Naquele sábado de manhã, do outro lado da cidade, Francisco deixava Joaquim na frente do consultório onde ele trabalhava como assistente. Antes que o loiro pudesse descer do carro, ouviu o namorado chamá-lo e quando olhou para trás, recebeu um beijo cálido e longo nos lábios.
– Tá bom, agora eu tenho
de ir porque o Alberto não gosta quando os funcionários se atrasam... Ele é bem
chato, pra falar a verdade. – sussurrou enquanto ria e enfim descia do carro.
Apesar da secretária também ter a chave do consultório, na maioria das vezes
era ele que abria a porta, ligava as luzes e preparava tudo para o começo do
dia.
Estava destrancando a
porta do consultório quando ouviu alguém chamá-lo. Olhou por sobre o ombro e
encontrou seu chefe, Alberto, parado há alguns metros dele exibindo uma
expressão desconfortável.
– Bom dia, Alberto, chegou cedo hoje. – entrou
na sala de espera e acendeu as luzes, como vinha fazendo no último mês, mas,
quando iluminava o consultório em si, percebeu que o outro não o seguiu.
Perguntou se ele estava bem, ao que ouviu um murmúrio irritado em resposta.
– Aconteceu alguma coisa?
– perguntou enquanto sentia o medo preenchê-lo como um líquido gélido. Não
tinha tido problema com o dentista até o momento, mas a expressão facial de
Alberto o fez repensar a situação.
– Na verdade aconteceu
sim, Joaquim. Eu estava chegando agora a pouco e vi você dentro de um carro
beijando um cara. – o tom de voz aplicado pelo dentista disparou um alarme
mental na cabeça do rapaz, pois já havia visto aquele comportamento antes.
– É, ele é meu namorado.
– respondeu confiante, pensando que já que tudo estava perdido, para que tentar
esconder? Viu uma expressão de repugnância tomar conta do rosto de Alberto e
ali teve a confirmação de que se permanecesse no emprego, sofreria todo tipo de
ataque velado.
– Eu agradeceria se você
mantivesse sua vida particular longe do meu consultório. – “E eu agradeceria se você não fosse um
homofóbico escroto de merda” pensou Joaquim, mas respirou fundo e engoliu a
frase.
– Eu não estava no “seu consultório”, estava dentro do carro
com meu namorado ou será que você acha que seus pacientes vão aparecer aqui as
7h45 para verem alguma coisa? – estava ficando irritado com aquela conversa que
ao que tudo indicava ia terminal mal.
– Mesmo assim, não é de
bom tom... – o que Joaquim queria era dar um soco no meio daquela cara redonda
e rosada do dentista, mas sabia que se fizesse isso ia perder qualquer chance
que pudesse ter de ganhar aquela briga.
– Sinceramente Alberto,
se as coisas vão ser assim, eu gostaria de encerrar o meu contrato agora mesmo.
Você me paga os dias que eu trabalhei e pronto, não nos vemos nunca mais. – viu
a boca do outro se abrir em um “O” de surpresa e sentiu uma pequena pontada de
felicidade, não era certo sair sem lutar, mas estava cansado de tentar enfrentar
aquele tipo de gente.
– Não, eu preciso que
você me assista pelo menos por hoje, tenho um tratamento de canal agendado para
as 14h00 e vou precisar de ajuda. Mas se no fim do dia ainda for sua vontade
reincidir o contrato, eu o farei com o maior prazer. – aquele pequeno crápula!
Estava distorcendo as coisas para fazer parecer que em sua infinita “bondade”
resolveu dar uma segunda chance para ele.
– Muito bem, eu assisto
você hoje, mas acabando o tratamento da paciente, você assina os papéis, me
paga o valor que me deve e eu vou embora. – seria um longo dia.
***
Diego se virou na cama e
encontrou o corpo macio de Marcelo ao seu lado e então o envolveu de forma languida
com os braços. Ainda era cedo, era Sábado e ele estava exausto de ter tomado
conta de Paulo no dia anterior. A febre e a dor de barriga sumiram de repente como
mágica e lá pelo meio do dia o menino estava como sempre, feliz e animado.
