sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Lar é onde o coração está - capítulo 52


 

Pouco mais de duas horas depois de terem entrado no cinema, as luzes se acenderam. Marcelo olhou para o marido ao seu lado que exibia uma expressão maravilhada que não via há tempos e sentiu que podia se apaixonar por ele, mais uma vez naquele dia.



— Foi interessante, não é? — comentou Diego enquanto ligava novamente o celular e era bombardeado por uma serie de notificações do whats app, todas vindas de Vanessa.

Enquanto saiam do cinema, retornando até o estacionamento onde deixaram o carro, Marcelo ia ouvindo o marido narrar às aventuras de Paulo naquele sábado. As crianças já tinham almoçado e agora estavam assistindo filmes animados na tevê.

— Ela mandou uma foto. Olha a cara dos três. — Diego virou o celular para ele e quando viu a foto não conseguiu evitar sorrir. As crianças estavam sentadas no sofá, Agatha no meio e os meninos um de cada lado dela, as expressões vidradas na tevê enquanto dividiam uma tigela grande de pipoca.

 Oi Van, eles estão tão interessados no filme, muito bonitinho. Obrigado por me atualizar do dia do Paulo. A gente aqui acabou de sair do cinema, por isso só tou respondendo agora. Mas vai me atualizando se puder. Beijo.” — Ouviu Diego dizer enquanto gravava um áudio para a moça e pode sentir a felicidade vibrando pela voz dele.

Quando pegaram o carro, Marcelo se ofereceu para dirigir e escutou o outro responder que “tudo bem”, sem retrucar, sem discutir. E durante o breve trajeto até o hotel, Diego acabou cochilando e quando chegaram ao local e fizeram o check-in, a primeira coisa que o rapaz fez foi se atirar sobre a cama ampla de casal enquanto soltava um gemido de puro prazer.

— Olha só que cama enorme... E a gente tem o final de semana inteiro pra fazer bom uso dela. — viu um sorriso pervertido surgir no rosto do parceiro e correspondeu enquanto se aproximava e subia na cama.

— É? E o que você tem em mente? — beijou-o com calma ao mesmo tempo em que deslizava uma das mãos por sob a camiseta, exibindo a área da barriga e parte das costas de Diego, mas foi afastado com delicadeza antes que pudesse aprofundar o contato.

— Que tal primeiro um banho e depois... A gente vê o que acontece? — Diego foi deixando uma trilha de roupas até o pequeno banheiro na lateral do quarto, parando na porta vestindo apenas a roupa de baixo e lançando um olhar convidativo por cima do ombro ao qual Marcelo respondeu de pronto, aproximando-se dele e beijando-o na curva do pescoço.

Enquanto a água morna caia sobre os dois, eles trocavam beijos apaixonados e longos, desbravando cada detalhe um do outro, ao mesmo tempo em que as mãos firmes de Marcelo deslizavam pelas costas do marido, até pararem um pouco abaixo da linha da coluna, onde agarraram a suavidade tenra daquela área, apertando-as com certa urgência e recebendo em resposta um gemido estrangulado por entre o beijo.

— Di... — sussurrou contra o ouvido do outro para em seguida mordiscar o lóbulo da orelha dele e receber um resmungo positivo em resposta.

— Eu queria pedir uma coisa pra você... Faz muito tempo que você não... — ofegou antes de conseguir terminar a frase ao sentir a mão firme do outro envolver sua rigidez com delicadeza e iniciar uma estimulação leve.

— Vai... Continua. — instigou enquanto encarava o marido nos olhos, alguns centímetros mais alto que ele e sentia um fogo interno crescer em seu peito conforme via suas ações causarem reações instantâneas no rosto de Marcelo.

— É que hoje eu queria que... Você... Você me comesse. — parou os movimentos de estimulação no membro do outro e encarou-o com olhos arregalados de surpresa. Não sentiu choque ou horror perante o pedido, afinal ainda no começo do namoro ele já tinha feito aquilo, apesar de preferir o contrário. Não. Foi à forma como Marcelo falou... Tão crua e vulgar. Isso causou uma resposta imediata em seu baixo-ventre que pulsou doloroso.

— O que você quiser. Mas só se você também atender a um pedido meu. — beijou o marido nos lábios e rosto e então esticou o braço para fechar a torneira do chuveiro e em seguida puxou-o de volta ao quarto, nu e excitado e o atirou sobre a cama ampla.

— Pode falar. — esperou por uma resposta, mas no lugar disso viu Diego pegar a mochila que tinha trazido e jazia aos pés da cama e tirar de lá não só as costumeiras camisinhas e lubrificante, mas também dois lenços longos e opacos e uma venda preta.

— Lembra que você falou que o Francisco comentou sobre como o Joaquim queria que ele fosse mais... Enérgico na cama? Então, eu estive pensando e talvez a gente também pudesse tentar algo diferente. — Diego subiu na cama, engatinhando em sua direção e sentando-se sobre suas pernas, as nádegas nuas e macias contra suas coxas causando uma reação dolorosa e instantânea.

