Diego tinha tirado
algumas horas de folga da imobiliária para levar o irmãozinho até uma loja de
brinquedos, para comprar algo para o aniversário de Agatha. Na verdade, Vanessa
já o havia informado via whats, mas ela disse que a filha queria convidar os
amiguinhos pessoalmente.
— ...E daí ela
disse que o pai dela vai na festa... Mas eu e o Luís sabemos que ele não vem. —
ouviu o menino comentar indignado enquanto recolocava uma boneca princesa de
volta na prateleira.
— O que te faz
achar que ele não vai? — perguntou enquanto observava a expressão do garoto, o
cenho franzido e os lábios crispados em desaprovação e isso fazia o menino
parecer mais velho e cansado. Em seguida, o rapaz o ouviu soltar um pequeno som
pelos lábios, como um silvo de frustração enquanto o via pegar outra boneca da
prateleira.
— Porque ele nunca
aparece. A Agatha vive reclamando que o pai dela nunca vem buscar ela nos fins
de semana, não liga pra falar com ela, ele não lembra que ela existe! Foi o que
ela disse pra gente outro dia. E daí ontem, quando a gente viu como ela ficou
feliz porque ele disse que ia, a gente sabia que não ia dar certo... — o menino
soltou um suspiro cansado e finalmente entregou para Diego uma boneca, aquela
personagem rainha do gelo de um desenho que fazia bastante sucesso entre as
crianças e disse que queria levá-la para Agatha.
Enquanto pagavam,
Diego pensou no quanto o irmãozinho acabou amadurecendo forçadamente nos
últimos meses. O menino conseguia compreender situações que exigiam mais do que
uma criança de sete anos poderia ter na cabeça.
No trajeto de volta para casa, Diego parou
para comprar um sorvete para Paulo, que ainda parecia indignado com a sugestão
de que o pai de Agatha iria ao aniversário da menina.
— Olha Paulo, não
tem muito que você possa fazer pela Agatha. Se o pai dela vai aparecer ou não
na festa, não é uma decisão sua. O que você pode fazer é ir lá no sábado e se
divertir muito e mostrar para ela como está feliz de poder comemorar essa data
juntos. — o menino estava sentado no banco do passageiro ao seu lado. Diego
tinha ajustado o cinto de segurança para ficar firme em volta do garoto e o via
lamber o sorvete com certo desanimo.
— Mas... Não é
justo! Só porque o pai e a mãe da Agatha não estão mais juntos, ele... Ele... Só
se esqueceu dela! — Paulo estava frustrado com aquela informação e Diego se
sentiu mal, pois nem mesmo um sorvete conseguiu animar o garoto.
— Sabe às vezes os
pais cuidam melhor dos filhos quando não estão mais juntos... Eu sei que no
caso da Agatha é diferente, mas talvez... — Diego acabou desistindo de terminar
a frase após ver a expressão magoada do menino.
— Não é justo! — o
menino murmurou e em seguida comeu o resto do sorvete.
***
O casamento do ex
de Francisco seria naquele final de semana e apesar de ainda faltar alguns
dias, Joaquim estava passando por uma crise de ansiedade nervosa muito
torturante.
Estava com pouco
movimento na loja de sabonetes, por isso resolveu olhar mais uma vez o perfil
no facebook do ex do namorado, Maurício, pelo celular. Ao mesmo tempo em que se
sentia sorrateiro e sujo fuçando o perfil do outro rapaz, também sabia que era
necessário “conhecer o inimigo”,
porque lá no fundo da sua mente, Maurício ainda era uma ameaça.
Havia fotos
antigas, em que o rapaz exibia uma cabeleira tão loira quanto a sua e algumas
mais atuais, nas quais o outro havia tingido o cabelo de preto. Nas fotos
antigas ele sempre estava sozinho, já nas mais recentes, aparecia acompanhando
do noivo, Wagner. Eles pareciam um casal apaixonado e feliz, mas o que é real
em redes sociais?