Mas o susto foi forte o
suficiente para exaurir Diego. Afinal, ele nunca tinha tido de cuidar de uma
criança que ficou doente, muito menos uma que apresentou sintomas por causa de
uma situação emocional especifica.
“Mas agora ele estava bem e era isso que importava”, o pensamento
surgiu com naturalidade em sua cabeça e o fez sorrir. Sim, Paulo era uma boa
criança, mas às vezes o comportamento dele oscilava entre uma maturidade
assustadora e uma infantilidade gritante. Era como se ele pendesse entre os
dois extremos numa tentativa de ser quem era.
– Bom dia. – ouviu Marcelo
murmurar ao seu lado e sorriu. O relógio na mesinha de cabeceira informava que
eram 8h15. Diego suspirou e encostou a testa no peito do marido, cansado.
– Queria dormir por uns
mil anos. – murmurou abafado enquanto sentia o braço firme do outro envolver
suas costas e acariciar seus cabelos. Sentia-se mentalmente exausto, como se
tivessem drenado toda sua energia.
– Ontem foi cansativo,
né? – respondeu com um resmungo e continuou com o rosto escondido no tórax do
outro. Acabou adormecendo de novo e só acordou com o celular vibrando na
mesinha ao lado da cama.
Estendeu o braço para
apanhar o objeto e ao ver quem era, esboçou um pequeno sorriso. O visor exibia
“Vanessa” em letras itálicas. Atendeu
e após as formalidades de “oi” e “como você está?” ouviu a mãe de Agatha
perguntar se ele permitiria que Paulo fosse com elas ao zoológico.
– A Agatha tem me
atazanado pra ir há meses e hoje eu encontrei uma promoção de ingressos e
pensei, porque não convidar os amiguinhos dela também e depois, eles poderiam
passar a noite lá em casa, fazer uma festa do pijama. O Luís também vai, mas se
você achar melhor o Paulo não... – cortou a moça na metade da frase.
– Imagina, eu quero que
ele vá sim e só posso agradecer por lembrar de chamá-lo. Hm-hum, tá bom, lá
pelas 10h30, ótimo! Vou falar pra ele. Obrigado mais uma vez, Vanessa, pois é,
ele não esteve muito bem ontem, sabe? Sim, exato, “Dia das mães”, mas assim que o dia foi passando ele ficou ótimo,
pois é, crianças tem dessas coisas mesmo... Mais uma vez, muito obrigado. – após
desligar, contou sobre o telefonema para Marcelo que sorriu e comentou como a
mãe da Agatha era uma boa pessoa.
Diego foi até o quarto do
irmãozinho e o acordou com “Ei Paulo, o
que você acha de ir no zoológico hoje?” e viu a reação imediata que a frase
causou no garoto. Ele abriu os olhos num estalo e levantou da cama animado e
correu até o banheiro, onde ouviu-se primeiro a água na pia e em seguida, o
chuveiro. Em menos de quinze minutos o menino já estava pronto e vestido.
Como sempre, Diego fez
uma lancheira para ele levar, mas quando ia colocar uma fruta, ouviu Marcelo
dizer que o garoto não gostava de pêra, o que o fez encarar o menino com uma
expressão de surpresa e receber em resposta um olhar envergonhado.
– Você nunca me disse
isso, Paulo. – trocou a pêra por uma maçã, que descascou, picou e colocou num
potinho, junto de uma caixinha de suco e um sanduíche enquanto ouvia o menino
dizer que “não queria parecer chato”.
Enquanto entregava a lancheira ao garoto, Diego disse que ele nunca seria chato
ao falar das coisas que não gostava.
– Lembra o que eu e o
Marcelo sempre te falamos? Você pode contar qualquer coisa pra gente e está
tudo bem. – viu o menino sorrir e retribuiu a expressão, fazendo um agrado nos
cabelos cacheados dele enquanto ouvia um carro estacionar na frente da casa.
Era Vanessa.
