Pouco mais de duas horas depois de terem entrado no cinema, as luzes se acenderam. Marcelo olhou para o marido ao seu lado que exibia uma expressão maravilhada que não via há tempos e sentiu que podia se apaixonar por ele, mais uma vez naquele dia.
— Foi
interessante, não é? — comentou Diego enquanto ligava novamente o celular e era
bombardeado por uma serie de notificações do whats app, todas vindas de
Vanessa.
Enquanto saiam do
cinema, retornando até o estacionamento onde deixaram o carro, Marcelo ia
ouvindo o marido narrar às aventuras de Paulo naquele sábado. As crianças já
tinham almoçado e agora estavam assistindo filmes animados na tevê.
— Ela mandou uma
foto. Olha a cara dos três. — Diego virou o celular para ele e quando viu a
foto não conseguiu evitar sorrir. As crianças estavam sentadas no sofá, Agatha
no meio e os meninos um de cada lado dela, as expressões vidradas na tevê
enquanto dividiam uma tigela grande de pipoca.
“Oi Van,
eles estão tão interessados no filme, muito bonitinho. Obrigado por me
atualizar do dia do Paulo. A gente aqui acabou de sair do cinema, por isso só
tou respondendo agora. Mas vai me atualizando se puder. Beijo.” — Ouviu
Diego dizer enquanto gravava um áudio para a moça e pode sentir a felicidade
vibrando pela voz dele.
Quando pegaram o
carro, Marcelo se ofereceu para dirigir e escutou o outro responder que “tudo bem”, sem retrucar, sem discutir. E
durante o breve trajeto até o hotel, Diego acabou cochilando e quando chegaram
ao local e fizeram o check-in, a primeira coisa que o rapaz fez foi se atirar
sobre a cama ampla de casal enquanto soltava um gemido de puro prazer.
— Olha só que cama
enorme... E a gente tem o final de semana inteiro pra fazer bom uso dela. — viu
um sorriso pervertido surgir no rosto do parceiro e correspondeu enquanto se
aproximava e subia na cama.
— É? E o que você
tem em mente? — beijou-o com calma ao mesmo tempo em que deslizava uma das mãos
por sob a camiseta, exibindo a área da barriga e parte das costas de Diego, mas
foi afastado com delicadeza antes que pudesse aprofundar o contato.
— Que tal primeiro
um banho e depois... A gente vê o que acontece? — Diego foi deixando uma trilha
de roupas até o pequeno banheiro na lateral do quarto, parando na porta
vestindo apenas a roupa de baixo e lançando um olhar convidativo por cima do
ombro ao qual Marcelo respondeu de pronto, aproximando-se dele e beijando-o na
curva do pescoço.
Enquanto a água
morna caia sobre os dois, eles trocavam beijos apaixonados e longos, desbravando
cada detalhe um do outro, ao mesmo tempo em que as mãos firmes de Marcelo
deslizavam pelas costas do marido, até pararem um pouco abaixo da linha da
coluna, onde agarraram a suavidade tenra daquela área, apertando-as com certa
urgência e recebendo em resposta um gemido estrangulado por entre o beijo.
— Di... —
sussurrou contra o ouvido do outro para em seguida mordiscar o lóbulo da orelha
dele e receber um resmungo positivo em resposta.
— Eu queria pedir
uma coisa pra você... Faz muito tempo que você não... — ofegou antes de
conseguir terminar a frase ao sentir a mão firme do outro envolver sua rigidez
com delicadeza e iniciar uma estimulação leve.
— Vai... Continua.
— instigou enquanto encarava o marido nos olhos, alguns centímetros mais alto
que ele e sentia um fogo interno crescer em seu peito conforme via suas ações
causarem reações instantâneas no rosto de Marcelo.
— É que hoje eu
queria que... Você... Você me comesse. — parou os movimentos de estimulação no
membro do outro e encarou-o com olhos arregalados de surpresa. Não sentiu
choque ou horror perante o pedido, afinal ainda no começo do namoro ele já
tinha feito aquilo, apesar de preferir o contrário. Não. Foi à forma como
Marcelo falou... Tão crua e vulgar. Isso causou uma resposta imediata em seu
baixo-ventre que pulsou doloroso.
— O que você
quiser. Mas só se você também atender a um pedido meu. — beijou o marido nos
lábios e rosto e então esticou o braço para fechar a torneira do chuveiro e em
seguida puxou-o de volta ao quarto, nu e excitado e o atirou sobre a cama
ampla.
— Pode falar. —
esperou por uma resposta, mas no lugar disso viu Diego pegar a mochila que
tinha trazido e jazia aos pés da cama e tirar de lá não só as costumeiras
camisinhas e lubrificante, mas também dois lenços longos e opacos e uma venda
preta.
— Lembra que você
falou que o Francisco comentou sobre como o Joaquim queria que ele fosse
mais... Enérgico na cama? Então, eu estive pensando e talvez a gente também
pudesse tentar algo diferente. — Diego subiu na cama, engatinhando em sua
direção e sentando-se sobre suas pernas, as nádegas nuas e macias contra suas
coxas causando uma reação dolorosa e instantânea.