— Mas se você não quiser a gente pode só... — não deixou que ele terminasse a frase. O puxou para um beijo apaixonado enquanto enfiava os dedos pelos cabelos cacheados e molhados do outro.

— Eu adorei a ideia. — podia ver que Diego estava corado e sentiu ao roçar contra seu peito, o coração dele batendo acelerado no peito, indicando que ele também estava nervoso.

— Então... Fique a vontade. — Marcelo disse deitando-se esparramado sobre a cama e experimento a privação da visão ao ter a venda colocada sobre seus olhos. Em seguida, sentiu a suavidade gelada dos lenços em seus pulsos, amarrados forte o bastante apenas para impedi-lo de tocar o outro.

— Se você sentir que não quer mais; basta me pedir para parar, tá bem? — sentiu um beijo suave ser depositado em seu rosto e outro nos lábios, mas não poder ver o outro tornou a sensação quase etérea.

Agora estava resumido a apenas sensações. Os lábios mornos de Diego beijando a curva do seu pescoço enquanto ele estimulava-o com os dedos hábeis, a boca macia descendo pela área do seu tórax e demorando-se em seus mamilos, sugando-os com maestria e atenção enquanto a mão aumentava o ritmo.

Em certo momento por reflexo Marcelo tentou levar os braços na direção do marido e então se deu conta de que não conseguia. Isso o frustrou no começo, mas alguns segundos depois ele sentiu uma espécie de euforia por estar à mercê do outro, Diego tinha total controle naquele momento.

E este por sua vez, observava Marcelo completamente entregue a ele, ofegando e exibindo pequenas gotículas de água e suor escorrendo pelo corpo firme e tal visão causou resultados rápidos em seu corpo.

Deslizou as mãos espalmadas pelas coxas macias e mornas dele, afastando-as com cuidado para observar aquela área que de pura excitação. Mas ao invés de tocá-lo, ele apenas inclinou-se e beijou Marcelo na boca mais uma vez, enquanto roçava a própria ereção contra a do marido, fazendo-o ofegar.

Aproximou-se de um dos ouvidos dele e sussurrou: — Eu vou soltar uma das suas mãos, mas, não tente nenhuma gracinha. — desamarrou o lenço que estava amarrado a direita da cabeceira da cama e viu o outro deixar o braço cair inerte ao lado do corpo, obediente.

Com alguns movimentos fez Marcelo virar-se de bruços e erguer os quadris na sua direção e ao ter tal visão, tendo a certeza de que se fosse o outro ali na sua frente, seria capaz de fazer quase qualquer coisa na cama.

Após prepará-lo com cuidado e colocar um preservativo, segurou-o pela cintura e roçou sua ereção contra a entrada, vendo em resposta Marcelo deitar o corpo contra a cama, erguendo ainda mais os quadris em uma posição de total submissão. E ver isso o instigou.

Ainda tinha um pulso amarrado, mas com o outro livre sentia que podia auxiliar a si mesmo a alcançar o prazer com mais rapidez, se assim precisasse e quando sentiu Diego dentro de si, envolveu sua própria ereção com uma das mãos iniciando uma serie de movimentos ritmados. Sabia que era Diego, não apenas por estarem apenas os dois ali dentro, mas também pela forma como ele segurava seus quadris com firmeza, mas cuidado, ofegava baixinho, o jeito como parava para acariciar suas costas e depositava suaves beijos em seu ombro.

Pequenos detalhes que apenas ele conhecia.

O corpo morno de Diego cobriu o seu conforme as investidas se tornaram mais constantes e em poucos minutos ele experimentou a sensação de que o outro havia atingido o ápice e sorriu, mas mesmo após notar que o outro saiu de seu corpo, não removeu a venda dos olhos.

Sentiu-se ser deitado de barriga para cima na cama enquanto seu outro pulso era solto e ele ofegava exausto, apesar de ainda exibir uma ereção dolorosa e insatisfeita. Mas não por muito tempo. A percepção úmida e aveludada da boca de Diego envolvendo aquele lugar dolorido com cuidado lhe causou uma onda orgástica repentina e em resposta Marcelo levou as mãos ao local, encontrando os cabelos ainda úmidos do parceiro.

Mais um pouco e então afinal atingiu aquele momento mágico e efêmero que é o orgasmo. Sentiu então seu membro que começava a perder a rigidez ser abandonado e um beijo suave ser depositado em seus lábios. Marcelo permaneceu mais alguns minutos com a venda nos olhos, apenas apreciando as sensações que aquela brincadeira despreocupada haviam lhe trazido.

Não poder ver Diego fez com que seus outros sentidos ficassem mais aguçados e ele notasse detalhes como a forma como ele o tocava e o jeito que a respiração do outro ficava em momentos críticos.

