajeto até quase aquela área abaixo da cintura e parando de repente. Então o ouviu sussurrar em seu ouvido direito.

– Hoje eu só queria curtir você um pouco, só ficar assim juntos, eu posso? – respondeu inclinando a cabeça para trás e sorrindo. Mas até o fim do banho, eles acabaram fazendo alguma coisa mais... Quente, afinal, o contato próximo causou todo tipo de estimulo.

Quando saíram, Joaquim perguntou se o outro não tinha de ir trabalhar aquele dia. Não de forma grosseira, mas sim preocupada. Ao que Francisco respondeu que conseguiu uma folga para emendar o feriado.

Enquanto tomavam café, o loiro se lembrou da moça que tinha encontrado no parque outro dia.

– Eu encontrei a Marina e a namorada outro dia no parque aqui perto, ela pediu pra eu te mandar um abraço. – ao que Francisco perguntou, “Que Marina?”.

– Você sabe, Marina, aquela moça bonitinha que tava na festa do Diego e do Marcelo. Cabelo preto comprido, indígena, que cuida do Paulo. – viu o namorado encará-lo sério por alguns segundos e então soltar uma gargalhada alta.

– Que foi que eu disse? – perguntou ao mesmo tempo em que pescava um pedaço de presunto da bandejinha.

– Ela se chama Mayara, Quim. Mas tá tudo bem, afinal você só viu ela uma vez, então é normal confundir os nomes. Pelo menos você acertou a letra. – sentiu o rosto esquentar e agradeceu mentalmente por não ter arriscado cumprimentá-la naquele dia.

– Eu a conheço desde que a Lola e Joana a adotaram. A Mayara tinha uns olhos enormes e assustados. Isso já faz uns 15 anos. – Joaquim sorriu melancólico e pensou que todos eles se conheciam há tempos, a moça, as mães dela, Diego, Marcelo e claro, Francisco. E ele era um intruso.

Quando ouviu o namorado perguntar se estava bem, forçou um sorriso e respondeu que sim. Não queria demonstrar que estava enfiando minhocas na cabeça de novo.

***

Mayara chegou as 10h30 e foi recebida pelo “seu amigo da vizinhança, o Homem-Aranha”, que ao ver a moça, segurou-a pela mão, puxando-a para fora e nem deixando que ela entrasse em casa.

– Vamos May, a Agatha e o Luís tão me esperando! – a moça fez um gesto com a mão livre “Acho que não tenho escolha” e sorrindo, deixou-se ser puxada pelo menino, ouvindo Diego gritando do portão “Lembre do que eu falei, Paulo!”.

O menino estava usando um pequeno cantil de plástico atravessado no ombro que balançava cheio de água gelada. O irmão tinha dito para ele beber um pouco de tempo em tempo enquanto estivesse brincando.

Eram poucas as quadras até a escola e quando chegaram, encontraram os portões decorados com serpentina e confete espalhado na calçada e a tia do portão, Dona Neuza, cumprimentava as crianças enquanto vestia uma máscara de papel que cobria a parte de cima do rosto.

– Certo então Paulo, seu irmão já te disse tudo isso, mas eu vou repetir por precaução. Não saia da escola até me ver no portão, não vá com ninguém, nem mesmo os seus amigos para nenhum lugar fora da escola e se alguém fizer algo que você não gostar, conte pra sua professora, tá bom? – viu o rosto plástico da fantasia fazer um gesto para cima e para baixo com a cabeça.

– Agora dá um abraço aqui e eu volto te buscar daqui quatro horas, tá bom? – sentiu os braços mornos do menino envolverem o seu pescoço e abraçou aquele corpinho frágil com carinho.

Ele cumprimentou Neusa e correu para dentro da escola, onde uma menina bonitinha negra vestida de Mulher maravilha e um menino asiático vestido de lanterna verde o esperavam; ambos também usavam pequenos cantis atravessados nos ombros. Mayara ainda teve tempo de ver Paulo tirar os pacotinhos de confete da sacola e entregar um para cada uma das duas crianças.

E então ela deu as costas para o portão e começou a voltar pela calçada, quando o canto do seu olho esquerdo viu um vulto que lembrava uma pessoa idosa, mas, ao virar a cabeça para conferir, não encontrou ninguém. Talvez estivesse ficando paranoica.

***

– Temos quatro horas até ele voltar, o que você quer fazer? – disse Diego enquanto terminava de lavar a louça do café, enquanto Marcelo secava e guardava as peças.

– A gente pode... Voltar a dormir, assistir uns filmes na tevê... E sim, a gente também podia transar, mas você realmente quer fazer isso tendo de ficar de olho no relógio? É tão desconfortável. – tinha de concordar, a ultima opção era meio estressante, pois diferente daquele dia que Mayara levou o menino para soltar pipa e eles ficaram fora o dia todo, agora seriam só umas horas.