— Mas se você não
quiser a gente pode só... — não deixou que ele terminasse a frase. O puxou para
um beijo apaixonado enquanto enfiava os dedos pelos cabelos cacheados e
molhados do outro.
— Eu adorei a
ideia. — podia ver que Diego estava corado e sentiu ao roçar contra seu peito,
o coração dele batendo acelerado no peito, indicando que ele também estava
nervoso.
— Então... Fique a
vontade. — Marcelo disse deitando-se esparramado sobre a cama e experimento a
privação da visão ao ter a venda colocada sobre seus olhos. Em seguida, sentiu
a suavidade gelada dos lenços em seus pulsos, amarrados forte o bastante apenas
para impedi-lo de tocar o outro.
— Se você sentir
que não quer mais; basta me pedir para parar, tá bem? — sentiu um beijo suave
ser depositado em seu rosto e outro nos lábios, mas não poder ver o outro
tornou a sensação quase etérea.
Agora estava
resumido a apenas sensações. Os lábios mornos de Diego beijando a curva do seu
pescoço enquanto ele estimulava-o com os dedos hábeis, a boca macia descendo
pela área do seu tórax e demorando-se em seus mamilos, sugando-os com maestria
e atenção enquanto a mão aumentava o ritmo.
Em certo momento
por reflexo Marcelo tentou levar os braços na direção do marido e então se deu
conta de que não conseguia. Isso o frustrou no começo, mas alguns segundos
depois ele sentiu uma espécie de euforia por estar à mercê do outro, Diego
tinha total controle naquele momento.
E este por sua
vez, observava Marcelo completamente entregue a ele, ofegando e exibindo
pequenas gotículas de água e suor escorrendo pelo corpo firme e tal visão
causou resultados rápidos em seu corpo.
Deslizou as mãos
espalmadas pelas coxas macias e mornas dele, afastando-as com cuidado para
observar aquela área que de pura excitação. Mas ao invés de tocá-lo, ele apenas
inclinou-se e beijou Marcelo na boca mais uma vez, enquanto roçava a própria
ereção contra a do marido, fazendo-o ofegar.
Aproximou-se de um
dos ouvidos dele e sussurrou: — Eu vou soltar uma das suas mãos, mas, não tente
nenhuma gracinha. — desamarrou o lenço que estava amarrado a direita da
cabeceira da cama e viu o outro deixar o braço cair inerte ao lado do corpo,
obediente.
Com alguns
movimentos fez Marcelo virar-se de bruços e erguer os quadris na sua direção e
ao ter tal visão, tendo a certeza de que se fosse o outro ali na sua frente, seria
capaz de fazer quase qualquer coisa na cama.
Após prepará-lo
com cuidado e colocar um preservativo, segurou-o pela cintura e roçou sua
ereção contra a entrada, vendo em resposta Marcelo deitar o corpo contra a
cama, erguendo ainda mais os quadris em uma posição de total submissão. E ver
isso o instigou.
Ainda tinha um
pulso amarrado, mas com o outro livre sentia que podia auxiliar a si mesmo a
alcançar o prazer com mais rapidez, se assim precisasse e quando sentiu Diego
dentro de si, envolveu sua própria ereção com uma das mãos iniciando uma serie
de movimentos ritmados. Sabia que era Diego, não apenas por estarem apenas os
dois ali dentro, mas também pela forma como ele segurava seus quadris com
firmeza, mas cuidado, ofegava baixinho, o jeito como parava para acariciar suas
costas e depositava suaves beijos em seu ombro.
Pequenos detalhes
que apenas ele conhecia.
O corpo morno de
Diego cobriu o seu conforme as investidas se tornaram mais constantes e em poucos
minutos ele experimentou a sensação de que o outro havia atingido o ápice e
sorriu, mas mesmo após notar que o outro saiu de seu corpo, não removeu a venda
dos olhos.
Sentiu-se ser
deitado de barriga para cima na cama enquanto seu outro pulso era solto e ele
ofegava exausto, apesar de ainda exibir uma ereção dolorosa e insatisfeita. Mas
não por muito tempo. A percepção úmida e aveludada da boca de Diego envolvendo
aquele lugar dolorido com cuidado lhe causou uma onda orgástica repentina e em
resposta Marcelo levou as mãos ao local, encontrando os cabelos ainda úmidos do
parceiro.
Mais um pouco e
então afinal atingiu aquele momento mágico e efêmero que é o orgasmo. Sentiu
então seu membro que começava a perder a rigidez ser abandonado e um beijo
suave ser depositado em seus lábios. Marcelo permaneceu mais alguns minutos com
a venda nos olhos, apenas apreciando as sensações que aquela brincadeira
despreocupada haviam lhe trazido.
Não poder ver
Diego fez com que seus outros sentidos ficassem mais aguçados e ele notasse
detalhes como a forma como ele o tocava e o jeito que a respiração do outro
ficava em momentos críticos.
— E ai bonitão, o
que achou? — ele sentiu o pano ser removido de sobre seus olhos com cuidado e
vislumbrou a expressão bonita e corada do marido sobre si e em resposta puxou-o
para um beijo longo enquanto o subjugava, ficando por cima.
