sexta-feira, 23 de abril de 2021

Lar é onde o coração está - capítulo 28

Naquele sábado de manhã, do outro lado da cidade, Francisco deixava Joaquim na frente do consultório onde ele trabalhava como assistente. Antes que o loiro pudesse descer do carro, ouviu o namorado chamá-lo e quando olhou para trás, recebeu um beijo cálido e longo nos lábios.

– Tá bom, agora eu tenho de ir porque o Alberto não gosta quando os funcionários se atrasam... Ele é bem chato, pra falar a verdade. – sussurrou enquanto ria e enfim descia do carro. Apesar da secretária também ter a chave do consultório, na maioria das vezes era ele que abria a porta, ligava as luzes e preparava tudo para o começo do dia.

Estava destrancando a porta do consultório quando ouviu alguém chamá-lo. Olhou por sobre o ombro e encontrou seu chefe, Alberto, parado há alguns metros dele exibindo uma expressão desconfortável.

 – Bom dia, Alberto, chegou cedo hoje. – entrou na sala de espera e acendeu as luzes, como vinha fazendo no último mês, mas, quando iluminava o consultório em si, percebeu que o outro não o seguiu. Perguntou se ele estava bem, ao que ouviu um murmúrio irritado em resposta.

– Aconteceu alguma coisa? – perguntou enquanto sentia o medo preenchê-lo como um líquido gélido. Não tinha tido problema com o dentista até o momento, mas a expressão facial de Alberto o fez repensar a situação.

– Na verdade aconteceu sim, Joaquim. Eu estava chegando agora a pouco e vi você dentro de um carro beijando um cara. – o tom de voz aplicado pelo dentista disparou um alarme mental na cabeça do rapaz, pois já havia visto aquele comportamento antes.

– É, ele é meu namorado. – respondeu confiante, pensando que já que tudo estava perdido, para que tentar esconder? Viu uma expressão de repugnância tomar conta do rosto de Alberto e ali teve a confirmação de que se permanecesse no emprego, sofreria todo tipo de ataque velado.

– Eu agradeceria se você mantivesse sua vida particular longe do meu consultório. – “E eu agradeceria se você não fosse um homofóbico escroto de merda” pensou Joaquim, mas respirou fundo e engoliu a frase.

– Eu não estava no “seu consultório”, estava dentro do carro com meu namorado ou será que você acha que seus pacientes vão aparecer aqui as 7h45 para verem alguma coisa? – estava ficando irritado com aquela conversa que ao que tudo indicava ia terminal mal.

– Mesmo assim, não é de bom tom... – o que Joaquim queria era dar um soco no meio daquela cara redonda e rosada do dentista, mas sabia que se fizesse isso ia perder qualquer chance que pudesse ter de ganhar aquela briga.

– Sinceramente Alberto, se as coisas vão ser assim, eu gostaria de encerrar o meu contrato agora mesmo. Você me paga os dias que eu trabalhei e pronto, não nos vemos nunca mais. – viu a boca do outro se abrir em um “O” de surpresa e sentiu uma pequena pontada de felicidade, não era certo sair sem lutar, mas estava cansado de tentar enfrentar aquele tipo de gente.

– Não, eu preciso que você me assista pelo menos por hoje, tenho um tratamento de canal agendado para as 14h00 e vou precisar de ajuda. Mas se no fim do dia ainda for sua vontade reincidir o contrato, eu o farei com o maior prazer. – aquele pequeno crápula! Estava distorcendo as coisas para fazer parecer que em sua infinita “bondade” resolveu dar uma segunda chance para ele.

– Muito bem, eu assisto você hoje, mas acabando o tratamento da paciente, você assina os papéis, me paga o valor que me deve e eu vou embora. – seria um longo dia.

***

Diego se virou na cama e encontrou o corpo macio de Marcelo ao seu lado e então o envolveu de forma languida com os braços. Ainda era cedo, era Sábado e ele estava exausto de ter tomado conta de Paulo no dia anterior. A febre e a dor de barriga sumiram de repente como mágica e lá pelo meio do dia o menino estava como sempre, feliz e animado.

