Mesmo com Paulo tendo
pegado dois dias de suspensão, Diego acordou as 6h30 da manhã, quando o alarme
do celular tocou. Ele estendeu a mão para o aparelho na mesinha de cabeceira e
deslizou a tela para desligar.
Só precisava ir para a imobiliária
lá pelas 13h00 e por isso voltou a dormir, aconchegando-se em Marcelo, que
fingiu não estar acordado, apenas para ver o que o marido ia fazer. Ao sentir o
peso morno do outro próximo ao seu corpo, estendeu um dos braços em volta das
costas dele, aproximando-o mais de si.
Acabaram levantando só lá
pelas 10h00, com Diego ainda tendo de bater na porta do quarto do irmãozinho
para acordá-lo. Paulo saiu com o cabelo arrepiado e esfregando os olhos e
quando viu Diego, perguntou se estava atrasado para a escola.
– Você esqueceu que pegou
dois dias de suspensão, rapazinho? – bagunçou os cabelos do menino e disse para
que fosse escovar os dentes, enquanto ele preparava um café da manhã tardio.
Foi pra cozinha rindo
baixinho e enquanto colocava a cafeteira para funcionar, se deu conta que não
tinha comprado pão no dia anterior.
– E agora, o que eu faço?
– murmurou para si mesmo enquanto mordia a ponta do polegar com certa
violência, um novo tique nervoso que desenvolveu, para poupar a pele dos lábios
das suas mordidas nervosas.
– Algum problema? –
Marcelo vinha para o cômodo, acompanhado de perto por Paulo, que contou ao
irmão que os dois tinham “escovado os dentes juntos!”, o que fez Diego sorrir e
sentar-se em uma das cadeiras próximas a mesa.
– É que eu me esqueci de
passar na padaria ontem e agora... Não tem pão pra tomar café. – fez um gesto
amplo em direção a caixa plástica onde ficava o pão enquanto soltava um suspiro
cansado. Diego não gostava de esquecer tarefas importantes e costumava se repreender
mentalmente quando isso acontecia.
– Sem problema, eu e o
Paulo aqui vamos lá buscar, você quer que eu traga mais alguma coisa? – sorriu
em resposta a frase e falou que talvez um pouco de presunto e mussarela seria
bom.
Observou o marido voltar
ao quarto, acompanhado de perto pelo menino, que entrou no próprio aposento e
em minutos ambos retornavam com roupas de sair para a sala-cozinha. Antes de
sair, Marcelo lhe deu um beijo carinhoso nos lábios e Diego sentia o olhar
atento do irmãozinho os observando. Por um segundo pensou em cortar o contato,
mas logo se deu conta de que não estava fazendo nada de imoral e permitiu que
Marcelo continuasse. Eles saíram logo em seguida.
***
Joaquim tinha pesquisado
sobre alguns estúdios de tatuagem de confiança, na noite anterior, auxiliado
por Francisco, pesquisou críticas positivas e números para contato e hoje
estava ansioso para ligar e tirar orçamento. Quanto mais rápido se livrasse
daquela marca odiosa em seu corpo, melhor.
No momento estava saindo
para trabalhar, mas não sem antes conferir ao redor do prédio, se Marco não
estava por ali. Podia ter parecido forte no dia anterior, e naquele momento
tinha realmente se sentido assim, mas ainda guardava grande pavor do
ex-namorado e de tudo o que ele fez de negativo em sua vida.
Aliviado de não ver o
outro por perto, colocou o fone de ouvido sem fio na cabeça e saiu a pé, para o
trabalho na loja de sabonetes. Enquanto caminhava, não conseguia deixar de
misturar lembranças na cabeça. Quando conheceu Francisco e a época em que Marco
se aproximou dele, as lembranças vinham em um turbilhão confuso.
Conheceu Marco quanto
tinha 16 anos, havia acabado de se assumir e levado uma surra violenta do pai.
O outro se aproximou dele na porta de uma boate gay, na qual, por conta de sua
idade, Joaquim não podia entrar. Saíram algumas vezes e o rapaz achou que tinha
encontrado seu par perfeito, até que Marco bateu nele pela primeira, das muitas
vezes que ainda viriam.
Chegou um momento em que
ele exibia tantos hematomas, tanto das surras que o pai continuava lhe dando,
quanto das agressões feitas por Marco, que Joaquim mal conseguia se reconhecer
quando se olhava nu no espelho. Afinal, tanto o pai quanto Marco, sabiam que
batê-lo no rosto deixaria marcas visíveis.