— E ai bonitão, o que achou? — ele sentiu o pano ser removido de sobre seus olhos com cuidado e vislumbrou a expressão bonita e corada do marido sobre si e em resposta puxou-o para um beijo longo enquanto o subjugava, ficando por cima.

— É, acho que isso responde a pergunta. — respondeu Diego olhando para baixo e vendo que Marcelo já exibia uma semi-ereção.

— O que eu posso fazer? você é gostoso demais. — estavam se beijando mais uma vez quando o celular de Diego apitou, informando que ele tinha mensagem. O rapaz olhou com rapidez e então tirou o volume do aparelho.

— Não é nada sério? O Paulo está bem? — Marcelo queria curtir o momento, claro, mas não se isso fosse à custa de alguma noticia sobre algo que aconteceu com o menino.

— Tá sim. Pelo que eu vi a Vanessa disse que levou os três no parquinho perto da casa dela e depois ela deixou que eles tomassem sorvete. Fica tranquilo, eu sei que o Paulo está seguro e feliz com a Vanessa e as crianças. Por isso eu tirei o volume. Sei que nada de ruim vai acontecer na sei lá, próxima hora, então vamos curtir esse momento juntos, tá? — sentiu Diego roçar a ponta do nariz contra o seu próprio e sorriu, voltando a beijá-lo com paixão.

E em minutos agora era ele quem se deleitava com o corpo de Diego, aproveitando para estimular todos os pontos erógenos possíveis ao mesmo tempo em que o preparava com seus dedos.

— Já que estamos sendo sinceros hoje... Para de graça e me fode logo! — nenhum dos dois era propenso a falar nada mais explicito, mesmo na cama, mas aquele dia estava sendo diferente, era como se por alguns momentos estivessem em um espaço seguro onde podiam ser honestos um com o outro.

Sentiu seus pulsos serem seguros sobre a cabeça por uma das mãos de Marcelo, enquanto que a outra o ajudava a invadi-lo com cuidado. Estavam se comportando de forma meio violenta e impulsiva naquela tarde e Diego achou isso muito excitante, mas não pensava que conseguiriam repetir a façanha em casa no futuro.

Quando sentiu que alcançou aquele ponto sublime, jogou a cabeça para trás, enquanto sentia seus pulsos serem soltos e em resposta, logo em seguida, envolveu o pescoço do marido puxando-o para um beijo e apertando-o pela cintura com as pernas, fazendo-o aprofundar-se ainda mais dentro de si, o que trouxe um gemido sufocado aos seus lábios, o qual ele acabou vocalizando em alto e bom som, afinal, quando teriam outra chance de fazer amor sem ter de se suprimir para que não fossem ouvidos no quarto ao lado?

E então Marcelo desabou sobre ele, ofegante e suado e ele lhe fez um afago suave na cabeça dele enquanto sentia seus corações baterem com força.

— Eu te amo... Muito. — Diego ouviu o outro murmurar contra seu pescoço e sorriu, respondendo que sentia o mesmo. Acabaram ficando na cama suados e sujos mesmo, afinal ainda teriam muito tempo para tomar banho e fazer mais daquilo que acabaram de praticar antes de voltarem para casa.

Aos poucos o sono também foi chegando para Diego e suas pálpebras ficaram pesadas, mas antes de adormecer, ele estendeu a mão até a mesinha de cabeceira e pegou o celular, havia uma nova mensagem de Vanessa. Uma foto.

As crianças estavam sentadas num banco da pracinha, cada uma com um picolé na mão. Agatha no meio, Luís à esquerda e Paulo à direita, todos três exibindo sorrisos de “janelinha”, já que ainda estavam trocando os dentes de leite e mesmo através da foto, Diego pode sentir a felicidade do irmãozinho de estar ali e isso fez com que sorrisse contente e enfim se deixasse mergulhar num sono exausto, mas muito satisfatório.

 

Continua...

Nota do capitulo:

Oi pessoal!

Então com esta cena aqui terminamos (por enquanto) as cenas +18 dos personagens. No próximo capítulo vou falar do dia do Paulo com os amiguinhos e depois “voltamos a nossa programação normal”. Não estou dizendo que não vai ter mais cenas dessas, vai, mas talvez demore alguns capítulos.

Quero agradecer a todas as pessoas que estão acompanhando e lendo e avisar que em breve eu pretendo lançar um novo projeto – novos projetos na verdade – e espero que vocês venham ler também, apesar de eu saber que 99% do publico daqui veio por causa de divulgação – especialmente em comentários do tiktok. Mas né, não custa convidar.

Por favor, deixe um comentário. É rápido e vai me dar tanto ânimo pra continuar, vocês não tem ideia. Eu não recebo nenhum tipo de retorno financeiro pelo que produzo e nem mesmo feedback, que é gratuito. Não queria ficar pedindo isso, mas sei lá, talvez se eu deixar bem claro que não tenho a mínima ideia do que vocês leitores pensam da história, quem sabe alguém me deixa um comentário.

Enfim, obrigada por ler até aqui e até o próximo capitulo.

Perséfone Tenou


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