– Agora, antes de você
ir, lembre-se das regras que são... – Diego esperou o garoto citar as
diretrizes de sempre para quando saia com outras pessoas que não fossem ele e
Marcelo.
– Obedecer a mãe da
Agatha, não ir ao banheiro sozinho, tomar cuidado para não me afastar deles e
acabar me perdendo, ser educado e... Me divertir! – as últimas duas palavras
saíram num grito animado que fez Diego sorrir.
Agatha desceu correndo do
carro e ao ver Paulo saindo pelo portão da casa, pulou em cima dele,
abraçando-o e dizendo que estava com saudades, sendo que eles só não tinham se
visto ontem. Vanessa observava a filha com o amiguinho e sorria. Dentro do
carro, Luís analisava os dois com uma expressão meio apática.
– Vanessa, o Luís tá bem?
– perguntou Diego enquanto via as duas crianças entrarem no carro e colocarem
os cintos de segurança. Uma expressão desconfortável surgiu no rosto da mãe de
Agatha.
– A avó dele está
internada com pneumonia e os pais acharam melhor não levá-lo com eles ao
hospital. A irmã dele, Miriam, que me contou quando eu liguei pra convidá-lo
para o zoológico. Ele sabe que a avó está internada, mas os pais disseram que
talvez fosse melhor ele não vê-la lá e eu entendo e até concordo, sabe?
Crianças não deviam ter contato tão cedo com doença e morte e... Desculpe. – a
moça se lembrou da situação de Paulo e se sentiu mal por ter feito aquele
comentário.
– Não tem do que se
desculpar, eu concordo. Infelizmente no caso do Paulo foi algo que estava além
do controle de qualquer um. – viu o rostinho sorridente do irmão espiá-lo da
janela do carro e dar um tchauzinho, ao qual ele respondeu enquanto sorria,
apesar de por dentro sentir-se mal.
– Bom, então é melhor eu
ir agora, essas ferinhas vão ter um dia cheio hoje. Trago ele de volta amanhã depois
do almoço, tá? – o carro saiu pela rua e desapareceu numa esquina, mas Diego
permaneceu mais alguns segundos do lado de fora observando a rua vazia.
Quando entrou em casa,
encontrou o marido preparando o café e sorriu. A vida estava cansativa, cuidar
do irmãozinho era bastante desgastante, por mais bonzinho que ele fosse e as
vendas e aluguéis dos imóveis estavam caindo, mas tudo se dissolvia quando ele
olhava pra Marcelo. Andou até o pequeno balcão onde o outro preparava omeletes
e encostou a testa contra as costas mornas dele, suspirando e o ouviu rir em
resposta.
– Estamos sozinhos pelas
próximas 24 horas. – anunciou num murmúrio enquanto pescava uma caneca no
armário para tomar café. Não era uma indireta para fazerem algo sexual, apesar
de eles estarem há vários dias sem terem um contato mais intimo, em parte por
receio do menino os ouvir e em parte porque Diego chegava sempre exausto da
imobiliária.
– Hmm, tantas
possibilidades... – ouviu Marcelo responder enquanto virava uma omelete na
frigideira. Serviu o conteúdo em dois pratos e colocou-os sobre a mesa de
fórmica, vendo Diego se sentar a sua frente.
– A gente podia ir no
cinema, faz tanto tempo que não vamos só nós dois... Depois podíamos sei lá,
comer num restaurante lá do shopping mesmo... – sugeriu enquanto cortava um
pedaço da omelete que enfiou na boca apreciando suas próprias habilidades
culinárias.
– Tá ai, é uma boa. E a
gente podia terminar a noite indo num barzinho, se você quiser. Dá pra chamar o
Francisco e o Joaquim, também posso convidar a Mayara e a Letícia, que acha? –
tomou um gole de café e foi como se tivesse recebido uma carga elétrica
revigorante.
– Ótimo! Vamos tomar café
e daí eu vejo o que tá em cartaz. Eu espero que o Paulo se divirta bastante
hoje. – Marcelo olhou para a casa silenciosa e se deu conta de como o menino
fazia falta com a tagarelice constante.