Então um dia Marco
desapareceu. Ao mesmo tempo em que Joaquim conseguiu sair da casa dos pais e
foi dividir um pequeno apartamento com uma amiga do curso de auxiliar de
dentista, Mila. E foi por causa dela, que ele conheceu Francisco.
Foram a um aniversário de
um amigo de Mila e em certo momento, Joaquim saiu na sacada para respirar um
pouco e esbarrou em Francisco. Ele estava bebendo um drinque e olhando a
paisagem. Eles conversaram por boa parte da noite e na hora de ir embora, Mila
quase teve de arrancá-lo da sacada.
O que Joaquim só ficou
sabendo no dia seguinte, foi que a amiga deu ao outro rapaz, o numero de
telefone da casa deles e então Francisco ligou pela manhã e ela lhe entregou o
fone dizendo “É aquele bonitão de ontem”.
Na época, Francisco tinha
acabado de terminar com o namorado, um relacionamento de anos e disse que por
enquanto só queria sair e conversar, antes de entrar em algo mais sério.
Joaquim concordou afinal ele também vinha de um relacionamento traumático, dois
se contar o familiar.
Eles saíram por algum
tempo até oficializarem o namoro. Um ano depois, eles foram morar juntos,
inicialmente no pequeno apartamento de Francisco. Nessa época Mila tinha
conseguido uma bolsa de estudos para cursar Teatro numa faculdade do Nordeste e
se despedindo dos dois, desejou boa sorte.
Joaquim ainda falava com
Mila pelo whats e por outras redes sociais. Ela ia se formar no fim do ano que
vem e estava feliz, tinha arrumado um namorado e as coisas segundo a moça, “iam as mil maravilhas”.
No começo do
relacionamento, na verdade, até alguns meses atrás, Joaquim ainda sentia muitos
ciúmes do ex de Francisco, que ainda mantinha contato com ele por mensagens e
ligações de telefone. Mas aos poucos acabou se dando conta do quão ridículo era
sentir ciúmes do namorado, que nunca deu o menor sinal de que ainda gostava do
ex.
Mudou a faixa de musica
na lateral do fone enquanto atravessava na faixa de pedestres e enfiava a mão
dentro do bolso, pescando as chaves da loja. Estava a apenas alguns metros do
lugar.
Ao entrar, sentiu aquele
aroma delicioso de perfume e após guardar suas coisas na saleta anexa da loja,
voltou para o balcão, para começar outro dia de trabalho. Passou pro maus
bocados na vida, mas agora podia dizer que finalmente tinha atingido a
felicidade que acreditava merecer.
***
– Marcelo? – a voz do
menino ecoou do banco de trás e o rapaz o encarou pelo retrovisor, enquanto
ligava a seta para a direita.
– Fala, amigo! – a
padaria em que costumavam comprar as coisas não era muito longe, mas ele pensou
em ir de carro até outra maior e que tinha mais variedade e levar o menino para
dar uma volta.
– Você gosta muito do
Diego? – esboçou um sorriso ao mesmo tempo em que parava num sinal vermelho.
– Gosto sim, muito. –
esperava para ver aonde aquela conversa ia dar. Viu o menino olhar pela janela
e brincar com o fecho do cinto de segurança, mas sem abri-lo. Perguntou se
Paulo queria saber mais alguma coisa, mas para sua surpresa, o garoto só disse.
– Na padaria, eu posso
ganhar um doce? – disse que sim e riu, entrando a esquerda com o carro e
estacionando em frente a padaria, que apesar de ser um prédio alto, era meio
pequena por dentro.
Sentiu Paulo segurar a
sua mão após pegarem as comandas eletrônicas, e apertou a mãozinha morna dele
com cuidado dentro da sua. Estavam com o menino em casa há praticamente seis
meses e ele estava tão diferente, mas de uma forma boa.
Menos assustadiço e
receoso. Foram poucas as vezes que tiveram de chamar a atenção dele por algo
errado ou perigoso. Paulo era um garoto comportado e gentil. Por isso se
surpreendeu quando a escola ligou no dia anterior informando que o menino tinha
se metido numa briga.
Passou pelo caixa e na
saída, viu a expressão maravilhada do garoto ao colocar a comanda na catraca,
para saírem. Se ele fosse um garoto criado na cidade e que tivesse contato com
esse tipo de coisa todos os dias, claro que a reação teria sido bem comum, mas
até aquele ano, o garoto viveu numa cidadezinha do interior e com pouquíssimo
contato com outras pessoas.