– Vamos ver aquele filme, aquele do Lynch* que tem três horas de duração e que você vem me importunando pra ver há meses. Viu? Eu sei te agradar de outras formas também. – respondeu enquanto tocava a ponta do nariz do marido com o indicador e então o sentia beijá-lo.

***

As crianças estavam fantasiadas dos mais diversos tipos de personagens e algumas usavam fantasias improvisadas. Havia uma menina vestindo um maio laranja, com uma faixa que parecia ser de papel crepom escrito “Rainha do carnaval” e o cabelo preso em um coque recoberto por uma coroa fantasia* e tinha um garoto usando uma máscara de pano e uma capa amarrada no pescoço com um grande “S” escrito no peito.

Mas ali não era um desfile de fantasias, não havia competição de “a minha roupa é melhor que a sua”. A grande quadra de esportes da escola foi dividida em pequenos blocos com cordões, onde foram separadas as demais séries escolares. A de Paulo era o “Bloco dos girinos”.

Ele e os dois amigos passaram boa parte do tempo atirando o confete trazido uns nos outros e pulando como pipoca no espaço direcionado para sua classe. Marta estava em pé próxima ao canto da quadra de olho nas crianças e de vez em quando mergulhava naquele mar de pessoinhas para separar alguns meninos que começavam a se empurrar e brigar.

Ainda estavam pulando animados quando a diretora, dona Marília, falou nos alto faltantes acoplados na quadra.

– Pessoal, pessoal! A festa tá muito boa, mas chegou a hora de a gente ir embora. Eu sei, todo mundo quer ficar mais um pouco, mas acabou. – ouviu-se um burburinho irritado por parte das crianças, mas a diretora continuou, subindo em um pequeno palco para ser vista por todo mundo.

– Professoras, por favor, levem seus alunos para as salas e então os dispensem uma turma por vez com intervalo de dez minutos entre cada sala. As turmas do “bloco dos girinos” primeiro e por último, a turma do “bloco dos sapinhos”. Espero que tenham gostado da nossa matinê e bom feriado para todos. – a mulher desceu, auxiliada por uma das professoras e então observou cada turma ser agrupada por sua professora responsável e levada as salas de aula.

Quando Paulo saiu, não viu Mayara e por isso permaneceu ao lado de Dona Neusa, observando o movimento. Agatha perguntou se ele queria uma carona, pois o pai dela ia dar uma para Luís.

– Desculpa, eu tenho de esperar pela... Mayara! – quando viu a moça, correu em direção dela, a máscara pendurada no pescoço pelo elástico e o cabelo repleto de confete. A abraçou como se não visse a moça há anos.

– Você se divertiu? – ela perguntou enquanto espanava o confete dos cachos do menino e via um homem alto de pele negra e sorriso cativante se aproximar, mas não gostou da forma como ele a mediu de cima a baixo com os olhos.

– Oi, eu sou o pai da Agatha, você deve ser a mãe do Paulo. – ao ouvir o final da frase, ela sentiu o menino apertar mais o abraço em volta da sua cintura. Como ia explicar que a mãe do menino tinha morrido, sem deixar que Paulo ouvisse?

– Não, eu cuido dele depois da escola. Mayara. – estendeu a mão, por educação para o homem, que a segurou por mais tempo do que manda a etiqueta, o que fez com que seu estomago se embrulhasse.

– Silas. E essa pequena aqui é a Agatha. – viu o homem carregar a menina no colo e ela rir deliciada. Ele parecia um bom pai, mas...

– Então vamos indo, mocinho? – disse, para tentar dar a conversa por encerrada sem ser grosseira. Ouviu Silas perguntar se eles não queriam uma carona, já que também levaria Luís. Ela viu o menino baixinho e asiático escondido atrás das pernas do homem sorrir sem graça.

Agradeceu, mas, disse que Paulo morava ali perto, então não havia necessidade, ainda assim o homem insistiu mais algumas vezes e Mayara recusou enquanto esforçava-se para ser educada.

Paulo se despediu dos amiguinhos e eles caminharam pela calçada de mãos dadas, o menino deixando um pequeno rastro de confete colorido para trás conforme andava. Ela notou que ele ficou incomodado com a pergunta de Silas, entretanto não queria remexer aquele sentimento doloroso que tinha começado a se curar.

Faltavam poucos metros para chegarem em casa, quando Paulo a chamou com a voz meio chorosa.

– May, por que ele perguntou se você era a minha mãe? – ela se agachou até ficar na altura do menino e secou as lágrimas que começavam a escorrer, enquanto o abraçava e dizia coisas como “pronto, pronto, tá tudo bem.