Por alguns
segundos, Joaquim se perguntou se ele e Francisco passavam esse tipo de imagem
para as outras pessoas, de casal feliz de conto de fadas. Mas logo em seguida
ele afastou esse pensamento, pois mais importante do que parecer, era ser. E
eles eram felizes, pelo menos, acreditava que eram.
Teve sua atenção
atraída para a entrada da loja quando viu o namorado estacionar na frente do
prédio e o viu descer carregando uma sacola com duas marmitex. Assim que
Francisco entrou, o loiro trancou a porta da loja e virou a plaquinha de
“aberto” para “fechado” sendo saudado com um beijo suave nos lábios em seguida.
Enquanto comiam, o
loiro cogitou algumas vezes em fazer uma pergunta, mas desviou da ideia
perguntando sobre o trabalho do namorado na editora e o ouvindo dizer que
finalmente as coisas estavam começando a entrar nos eixos, agora que tinham
conseguido resolver aquela enorme onda de recalls.
— Fran... — viu o
namorado parar com uma garfada de comida a alguns centímetros da boca e
encará-lo e por alguns segundos, Joaquim quase desistiu de fazer aquela
pergunta, que para ele parecia muito idiota, mas foi incentivado pelo outro com
um pequeno meneio de cabeça.
— Não, eu só
queria saber se, não é muito cansativo pra você, ter de vir me trazer o almoço
todos os dias... Digo, a editora não fica assim tão perto daqui e você ainda
tem de passar no restaurante buscar as marmitas e... Ah, esquece. — em seguida,
o loiro começou a empurrar um pouco de arroz de um lado para o outro dentro da
marmita de alumínio com o garfo.
— Eu não acho
cansativo. Porque posso vir aqui almoçar com você. Mas se estiver sendo um
incomodo eu posso parar e... — Joaquim se apressou em cortar a frase do
namorado enquanto segurava a mão dele sobre a mesa.
— Não! Eu gosto
bastante que você venha almoçar comigo, eu só estava pensando que talvez seja
um pouco cansativo... Você já faz tanto por mim e eu nem consigo retribuir
direito... — Joaquim não sentia orgulho de exibir fraqueza, não se sentia bem
demonstrando vulnerabilidade, mas as vezes não conseguia segurar e aquilo só...
Escapava.
— Eu faço essas
coisas porque te amo e você não precisa “retribuir”. Só de ter você comigo já é
o bastante. — O loiro esboçou um pequeno sorriso e voltou a comer. Às vezes se
sentia muito idiota de falar aquelas coisas, mas em seguida ficava aliviado de
ver que o namorado não o julgava por isso.
***
Os dias seguintes
passaram com rapidez e logo chegou o final de semana do aniversário de Agatha.
A menina tinha acordado muito cedo naquele dia e agora andava de um lado para o
outro da casa, atrás da mãe, observando-a colocar a decoração e os enfeites.
— Mãe, será que
vai vir todo mundo que eu convidei? Será que eles vão gostar da festa? O que
será que eu vou ganhar? — e então a pergunta milionária — Será que meu pai vai
vir? — Ao que Vanessa, que estava colando na parede as decorações de isopor que
havia alugado no dia anterior apenas suspirou cansada e respondeu que a filha “teria de esperar para ver”, apesar de que
ela não tinha muita certeza de que o ex-marido cumpriria o prometido.
Ao mesmo tempo em
que a animação da filha deixava a mulher feliz, a simples suposição de que o ex
não apareceria a fazia sentir uma ameaça de tristeza e raiva. Enquanto que por
ela, Silas jamais colocaria os pés dentro daquela casa de novo, mas engolia o
orgulho pela felicidade da menina.
— O que acha de
nós enchermos alguns balões? — sugeriu Vanessa em uma tentativa de distrair a
menina, que em resposta sorriu e concordou animada.
***
Depois do almoço naquele
sábado, Francisco foi buscar Joaquim na loja de sabonetes e eles partiram
direto para o casamento. O loiro estava meio nervoso durante o trajeto até a
tal chácara onde aconteceria o casamento de Maurício. Em parte pelo fato do
outro ser ex-namorado de Francisco, mas mais pelo fato de estar indo a um
casamento depois de tanto tempo.