***
Ouviu o carro de Marcelo
entrar na garagem e fechou o livro que estava lendo. Vinha tentando terminar
aquele livro há semanas, mas a narrativa estava tão arrastada e cansativa que,
tinha pensado em desistir. Mas acabou se forçando, porque não gostava de
abandonar as coisas que começava a fazer, fosse um livro ou um projeto mais
ambicioso.
A porta da casa se abriu
e Paulo entrou correndo animado, segurando uma barrinha de chocolate numa das
mãos e o saco com pão na outra. Ver o menino sorrindo era algo que aquecia o
coração de Diego. Ele se sentia feliz por ver Paulo contente.
Tomaram café enquanto
ouvia o garoto contar sobre a padaria na qual tinha ido com Marcelo. Trocou um
olhar divertido com o marido que respondeu com um movimento de ombros, como se
dissesse “Foi uma grande aventura pra ele”.
– Bom, a Mayara vem meio-dia
hoje. Eu ou sair daqui a pouco pra imobiliária e o Marcelo vai pra clinica.
Você se comporte direitinho, tá? – viu outra vez aquele revirar de olhos que
vinha se tornando marca registrada do garoto quando ele ficava incomodado.
– Eu sou bonzinho. – é,
não podia negar que ele era mesmo. Mas achava bom sempre relembrar.
– Amanhã eu vou sair
cedo, mas o Marcelo vai ficar aqui com você. E depois de amanhã você volta pra
escola, achei um absurdo fazer ele voltar pra ter dois dias de aula só... Mas
né? – Diego comentou com Marcelo, enquanto recolhia as louças do café.
Logo já era 12h30 e Mayara
já havia chegado para ficar com Paulo, enquanto os dois saiam para o trabalho.
Diego informou que tinha comida no congelador e que era só esquentar no
microondas e antes de sair, tanto Diego quando Marcelo deram um beijo na cabeça
de Paulo e bagunçaram seus cachinhos macios.
***
No seu intervalo de
almoço, Joaquim ligou para alguns dos estúdios e achou um próximo a loja, cujo
orçamento foi entre R$80,00 e R$120,00 por uma tatuagem pequena feita com
apenas uma cor. Agendou para o sábado de manhã, pois daí teria o resto do dia e
o domingo para lidar com a dor pós-procedimento. Sabia que não seria nada
gigantesco, mas a verdade é que detestava sentir dor, mas, faria um esforço se
isso significasse se livrar daquela marca horrenda.
Estava distraído com o
celular, quando ouviu a sineta da porta e se repreendeu mentalmente por não
tê-la trancado durante o almoço, apesar de a plaquinha na porta estar virada
para “fechado”.
– Entrega de almoço! –
mas ao ouvir a voz do namorado, ergueu os olhos do celular e sorriu, indo em
direção a Francisco, mas passando por ele e trancando a porta da loja.
– Se eu tivesse feito
isso antes de você chegar, talvez tivesse de me ligar pra eu abrir... Ah, deixa
eu te contar! – deixou o namorado a par dos planos para a futura tatuagem
enquanto iam até a saleta nos fundos da loja.
– E o Marco não apareceu
mais lá perto de casa? – estava com o garfo a meio caminho da boca quando ouviu
Francisco perguntar aquilo e por alguns segundos sentiu que tinha travado
mentalmente.
– Er... Não, ainda bem.
Acho que se eu o visse hoje de novo talvez não tivesse a mesma coragem de
ontem. Mas o pior foi como ele falou comigo, era como se a gente tivesse
terminado numa boa, não com ele sendo preso e sumindo de repente. – tomou um
gole de suco e suspirou.
– Mudando de assunto,
como estão indo as vendas aqui na loja? Tem muito movimento? – enfiou outra
garfada de comida na boca e negou com um gesto de cabeça.
– Não, a Dolores me disse
que a loja só tem muito movimento em datas comemorativas, sabe? Dia das mães,
Natal, essas coisas. Mas vira e mexe aparecem algumas pessoas aleatórias, no
outro dia vieram duas velhinhas aqui... – contou sobre as duas senhorinhas que
no fim, deduziu ser um casal de lésbicas idosas e viu Francisco rir com a
narrativa.
– Será que a gente vai
ficar assim também? Dois velhinhos rabugentos? – ouviu o namorado perguntar e
em resposta sorriu, dizendo que esperava que sim.