Mas o susto foi forte o suficiente para exaurir Diego. Afinal, ele nunca tinha tido de cuidar de uma criança que ficou doente, muito menos uma que apresentou sintomas por causa de uma situação emocional especifica.

Mas agora ele estava bem e era isso que importava”, o pensamento surgiu com naturalidade em sua cabeça e o fez sorrir. Sim, Paulo era uma boa criança, mas às vezes o comportamento dele oscilava entre uma maturidade assustadora e uma infantilidade gritante. Era como se ele pendesse entre os dois extremos numa tentativa de ser quem era.

– Bom dia. – ouviu Marcelo murmurar ao seu lado e sorriu. O relógio na mesinha de cabeceira informava que eram 8h15. Diego suspirou e encostou a testa no peito do marido, cansado.

– Queria dormir por uns mil anos. – murmurou abafado enquanto sentia o braço firme do outro envolver suas costas e acariciar seus cabelos. Sentia-se mentalmente exausto, como se tivessem drenado toda sua energia.

– Ontem foi cansativo, né? – respondeu com um resmungo e continuou com o rosto escondido no tórax do outro. Acabou adormecendo de novo e só acordou com o celular vibrando na mesinha ao lado da cama.

Estendeu o braço para apanhar o objeto e ao ver quem era, esboçou um pequeno sorriso. O visor exibia “Vanessa” em letras itálicas. Atendeu e após as formalidades de “oi” e “como você está?” ouviu a mãe de Agatha perguntar se ele permitiria que Paulo fosse com elas ao zoológico.

– A Agatha tem me atazanado pra ir há meses e hoje eu encontrei uma promoção de ingressos e pensei, porque não convidar os amiguinhos dela também e depois, eles poderiam passar a noite lá em casa, fazer uma festa do pijama. O Luís também vai, mas se você achar melhor o Paulo não... – cortou a moça na metade da frase.

– Imagina, eu quero que ele vá sim e só posso agradecer por lembrar de chamá-lo. Hm-hum, tá bom, lá pelas 10h30, ótimo! Vou falar pra ele. Obrigado mais uma vez, Vanessa, pois é, ele não esteve muito bem ontem, sabe? Sim, exato, “Dia das mães”, mas assim que o dia foi passando ele ficou ótimo, pois é, crianças tem dessas coisas mesmo... Mais uma vez, muito obrigado. – após desligar, contou sobre o telefonema para Marcelo que sorriu e comentou como a mãe da Agatha era uma boa pessoa.

Diego foi até o quarto do irmãozinho e o acordou com “Ei Paulo, o que você acha de ir no zoológico hoje?” e viu a reação imediata que a frase causou no garoto. Ele abriu os olhos num estalo e levantou da cama animado e correu até o banheiro, onde ouviu-se primeiro a água na pia e em seguida, o chuveiro. Em menos de quinze minutos o menino já estava pronto e vestido.

Como sempre, Diego fez uma lancheira para ele levar, mas quando ia colocar uma fruta, ouviu Marcelo dizer que o garoto não gostava de pêra, o que o fez encarar o menino com uma expressão de surpresa e receber em resposta um olhar envergonhado.

– Você nunca me disse isso, Paulo. – trocou a pêra por uma maçã, que descascou, picou e colocou num potinho, junto de uma caixinha de suco e um sanduíche enquanto ouvia o menino dizer que “não queria parecer chato”. Enquanto entregava a lancheira ao garoto, Diego disse que ele nunca seria chato ao falar das coisas que não gostava.

– Lembra o que eu e o Marcelo sempre te falamos? Você pode contar qualquer coisa pra gente e está tudo bem. – viu o menino sorrir e retribuiu a expressão, fazendo um agrado nos cabelos cacheados dele enquanto ouvia um carro estacionar na frente da casa. Era Vanessa.