— É, acho que isso
responde a pergunta. — respondeu Diego olhando para baixo e vendo que Marcelo
já exibia uma semi-ereção.
— O que eu posso
fazer? você é gostoso demais. — estavam se beijando mais uma vez quando o
celular de Diego apitou, informando que ele tinha mensagem. O rapaz olhou com
rapidez e então tirou o volume do aparelho.
— Não é nada
sério? O Paulo está bem? — Marcelo queria curtir o momento, claro, mas não se
isso fosse à custa de alguma noticia sobre algo que aconteceu com o menino.
— Tá sim. Pelo que
eu vi a Vanessa disse que levou os três no parquinho perto da casa dela e
depois ela deixou que eles tomassem sorvete. Fica tranquilo, eu sei que o Paulo
está seguro e feliz com a Vanessa e as crianças. Por isso eu tirei o volume.
Sei que nada de ruim vai acontecer na sei lá, próxima hora, então vamos curtir
esse momento juntos, tá? — sentiu Diego roçar a ponta do nariz contra o seu
próprio e sorriu, voltando a beijá-lo com paixão.
E em minutos agora
era ele quem se deleitava com o corpo de Diego, aproveitando para estimular
todos os pontos erógenos possíveis ao mesmo tempo em que o preparava com seus
dedos.
— Já que estamos
sendo sinceros hoje... Para de graça e me fode logo! — nenhum dos dois era
propenso a falar nada mais explicito, mesmo na cama, mas aquele dia estava
sendo diferente, era como se por alguns momentos estivessem em um espaço seguro
onde podiam ser honestos um com o outro.
Sentiu seus pulsos
serem seguros sobre a cabeça por uma das mãos de Marcelo, enquanto que a outra o
ajudava a invadi-lo com cuidado. Estavam se comportando de forma meio violenta
e impulsiva naquela tarde e Diego achou isso muito excitante, mas não pensava
que conseguiriam repetir a façanha em casa no futuro.
Quando sentiu que
alcançou aquele ponto sublime, jogou a cabeça para trás, enquanto sentia seus
pulsos serem soltos e em resposta, logo em seguida, envolveu o pescoço do
marido puxando-o para um beijo e apertando-o pela cintura com as pernas,
fazendo-o aprofundar-se ainda mais dentro de si, o que trouxe um gemido
sufocado aos seus lábios, o qual ele acabou vocalizando em alto e bom som,
afinal, quando teriam outra chance de fazer amor sem ter de se suprimir para
que não fossem ouvidos no quarto ao lado?
E então Marcelo
desabou sobre ele, ofegante e suado e ele lhe fez um afago suave na cabeça dele
enquanto sentia seus corações baterem com força.
— Eu te amo...
Muito. — Diego ouviu o outro murmurar contra seu pescoço e sorriu, respondendo
que sentia o mesmo. Acabaram ficando na cama suados e sujos mesmo, afinal ainda
teriam muito tempo para tomar banho e fazer mais daquilo que acabaram de
praticar antes de voltarem para casa.
Aos poucos o sono
também foi chegando para Diego e suas pálpebras ficaram pesadas, mas antes de
adormecer, ele estendeu a mão até a mesinha de cabeceira e pegou o celular,
havia uma nova mensagem de Vanessa. Uma foto.
As crianças estavam
sentadas num banco da pracinha, cada uma com um picolé na mão. Agatha no meio,
Luís à esquerda e Paulo à direita, todos três exibindo sorrisos de “janelinha”, já que ainda estavam trocando
os dentes de leite e mesmo através da foto, Diego pode sentir a felicidade do
irmãozinho de estar ali e isso fez com que sorrisse contente e enfim se
deixasse mergulhar num sono exausto, mas muito satisfatório.
Continua...
Nota do capitulo:
Oi pessoal!
Então com esta
cena aqui terminamos (por enquanto) as cenas +18 dos personagens. No próximo
capítulo vou falar do dia do Paulo com os amiguinhos e depois “voltamos a nossa
programação normal”. Não estou dizendo que não vai ter mais cenas dessas, vai,
mas talvez demore alguns capítulos.
Quero agradecer a
todas as pessoas que estão acompanhando e lendo e avisar que em breve eu
pretendo lançar um novo projeto – novos projetos na verdade – e espero que
vocês venham ler também, apesar de eu saber que 99% do publico daqui veio por
causa de divulgação – especialmente em comentários do tiktok. Mas né, não custa
convidar.
Por favor, deixe
um comentário. É rápido e vai me dar tanto ânimo pra continuar, vocês não tem
ideia. Eu não recebo nenhum tipo de retorno financeiro pelo que produzo e nem
mesmo feedback, que é gratuito. Não queria ficar pedindo isso, mas sei lá,
talvez se eu deixar bem claro que não tenho a mínima ideia do que vocês
leitores pensam da história, quem sabe alguém me deixa um comentário.
Enfim, obrigada
por ler até aqui e até o próximo capitulo.
Perséfone Tenou
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