– Viu? Tá tudo bem mesmo
você vir me trazer almoço todo dia? Não é meio longe da editora? Eu não quero
te causar problemas. – viu Francisco sorrir e o bigode castanho bonito dele
contornar os lábios e levantar levemente, enquanto sentia ele segurar sua mão
sobre a mesa com carinho.
– Você nunca me causa
problemas. Além do mais, a editora fica perto, como eu venho de carro, inclusive, se você não saísse
tão cedo de casa, eu podia te dar uma carona pro trabalho todos os dias. – retribuiu
o toque cálido colocando a própria mão esquerda sobre a que segurava a sua
direita e respondeu, animado.
– Obrigado, mas eu gosto
de caminhar. Faz bem pra mim, sabe? Além do mais você sempre passa me buscar. –
conversaram mais um pouco, até que o alarme do celular soou, informando que seu
intervalo de almoço tinha acabado.
– Eu podia ficar mais
tempo aqui, mas não acho certo, além do que, você sim tem horário pra voltar
pra editora. – após descartar as embalagens do almoço e quando retornava do
pequeno banheiro para funcionários, no qual tinha escovado os dentes, foi
brindado com um beijo morno e carinhoso nos lábios, que logo começou a evoluir
para algo mais... Tórrido.
– Melhor a gente parar
aqui, porque você sabe que eu não vou conseguir me controlar e... Imagina se a
Dolores resolve aparecer aqui? Ela é uma das donas e tem a chave e... Nem quero
pensar o que poderia ser. – viu Francisco rir e sentiu ele fazer um carinho em
seus cabelos e dar um beijo suave na sua testa, antes de rumar para a entrada
da loja.
– Então eu tou indo.
Passo te buscar aqui as seis, como sempre. Bom trabalho. – se despediu do
namorado e ficou na entrada da loja, observando o carro dele sumir numa
esquina. Desvirou a plaquinha, exibindo o lado onde se lia “aberto” e retornou
para dentro da loja, exibindo um sorriso de pura satisfação no rosto.
***
Desde aquele beijo que
deu em Letícia há alguns dias, Mayara vinha pensando em como seus sentimentos
pela outra moça estavam crescendo. Lentamente, sabia, mas aos poucos eles
vinham germinando e florescendo dentro dela e agora, quando pensava na outra,
sentia uma leve palpitação rápida no peito.
Naquele momento, estava
tomando conta de Paulo. O menino brincava com o balde de lego que ganhou no
aniversário enquanto assistia um desenho na tevê a cabo. E então seu celular
vibrou, avisando que ela tinha uma mensagem.
Ao abrir, viu que era de
Letícia e sorriu. O texto dizia “Oi, quer
sair hoje a noite? Vai ter virada cultura*l. Shows de graça bem legais!”
seguido de alguns emojins fofinhos. Mayara respondeu que adoraria e perguntou
que horas e onde ela gostaria que se encontrassem, ao que Letícia disse que
passaria buscá-la.
“Estou tomando conta do Paulo, só vou pra casa lá pelas oito, então acho
que só chego em casa nove horas. Ainda vai ter algum show nesse horário?” –
esperou por alguns minutos e imaginou que a outra moça devia estar ocupada.
Tinha pegado o livro que
trouxe para ler, quando o celular vibrou de novo.
“É 24h de show, a gente vai conseguir pegar alguma coisa. Então tá
combinado, nove e meia eu passo te buscar na sua casa, quem sabe até entro e
digo um oi pras suas mães. Sua mãe Joana tá melhor?”
O finalzinho da frase fez
Mayara sorrir. O cuidado e a preocupação que Letícia tinha com suas mães foi o
ponto a favor que fez seus sentimentos aumentarem pela moça. Isso e todo o
apoio que ela lhe deu quando a mãe foi internada. Saber que a pessoa com quem
estava saindo se preocupava com sua família a fazia feliz.
Respondeu que sim e
enviou uma figurinha de um ursinho abraçando um coração.
Estava feliz de a outra
moça ter dito que esperaria o quanto fosse necessário para que Mayara
retribuísse seus sentimentos, o que deixou a outra moça aliviada. Afinal, antes
teve alguns namoros que não deram certo, exatamente pelo fato de a pessoa
querer que ela se envolvesse, sexual e emocionalmente por completo logo nos
primeiros dias de interação.
– May, tou com fome. –
teve a atenção atraída pela voz do menino que após ter construído uma casinha
com os blocos de lego, agora a olhava com aquelas grandes íris castanhas. Ela
ficou alguns segundos observando o curativo na bochecha dele, comparado com as
fotos que Diego lhe mandou via whats na noite anterior, aquele band-aid era
quase imperceptível, mas sabia que o ralado naquela bochecha tinha sido forte.