Ouviu Diego contar sobre
como Vanessa estava lidando com o divórcio e que Agatha se sentia muito
sozinha. Concordou e fez as expressões de surpresa esperadas ao ouvir que o
ex-marido da moça, Silas, estava traindo ela com uma funcionária da empresa.
– A Mayara conheceu ele
um dia, na saída da escola, ela disse que ele deu em cima dela e a deixou bem
desconfortável. Eu nem conheço o sujeito, mas já o detesto! – declarou Diego ao
mesmo tempo em que juntava a louça do café e depositava dentro da pia.
***
Quando Francisco passou
na clinica para buscá-lo, Joaquim estava se segurando para não demonstrar
fraqueza diante de Alberto, que ficou em pé na porta, observando-o. Já havia
assinado a documentação, rescindido o contrato e pago a ele os dias
trabalhados. Sabia que precisava do emprego, mas não conseguiria mais se
submeter aquele tipo de comportamento homofóbico mal disfarçado em troca de
dinheiro.
Assim que viu o carro do
namorado virar na esquina, foi em direção a ele, sem esperar que chegasse mais
perto do prédio. Francisco percebeu que havia algo errado e estacionou pouco
depois da curva, vendo o loiro entrar no lado do carona e murmurar “vamos embora, depois eu te falo”.
Durante o trajeto, ouviu
indignado o relato do namorado e se segurou para não soltar suas opiniões sobre
o tal dentista escroto. Quando Joaquim terminou, havia um quê de receio no
rosto que parecia perguntar “fiz errado
de largar esse emprego?”.
– Você fez muito bem de
sair, é claro que se fosse eu, levava esse escroto até o “pequenas causas” e
tascava um processo por homofobia, mas eu te entendo, você não quer ter que lidar
com mais uma dor de cabeça.
– Não consigo deixar de
pensar que fui egoísta pedindo as contas um mês depois de começar, mas é que...
Foi tão desconfortável. – sentiu Francisco segurar sua mão e entrelaçar os
dedos por alguns segundos e esboçou um pequeno sorriso.
– Vai surgir outra coisa
e até lá, não entre em parafuso, tá bom? – concordou com um meneio de cabeça e
suspirou cansado. Será que um dia ia conseguir um emprego no qual se sentisse
confortável?
***
Almoçaram num restaurante
do shopping e viram um filme de arte que estava em cartaz numa das salas, Diego
tinha quase se esquecido como era bom sair sem ter de se preocupar com o
conteúdo que estava consumindo ou onde estava Paulo. Mesmo assim, conferiu o
celular há cada 15 minutos durante o filme, com receio de perder alguma
mensagem ou ligação de Vanessa.
Mas, só quando estavam
saindo do cinema é que as mensagens começaram a chegar. Uma torrente de fotos
dos três apontando e sorrindo para os diversos animais, com os rostos sujos de
sorvete e almoçando na lanchonete do lugar. Paulo exibia uma expressão de pura
alegria e até Luís parecia mais animado, quanto a Agatha, a felicidade estava
em todo seu rosto. Diego sorriu e mostrou as fotos ao marido.
Antes de voltarem para
casa, ambos mandaram mensagens para os amigos, convidando-os para irem com eles
a um barzinho por volta das 20h00. Não demorou muito para receberem as
respostas positivas. Combinaram de se encontrar no mesmo barzinho na Augusta
que foram há alguns meses.
***
Quando Mayara recebeu a
mensagem de Diego convidando ela e Letícia para saírem com eles e dois outros
amigos, a moça sorriu. Estava ajudando sua mãe Joana a preparar uma sopa com
pouco sal para sua outra mãe, Lola.
Ela vinha ajudando no
cuidado da sua outra mãe e intercalando isso com o trabalho na loja de
sabonetes e tomar conta de Paulo, o que significava que não sobrava muito tempo
para se divertir, então, quando contou a Joana sobre a mensagem, a mãe foi
categórica ao dizer.