– Agora, antes de você ir, lembre-se das regras que são... – Diego esperou o garoto citar as diretrizes de sempre para quando saia com outras pessoas que não fossem ele e Marcelo.

– Obedecer a mãe da Agatha, não ir ao banheiro sozinho, tomar cuidado para não me afastar deles e acabar me perdendo, ser educado e... Me divertir! – as últimas duas palavras saíram num grito animado que fez Diego sorrir.

Agatha desceu correndo do carro e ao ver Paulo saindo pelo portão da casa, pulou em cima dele, abraçando-o e dizendo que estava com saudades, sendo que eles só não tinham se visto ontem. Vanessa observava a filha com o amiguinho e sorria. Dentro do carro, Luís analisava os dois com uma expressão meio apática.

– Vanessa, o Luís tá bem? – perguntou Diego enquanto via as duas crianças entrarem no carro e colocarem os cintos de segurança. Uma expressão desconfortável surgiu no rosto da mãe de Agatha.

– A avó dele está internada com pneumonia e os pais acharam melhor não levá-lo com eles ao hospital. A irmã dele, Miriam, que me contou quando eu liguei pra convidá-lo para o zoológico. Ele sabe que a avó está internada, mas os pais disseram que talvez fosse melhor ele não vê-la lá e eu entendo e até concordo, sabe? Crianças não deviam ter contato tão cedo com doença e morte e... Desculpe. – a moça se lembrou da situação de Paulo e se sentiu mal por ter feito aquele comentário.

– Não tem do que se desculpar, eu concordo. Infelizmente no caso do Paulo foi algo que estava além do controle de qualquer um. – viu o rostinho sorridente do irmão espiá-lo da janela do carro e dar um tchauzinho, ao qual ele respondeu enquanto sorria, apesar de por dentro sentir-se mal.

– Bom, então é melhor eu ir agora, essas ferinhas vão ter um dia cheio hoje. Trago ele de volta amanhã depois do almoço, tá? – o carro saiu pela rua e desapareceu numa esquina, mas Diego permaneceu mais alguns segundos do lado de fora observando a rua vazia.

Quando entrou em casa, encontrou o marido preparando o café e sorriu. A vida estava cansativa, cuidar do irmãozinho era bastante desgastante, por mais bonzinho que ele fosse e as vendas e aluguéis dos imóveis estavam caindo, mas tudo se dissolvia quando ele olhava pra Marcelo. Andou até o pequeno balcão onde o outro preparava omeletes e encostou a testa contra as costas mornas dele, suspirando e o ouviu rir em resposta.

– Estamos sozinhos pelas próximas 24 horas. – anunciou num murmúrio enquanto pescava uma caneca no armário para tomar café. Não era uma indireta para fazerem algo sexual, apesar de eles estarem há vários dias sem terem um contato mais intimo, em parte por receio do menino os ouvir e em parte porque Diego chegava sempre exausto da imobiliária.

– Hmm, tantas possibilidades... – ouviu Marcelo responder enquanto virava uma omelete na frigideira. Serviu o conteúdo em dois pratos e colocou-os sobre a mesa de fórmica, vendo Diego se sentar a sua frente.

– A gente podia ir no cinema, faz tanto tempo que não vamos só nós dois... Depois podíamos sei lá, comer num restaurante lá do shopping mesmo... – sugeriu enquanto cortava um pedaço da omelete que enfiou na boca apreciando suas próprias habilidades culinárias.

– Tá ai, é uma boa. E a gente podia terminar a noite indo num barzinho, se você quiser. Dá pra chamar o Francisco e o Joaquim, também posso convidar a Mayara e a Letícia, que acha? – tomou um gole de café e foi como se tivesse recebido uma carga elétrica revigorante.

– Ótimo! Vamos tomar café e daí eu vejo o que tá em cartaz. Eu espero que o Paulo se divirta bastante hoje. – Marcelo olhou para a casa silenciosa e se deu conta de como o menino fazia falta com a tagarelice constante.