A última celebração que tinha
ido, foram às bodas de Lola e Joana e apesar de ter achado fofo a troca de
votos das duas, a coisa toda de uma cerimônia para celebrar esse tipo de
acontecimento lhe dava embrulho no estomago. Enquanto pensava nisso, olhou para
o namorado ao seu lado, que dirigia e exibia uma expressão de quase satisfação.
— Eu tou feliz pelo Maurício,
sabe? Que ele encontrou um cara legal com quem quer passar a vida. — ouviu
Francisco comentar e em resposta, Joaquim esboçou um meio sorriso
desconfortável.
— Você não está com ciúmes,
está? — Joaquim deu um risinho meio irônico e olhou a paisagem que passava pela
janela antes de responder que não, imagina, de onde o outro tinha tirado
aquilo?
— É que eu sei que você não
gosta muito do Maurício... — Joaquim encarou o namorado por alguns segundos
enquanto pensava “Porque ele é seu ex e
até alguns meses antes de pintar o cabelo de preto, parecia uma cópia barata
minha”, mas resolveu não emitir aquela opinião.
— Você tá vendo coisa onde
não tem. Pra mim ele é tipo... Bolacha de água e sal, nada importante o
bastante pra eu me preocupar. — sentiu a mão morna de Francisco segurar a sua
por alguns segundos e esboçou um sorriso sincero.
O outro motivo que o estava
incomodando eram as pessoas que estariam no tal casamento. Vários amigos da
época de escola de Francisco, parentes dos noivos, pessoas que ele não conhecia
e com quem não tinha a menor intimidade de conversa. E pensar em ficar sentado
sozinho a uma das mesas enquanto o namorado conversava fez com que sentisse
aquele embrulho no estomago mais uma vez.
— Promete que não vai me
deixar sozinho na festa? — assim que as palavras saíram, o loiro se arrependeu
e emendou com — Não tou dizendo que você não pode conversar com seus amigos, é
só que... Eu não quero ficar sentado lá sozinho, porque não conheço ninguém...
— o aperto da mão morna em cima da sua ficou mais firme e ao ouvir o que
Francisco disse a seguir, Joaquim se sentiu um pouco mais tranquilo.
— Eu não vou te deixar
sozinho. Mas, eu tenho certeza que você vai se enturmar rápido. O Maurício me
garantiu que não serão muitos convidados, pois é uma comemoração pequena, então
com certeza vai haver alguém pra conversar com você... E, chegamos! — ao ouvir a informação, o loiro sentiu-se
congelar no banco do carona enquanto via o movimento dentro da chácara.
Tinham enviado o presente dos
noivos uma semana antes, através da lista de que foi deixada na loja. O convite
dizia para vestirem “esporte fino”,
então ambos usavam calça social e camisa pólo de mangas curtas, roupas bem
diferente das que costumavam vestir no dia-a-dia.
***
Enquanto isso na
casa de Agatha os convidados começavam a chegar e a menina os recepcionava com
alegria, trajando uma fantasia da protagonista daquela animação sobre a rainha
das neves que fazia tanto sucesso e com o cabelo em um penteado afro alto e
cheio.
O sol ainda estava
alto, mas Vanessa optou por fazer a festinha no meio da tarde, ao invés de a
partir das 18h00, para que assim as crianças tivessem mais tempo para brincar.
Ela havia alugado um pula-pula inflável, que foi montado no quintal da casa e
pendurado um bexigão cheio de pequenos brindes logo acima da porta que dava para
a sala.
Já haviam chegado
alguns parentes, primos e sobrinhos e a avó materna da menina, mas cada vez que
a campainha soava, a garota saia correndo em disparada gritando “Agora é meu pai que chegou! É ele!”
apenas para se decepcionar ao encontrar outro convidado no portão.