– Vá filha. Você precisa
sair um pouco. Chame a Letícia e divirta-se, que eu cuido da nossa paciente
teimosa. – como se ouvindo a menção, Lola tossiu forte do andar de cima. Ela viu
a mãe suspirar e comentar que, talvez até o fim do ano elas tivessem de deixar
a loja fechada, afinal, não podiam pedir que Mayara ficasse lá, nem três vezes
por semana.
– Gostaria de achar uma
pessoa de confiança pra cuidar da loja enquanto eu cuido daquela teimosa lá em
cima. – viu a mãe fazer uma careta enquanto enchia uma tigela com sopa e
colocava na bandeja.
– Agora, mande mensagem
pra Letícia e vá se aprontar. Eu quero que você tenha uma ótima noite. – Mayara
sorriu e deu um beijo na têmpora direita da mãe, saindo da cozinha e pegando o
telefone na sala.
O relacionamento dela com
Letícia estava evoluindo e ela começava a ter sentimentos mais concretos pela
outra.
***
Foi uma ótima noite para
todos.
Joaquim ficou feliz de
poder sair com Diego e Marcelo, pois precisava espairecer de toda a situação
que passou mais cedo e durante uma conversa com Mayara, a moça comentou que
estava procurando alguém para trabalham na loja de sabonetes como
vendedor/caixa e ele acabou se oferecendo, combinaram uma entrevista com Joana
para a segunda-feira, mas a moça disse que era quase certeza que a vaga seria
dele.
Apesar de não ser na sua
área de formação, o rapaz ficou feliz, especialmente pelo fato de as donas da
loja ser aquele simpático casal de lésbicas que conheceu no aniversário de
Paulo no mês anterior.
Ao mesmo tempo em que ele
e Mayara combinavam os detalhes da entrevista, Letícia e Francisco entraram
numa animada discussão sobre edições raras de livros estrangeiros, enquanto
Diego tomava um drinque e observava os amigos interagirem de forma natural e
Marcelo dava alguns pitacos na conversa de Francisco com Letícia, colocando
suas opiniões.
Era tão bom sair com
outros adultos, poder beber e rir de piadas sujas sem ter de ficar conferindo
se alguém “descalça”* estava por
perto.
Foram embora por volta da
meia-noite, Francisco e Joaquim como sempre chamaram um uber e Letícia, que
havia trazido Mayara, a ajudou a entrar no carro, já que a moça estava meio
alta por conta dos drinques e Diego voltou no próprio carro, com Marcelo.
Quando chegaram em casa,
Diego guardou o carro e pensou que havia sido um dia agradável. Por volta das 21h00,
Vanessa mandou fotos dos três usando pijamas e comendo pipoca enquanto
assistiam a um filme em animação mais cedo. Ela o deixou a par de tudo que
Paulo fez durante o dia através do whats.
– A Vanessa mandou uma
mensagem dizendo que o Paulo era um menino muito educado e comportado, o que
acha disso? – comentou com o marido enquanto trancava a porta da frente.
– Ele é mesmo um garoto
incrível. – Marcelo respondeu enquanto apertava o interruptor da luz e foi
surpreendido com um abraço na cintura por Diego que riu em resposta e em
seguida soltou um suspiro cansado.
Observando o marido,
Marcelo sorriu e o abraçou pela cintura, beijando-o com carinho nos lábios e
logo o beijo se tornou algo mais ansioso e profundo e quando se deu conta,
apertava com suavidade Diego contra a parede ao lado do corredor que dava para
os quartos, enquanto ele deslizava as mãos por sob sua camiseta em uma
tentativa de tirá-la.
Entre alguns tropeços e
peças de roupas deixadas pelo caminho, conseguiram chegar até o quarto e por
habito Marcelo já ia trancando a porta, quando ouviu o outro dizer que não
precisavam. – Pelo menos não por hoje.
Observou Diego deitar-se
sobre a cama, usando apenas a roupa intima e sorrir para ele de forma
provocante, o que fez com que entrasse ainda mais no clima. Em poucos segundos
voltavam aos beijos e toques, as mãos acariciando o corpo a sua frente,
arreliando os mamilos, lábios escapando para sugar a curva da pele do pescoço,
enquanto ofegos sufocados eram liberados.