Ouviu Diego contar sobre como Vanessa estava lidando com o divórcio e que Agatha se sentia muito sozinha. Concordou e fez as expressões de surpresa esperadas ao ouvir que o ex-marido da moça, Silas, estava traindo ela com uma funcionária da empresa.

– A Mayara conheceu ele um dia, na saída da escola, ela disse que ele deu em cima dela e a deixou bem desconfortável. Eu nem conheço o sujeito, mas já o detesto! – declarou Diego ao mesmo tempo em que juntava a louça do café e depositava dentro da pia.

***

Quando Francisco passou na clinica para buscá-lo, Joaquim estava se segurando para não demonstrar fraqueza diante de Alberto, que ficou em pé na porta, observando-o. Já havia assinado a documentação, rescindido o contrato e pago a ele os dias trabalhados. Sabia que precisava do emprego, mas não conseguiria mais se submeter aquele tipo de comportamento homofóbico mal disfarçado em troca de dinheiro.

Assim que viu o carro do namorado virar na esquina, foi em direção a ele, sem esperar que chegasse mais perto do prédio. Francisco percebeu que havia algo errado e estacionou pouco depois da curva, vendo o loiro entrar no lado do carona e murmurar “vamos embora, depois eu te falo”.

Durante o trajeto, ouviu indignado o relato do namorado e se segurou para não soltar suas opiniões sobre o tal dentista escroto. Quando Joaquim terminou, havia um quê de receio no rosto que parecia perguntar “fiz errado de largar esse emprego?”.

– Você fez muito bem de sair, é claro que se fosse eu, levava esse escroto até o “pequenas causas” e tascava um processo por homofobia, mas eu te entendo, você não quer ter que lidar com mais uma dor de cabeça.

– Não consigo deixar de pensar que fui egoísta pedindo as contas um mês depois de começar, mas é que... Foi tão desconfortável. – sentiu Francisco segurar sua mão e entrelaçar os dedos por alguns segundos e esboçou um pequeno sorriso.

– Vai surgir outra coisa e até lá, não entre em parafuso, tá bom? – concordou com um meneio de cabeça e suspirou cansado. Será que um dia ia conseguir um emprego no qual se sentisse confortável?

***

Almoçaram num restaurante do shopping e viram um filme de arte que estava em cartaz numa das salas, Diego tinha quase se esquecido como era bom sair sem ter de se preocupar com o conteúdo que estava consumindo ou onde estava Paulo. Mesmo assim, conferiu o celular há cada 15 minutos durante o filme, com receio de perder alguma mensagem ou ligação de Vanessa.

Mas, só quando estavam saindo do cinema é que as mensagens começaram a chegar. Uma torrente de fotos dos três apontando e sorrindo para os diversos animais, com os rostos sujos de sorvete e almoçando na lanchonete do lugar. Paulo exibia uma expressão de pura alegria e até Luís parecia mais animado, quanto a Agatha, a felicidade estava em todo seu rosto. Diego sorriu e mostrou as fotos ao marido.

Antes de voltarem para casa, ambos mandaram mensagens para os amigos, convidando-os para irem com eles a um barzinho por volta das 20h00. Não demorou muito para receberem as respostas positivas. Combinaram de se encontrar no mesmo barzinho na Augusta que foram há alguns meses.

***

Quando Mayara recebeu a mensagem de Diego convidando ela e Letícia para saírem com eles e dois outros amigos, a moça sorriu. Estava ajudando sua mãe Joana a preparar uma sopa com pouco sal para sua outra mãe, Lola.

Ela vinha ajudando no cuidado da sua outra mãe e intercalando isso com o trabalho na loja de sabonetes e tomar conta de Paulo, o que significava que não sobrava muito tempo para se divertir, então, quando contou a Joana sobre a mensagem, a mãe foi categórica ao dizer.