– É porque eu fui buscar você, querido. Ele se enganou e não disse aquilo por mal, entendeu? – viu o garoto concordar com um meneio de cabeça enquanto fungava baixinho e aquele gesto lhe lembrou de Diego.

– Que tal a gente tomar um sorvete antes de ir pra casa? Eu vou só avisar o seu irmão e... Pronto! – enviou um whats para Diego e segurando outra vez a mão do garoto, foi com ele até uma sorveteria pequena que havia no bairro.

A mensagem chegou enquanto viam os créditos finais do filme. Diego não tinha entendido coisa nenhuma de nada daquele filme, mas, Marcelo parecia feliz e isso era o bastante.

Di, o Paulo tá meio tristinho porque um pai na porta da escola perguntou se eu era a mãe dele, acho que a coisa toda ainda tá muito recente pra ele. A gente vai naquela sorveteria ali no fim da rua e depois eu levo ele pra casa, tá bom? Espero que esteja tudo bem com vocês, bjus May.”

Sorriu e comentou a mensagem com o marido, respondendo com “Sem problema e estamos bem sim, May. Depois eu te conto tudo direitinho.”

Deitou a cabeça no ombro de Marcelo dizendo que ele quem escolheria o próximo filme.

***

Não tinham muito que fazer e acabaram cochilando no meio da tarde. Joaquim acordou lá pelas 16h00 com o clássico gosto de “cabo de guarda-chuva” na boca, não sabia quem tinha inventado a expressão, mas parecia correta para o que sentia naquele momento.

Pegou o livro que estava lendo outro dia e que até aquele momento estivera na mesinha de cabeceira e abriu na página marcada pensando que precisavam fazer alguma coisa naquele feriado prolongado, ir pra praia estava fora de cogitação. Não só por não ter mais casas pra alugar, como também pelo fato de ele virar um camarão tostado, mesmo passando protetor solar.

Talvez pudessem ir ao cinema, quem sabe convidar Diego e Marcelo outra vez. Ainda tinha algum tempo para pensar o que iam fazer. Olhou pro lado e viu o namorado dormindo largado e sorriu.

Continuava preocupado de não conseguir um novo emprego, mas naquele momento tentou se livrar dos pensamentos intrusivos e apenas curtir o momento, o silencio e a paz ao lado do homem que amava.

Continua...

Nota da autora:

***OBSERVAÇÃO***

Para quem se preocupou com a situação familiar com que eu estava lidando aqui semana passada, adianto que já passou e agora está tudo bem, voltamos agora  a nossa programação normal. (13/02/2021)

*

*

*

E ai está a festinha de carnaval das crianças e se você estiver lendo isso entre os dias 13 e 16 de Fevereiro de 2021, feliz Carnaval pra você! (e se quiser, leia também minha outra história, “Hoje é Carnaval” que está aqui nesta conta completinha da silva!).

Falar a palavra “mãe” ainda é uma coisa delicada para o Paulo e vai piorar, pois vem ai o “Dia das mães”. O comportamento dele é levemente inspirado no de uma vizinha minha, que perdeu a mãe aos três anos e um pouco meu, que perdi a minha aos 26.

A gente nunca supera essas coisas.

Vocês conheceram o pai da Agatha, ele é um playboy bonitão e que dá em cima de todas as mulheres que acha bonita, apesar de ser casado e de varias delas não quererem nada com ele. Silas não é um mal pai, mas com certeza não é um marido fiel.

Eu falei da etnia do Luís também, até o momento eu não tinha citado como ele era fisicamente.

Minha ideia é mostrar o cotidiano dos casais +a velha suspeita fez uma nova aparição. Ela esta chegando mais perto, mas adianto que, não é nada sobrenatural.

Obrigada por ler até aqui e espero que esteja gostando, eu tenho planos de estender essa história por um longo período da vida do Paulo, mas sei lá, dependendo do feedback baixo talvez eu termine ela quando o ano em que a história está se passando terminar, então, por favor, deixem comentários se vocês querem que ela seja estendida.

Enredo pra isso eu tenho, mas preciso saber se vocês vão querer ler.

Obrigada e até o próximo capítulo.

Perséfone Tenou

Notas:

*Lynch: David Lynch é um diretor com filmes bem confusos e complexos que muita gente acha desconfortáveis de assistir. O filme em questão que eles estão vendo é “Império dos sonhos” que tem 2h59min de duração.

**Rainha do carnaval: Essa foi a minha fantasia de carnaval quando eu tinha uns 08 anos. Minha mãe que fez pra mim, porque naquele ano a gente não tinha dinheiro pra comprar uma fantasia pronta. E eu fiz sucesso na matinê com ela. 

Nenhum comentário:

Lar é onde o coração está

Sinopse: A vida de Diego mudou completamente quando ele recebeu uma ligação num Domingo de manhã, informando que sua mãe, com quem ele n...