Interrompeu o beijo para
observar o rosto de Diego. Ele estava ofegante e começando a apresentar
pequenas gotas de suor pela face e um enorme sorriso satisfeito nos lábios. E
ali estava um dos muitos motivos pelos quais se apaixonou pelo outro. Aquela
alegria genuína que exibia nos momentos certos, como aquele.
Beijou-o novamente na
curva do pescoço e trilhou para o sul do corpo do outro, distribuindo pequenos
beijos durante todo o trajeto até chegar na roupa intima que exibia um volume
considerável, o qual liberou ao mesmo tempo em que removia a ultima peça de
roupa.
Ouviu Diego ofegar
enquanto tomava-o com a boca e acariciava a extensão morna e pulsante com a
ponta da língua, enquanto esticava um dos braços na altura do peito e
acariciava os mamilos rijos do outro.
Quando ergueu os olhos
por alguns instantes, viu Diego sugando dois dedos com avidez e sentiu uma
resposta imediata no próprio baixo-ventre e então, sem parar a felação, pegou o
tubo de lubrificante que havia retirado da mesinha de cabeceira alguns minutos
antes e que até o momento estava sendo empurrado pelos lençóis e despejou um
pouco do conteúdo nos próprios dedos, invadindo a entrada do outro com cuidado
e ouvindo um gemido audível em resposta.
Diego arquejou surpreso,
mas se sentiu aliviado de poder ser vocálico sem o risco de ser ouvido no
quarto ao lado. A estimulação dupla em seu corpo o estava extasiando quase ao
ponto de atingir o ápice e ao notar isso, pescou um preservativo da gaveta do
seu lado da cama e atirou para Marcelo em um pedido silencioso que foi
prontamente atendido.
Sentiu o peso morno do
corpo do outro sobre o seu e enquanto tinha seus lábios tomados mais uma vez, a
sensação de ser preenchido o tomou por completo e Diego permitiu que o marido
elevasse suas pernas, colocando-as sobre os ombros e com isso aprofundando o
contato.
Os movimentos vigorosos e
constantes deixaram ambos extasiados e após algum tempo, Marcelo despejou seu
prazer dentro do preservativo e então, iniciou uma masturbação cadenciada para
que Diego também atingisse o êxtase. E quando aconteceu, o rapaz expeliu um som
repleto de prazer e satisfação.
Após fazer o descarte e
higiene básica, Marcelo deitou-se ao lado do outro na cama, sentindo-o se
aproximar e então o abraçando pela cintura, o que levou ambos a caírem no sono
logo em seguida.
Havia sido um ótimo dia.
Continua...
Nota da autora:
Oi gente,
Se você está lendo este
capítulo agora que ele foi lançado, eu quero pedir desculpas pela demora (de
novo), tem sido um bocado complicado produzir os capítulos, apesar de ser uma
história sobre cotidiano/slice of life, tem dias que, apesar de eu ter todo o
roteiro pronto, não sai nada.
Agora, se você está lendo
isso bem depois, desconsidere esse parágrafo acima.
Bom, nesse capítulo
aconteceu um bocado de coisas, a mãe da Agatha levou as crianças no zoológico
(e isso será apresentado no próximo capítulo), o Joaquim pediu as contas do
consultório daquele dentista homofóbico (e vai trabalhar na loja de sabonetes
das mães da Mayara), a Mayara e a Letícia estão mais próximas e é claro tivemos
essa cena tórrida do Diego com o Marcelo.
Eu sei que venho
prometendo um plot twist há vários capítulos, mas é uma coisa da qual eu ainda
estou pesquisando, porque envolve legislação e eu quero que seja o mais próxima
da realidade possível, mesmo esta história sendo ficção, por isso a demora.
Eu gosto de pesquisar bem
antes de abordar um assunto nas minhas histórias.
Enfim, por hoje é só,
muito obrigada por ler até aqui e por favor, deixe um comentário para eu saber
que tem alguém lendo.
Ate o próximo capítulo,
Perséfone Tenou
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