– Vá filha. Você precisa sair um pouco. Chame a Letícia e divirta-se, que eu cuido da nossa paciente teimosa. – como se ouvindo a menção, Lola tossiu forte do andar de cima. Ela viu a mãe suspirar e comentar que, talvez até o fim do ano elas tivessem de deixar a loja fechada, afinal, não podiam pedir que Mayara ficasse lá, nem três vezes por semana.

– Gostaria de achar uma pessoa de confiança pra cuidar da loja enquanto eu cuido daquela teimosa lá em cima. – viu a mãe fazer uma careta enquanto enchia uma tigela com sopa e colocava na bandeja.

– Agora, mande mensagem pra Letícia e vá se aprontar. Eu quero que você tenha uma ótima noite. – Mayara sorriu e deu um beijo na têmpora direita da mãe, saindo da cozinha e pegando o telefone na sala.

O relacionamento dela com Letícia estava evoluindo e ela começava a ter sentimentos mais concretos pela outra.

***

Foi uma ótima noite para todos.

Joaquim ficou feliz de poder sair com Diego e Marcelo, pois precisava espairecer de toda a situação que passou mais cedo e durante uma conversa com Mayara, a moça comentou que estava procurando alguém para trabalham na loja de sabonetes como vendedor/caixa e ele acabou se oferecendo, combinaram uma entrevista com Joana para a segunda-feira, mas a moça disse que era quase certeza que a vaga seria dele.

Apesar de não ser na sua área de formação, o rapaz ficou feliz, especialmente pelo fato de as donas da loja ser aquele simpático casal de lésbicas que conheceu no aniversário de Paulo no mês anterior.

Ao mesmo tempo em que ele e Mayara combinavam os detalhes da entrevista, Letícia e Francisco entraram numa animada discussão sobre edições raras de livros estrangeiros, enquanto Diego tomava um drinque e observava os amigos interagirem de forma natural e Marcelo dava alguns pitacos na conversa de Francisco com Letícia, colocando suas opiniões.

Era tão bom sair com outros adultos, poder beber e rir de piadas sujas sem ter de ficar conferindo se alguém “descalça”* estava por perto.

Foram embora por volta da meia-noite, Francisco e Joaquim como sempre chamaram um uber e Letícia, que havia trazido Mayara, a ajudou a entrar no carro, já que a moça estava meio alta por conta dos drinques e Diego voltou no próprio carro, com Marcelo.

Quando chegaram em casa, Diego guardou o carro e pensou que havia sido um dia agradável. Por volta das 21h00, Vanessa mandou fotos dos três usando pijamas e comendo pipoca enquanto assistiam a um filme em animação mais cedo. Ela o deixou a par de tudo que Paulo fez durante o dia através do whats.

– A Vanessa mandou uma mensagem dizendo que o Paulo era um menino muito educado e comportado, o que acha disso? – comentou com o marido enquanto trancava a porta da frente.

– Ele é mesmo um garoto incrível. – Marcelo respondeu enquanto apertava o interruptor da luz e foi surpreendido com um abraço na cintura por Diego que riu em resposta e em seguida soltou um suspiro cansado.

Observando o marido, Marcelo sorriu e o abraçou pela cintura, beijando-o com carinho nos lábios e logo o beijo se tornou algo mais ansioso e profundo e quando se deu conta, apertava com suavidade Diego contra a parede ao lado do corredor que dava para os quartos, enquanto ele deslizava as mãos por sob sua camiseta em uma tentativa de tirá-la.

Entre alguns tropeços e peças de roupas deixadas pelo caminho, conseguiram chegar até o quarto e por habito Marcelo já ia trancando a porta, quando ouviu o outro dizer que não precisavam. – Pelo menos não por hoje.

Observou Diego deitar-se sobre a cama, usando apenas a roupa intima e sorrir para ele de forma provocante, o que fez com que entrasse ainda mais no clima. Em poucos segundos voltavam aos beijos e toques, as mãos acariciando o corpo a sua frente, arreliando os mamilos, lábios escapando para sugar a curva da pele do pescoço, enquanto ofegos sufocados eram liberados.