– Claro, vem, seu irmão
deixou umas coisas no congelador. Vamos lá esquentar. – almoçaram escondidinho
de carne com legumes cozidos e uma salada que ela preparou na hora e de
acompanhamento, suco de laranja.
Depois de lavar a louça,
ajudada pelo menino que ficou ao seu lado, entregando a ela, a louça que ele
ensaboava, os dois voltaram para o sofá, onde após pular de um canal pra outro,
Mayara achou um filme de fantasia que assistia quando era criança e observou o
rosto de Paulo se maravilhar com as marionetes fantásticas e a maquiagem
artística, e é claro, o enredo complexo de um rei dos duendes que rouba um bebê
humano e o leva para o seu reino e da irmã que vai até lá para resgatá-lo.*
O resto do dia passou
rápido e logo Diego chegou. Ele tinha trazido o jantar e a convidou para ficar
com eles, mas Mayara recusou enquanto sorria encabulada.
– Eu e a Letícia vamos
sair num encontro. – sussurrou enquanto colocava uma mecha de cabelo negro e
sedoso atrás da orelha.
– Que bom, o namoro tá
indo bem então? – a moça respondeu que sim e enquanto Paulo ia até o banheiro
lavar as mãos para jantar, ela contou sobre o beijo que trocaram há alguns
dias.
– Legal May, o importante
é que vocês se dão bem e que aos poucos os seus sentimentos por ela vão se
tornar mais fortes. Estou torcendo pra que dê tudo certo pra vocês. – ouviram o
motor do carro de Marcelo estacionando em frente a casa e logo a porta de
entrada foi aberta e então, Paulo veio correndo do banheiro e pulou em cima do
rapaz, que o carregou por alguns segundos e o ergueu no ar.
– Tá crescendo menino!
Daqui a pouco vai ser você que vai ter de me carregar! – Marcelo comentou rindo
enquanto colocava as chaves numa tigela sobre a mesinha na entrada.
Cumprimentou Mayara e deu um beijo rápido nos lábios do marido, para em seguida
perguntar se a moça já queria ir.
– A May tem um encontro
hoje, sabe? – Diego comentou enquanto colocava as marmitex térmicas dentro do
forno, informando que ia esperar o marido voltar para então os três jantarem
juntos.
– Eita que estamos
chiques hein? – a moça sentiu o rosto esquentar de orelha a orelha, os dois
sabiam de tudo, que ela era demi, que ela e Letícia estavam saindo há quase
seis meses, mas ainda assim, ela ficava envergonhada quando comentavam sobre
seu relacionamento.
– Então melhor eu te
levar logo pra casa, porque você tem de se aprontar pra sair. – deu outro beijo
em Diego, agora na têmpora esquerda e um cumprimento de mão com Paulo, para em
seguida sair junto de Mayara.
Durante o trajeto até a
casa da jovem, a ouviu comentar sobre o convite de Letícia e falar do quanto a
outra era uma boa pessoa. Podia ver que ela estava começando a desenvolver um
laço de afeto pela outra moça e sorriu, satisfeito.
Mayara se despediu lhe
dando um beijo suave no rosto e entrando correndo em casa, os longos cabelos
negros esvoaçando com delicadeza pelo ar da noite.
Continua...
Notas da autora:
Então gente!
Tivemos um pouco do
passado do Joaquim, Francisco e Joaquim, Diego e Marcelo e um tiquinho de
Letícia e Mayara (no próximo capítulo vai ter mais delas, eu prometo!). Não sei
se vocês estão gostando de ler essa história, afinal, ela é de cotidiano, não
tem grandes reviravoltas de enredo, mas, eu espero que esteja sendo uma leitura
pelo menos agradável.
Comentários são sempre
bem-vindos para eu saber o que estão achando!
*Virada cultural: A
virada cultural, 24 horas de shows e atrações gratuitas, aconteceu em 2019
entre 18 e 19 de Maio, mas, eu fiz uma adaptação livre aqui, e dentro desta
história, o evento aconteceu na última semana de Maio, dias 25 e 26.
* Um Rei dos duendes que
rouba um bebê humano e o leva para o seu reino e da irmã que vai até lá para
resgatá-lo: Este é o enredo base do filme “Labirinto – a magia do tempo”, com
David Bowie no papel do rei duende e Jennifer Connelly como a garota.
Obrigada por ler mais
este capítulo e até o próximo!
Perséfone Tenou
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