Interrompeu o beijo para observar o rosto de Diego. Ele estava ofegante e começando a apresentar pequenas gotas de suor pela face e um enorme sorriso satisfeito nos lábios. E ali estava um dos muitos motivos pelos quais se apaixonou pelo outro. Aquela alegria genuína que exibia nos momentos certos, como aquele.

Beijou-o novamente na curva do pescoço e trilhou para o sul do corpo do outro, distribuindo pequenos beijos durante todo o trajeto até chegar na roupa intima que exibia um volume considerável, o qual liberou ao mesmo tempo em que removia a ultima peça de roupa.

Ouviu Diego ofegar enquanto tomava-o com a boca e acariciava a extensão morna e pulsante com a ponta da língua, enquanto esticava um dos braços na altura do peito e acariciava os mamilos rijos do outro.

Quando ergueu os olhos por alguns instantes, viu Diego sugando dois dedos com avidez e sentiu uma resposta imediata no próprio baixo-ventre e então, sem parar a felação, pegou o tubo de lubrificante que havia retirado da mesinha de cabeceira alguns minutos antes e que até o momento estava sendo empurrado pelos lençóis e despejou um pouco do conteúdo nos próprios dedos, invadindo a entrada do outro com cuidado e ouvindo um gemido audível em resposta.

Diego arquejou surpreso, mas se sentiu aliviado de poder ser vocálico sem o risco de ser ouvido no quarto ao lado. A estimulação dupla em seu corpo o estava extasiando quase ao ponto de atingir o ápice e ao notar isso, pescou um preservativo da gaveta do seu lado da cama e atirou para Marcelo em um pedido silencioso que foi prontamente atendido.   

Sentiu o peso morno do corpo do outro sobre o seu e enquanto tinha seus lábios tomados mais uma vez, a sensação de ser preenchido o tomou por completo e Diego permitiu que o marido elevasse suas pernas, colocando-as sobre os ombros e com isso aprofundando o contato.

Os movimentos vigorosos e constantes deixaram ambos extasiados e após algum tempo, Marcelo despejou seu prazer dentro do preservativo e então, iniciou uma masturbação cadenciada para que Diego também atingisse o êxtase. E quando aconteceu, o rapaz expeliu um som repleto de prazer e satisfação.

Após fazer o descarte e higiene básica, Marcelo deitou-se ao lado do outro na cama, sentindo-o se aproximar e então o abraçando pela cintura, o que levou ambos a caírem no sono logo em seguida. 

Havia sido um ótimo dia.


Continua...

Nota da autora:

Oi gente,

Se você está lendo este capítulo agora que ele foi lançado, eu quero pedir desculpas pela demora (de novo), tem sido um bocado complicado produzir os capítulos, apesar de ser uma história sobre cotidiano/slice of life, tem dias que, apesar de eu ter todo o roteiro pronto, não sai nada.

Agora, se você está lendo isso bem depois, desconsidere esse parágrafo acima.

Bom, nesse capítulo aconteceu um bocado de coisas, a mãe da Agatha levou as crianças no zoológico (e isso será apresentado no próximo capítulo), o Joaquim pediu as contas do consultório daquele dentista homofóbico (e vai trabalhar na loja de sabonetes das mães da Mayara), a Mayara e a Letícia estão mais próximas e é claro tivemos essa cena tórrida do Diego com o Marcelo.

Eu sei que venho prometendo um plot twist há vários capítulos, mas é uma coisa da qual eu ainda estou pesquisando, porque envolve legislação e eu quero que seja o mais próxima da realidade possível, mesmo esta história sendo ficção, por isso a demora.

Eu gosto de pesquisar bem antes de abordar um assunto nas minhas histórias.

Enfim, por hoje é só, muito obrigada por ler até aqui e por favor, deixe um comentário para eu saber que tem alguém lendo.

Ate o próximo capítulo,

Perséfone Tenou

 

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