Quando Diego e
Marcelo chegaram com Paulo, Luís e Miriam já estavam na festa, assim como
Mayara e Letícia, que naquele momento eram questionadas pela avó de Agatha
sobre o que elas eram.
Mayara sorria
desconfortável enquanto escutava a idosa perguntar exibindo uma expressão
julgadora com a qual a moça já estava acostumada, o que elas eram “amigas”,
“colegas de quarto”? E ao lançar um olhar rápido para a namorada ao seu lado,
viu que Letícia não iria se conter por muito mais tempo, mas bem quando a outra
abriu a boca para responder, Vanessa interveio.
— Elas são
namoradas, mãe. — em resposta a mulher idosa franziu o cenho, incomodada e
questionou sem qualquer reserva porque a filha havia trazido pessoas como
aquelas para o aniversário da neta.
— Porque elas são
minhas amigas, mãe. E se a senhora não está confortável, pode ir embora, ta?
Elas ficam. — a idosa esboçou uma careta de desgosto e deu as costas para as
três, rumando para a cozinha. Diego e Marcelo se aproximaram e ouviram Vanessa
explicar para as duas moças o motivo de ser tão seca com a mãe.
— Ela não me
apoiou quando eu descobri as traições do Silas, na verdade, disse que era muito
errado eu me separar do meu marido “só
por causa disso”. Além do mais, segundo a religião dela, fazer festa de
aniversário para a criança é idolatria... — Vanessa suspirou cansada e em
seguida cumprimentou os dois recém-chegados com um abraço e um beijo no rosto.
— Eu a convidei
por educação, nunca pensei que ela viria... Mas o que eu disse é verdade, vocês
têm a preferência aqui na festa. Se ela ficou tão incomodada, que vá embora. —
declarou a moça para em seguida ir até a cozinha buscar outro prato de
salgadinhos.
No quintal, as
crianças corriam e brincavam, se revezando no pula-pula.
***
Assim que estacionou dentro
do lugar, Francisco desceu e esperou Joaquim sair do carro. Queria chegar na
festa junto com o namorado, inclusive, segurando a mão dele e tal gesto fez o
loiro se sentir mais seguro.
Mal entraram no grande espaço
verde e Francisco foi puxado por alguns rapazes que gritaram seu nome e o
abraçaram com certa animação e que então pararam para olhar Joaquim. Estava
estampado no rosto deles conforme o mediam da cabeça aos pés, podia quase
ouvi-los dizendo: “Francisco, você tem
mesmo um tipo, né?” e óbvio que isso o deixou desconfortável, mas o loiro
fez o melhor para disfarçar a frustração forçando um sorriso e respondendo aos
cumprimentos dos demais convidados.
— Fran, é você? — uma voz
masculina perguntou as suas costas e quando se viraram, Joaquim viu um dos
noivos, o ex do namorado, aproximando-se e teve de segurar o riso. O rapaz
usava um terno branco com sapatos sociais combinando e para Joaquim aquilo era
o cúmulo do ridículo, mas, mais uma vez, ele fez o melhor para manter a
expressão facial neutra e esboçou um pequeno sorriso quando foi apresentado ao
outro.
E mais uma vez aquele olhar
que parecia fazer piada com sua aparência, com o fato de ele e o ex de
Francisco ter a mesma altura, porte físico e até cor dos olhos. Só que Maurício
agora estava moreno.
Apertou a mão do rapaz e
desejou felicitações, quando na verdade o que mais queria era sair correndo
dali para ter um ataque de risos. Mas o loiro sabia se comportar em situações
sociais, apesar de aquela ali, com menos de 10 minutos já o estava cansando.
— Então você é o novo
namorado do Francisco? E há quanto tempo estão juntos? — pode sentir certo
despeito na voz do noivo e em resposta esboçou um sorriso divertido enquanto
informava que fazia cinco anos e via a expressão do outro mudar de amargor para
choque.
— Francisco, cinco anos sem
trocar de namorado! Que surpresa! — o veneno que Maurício tentava destilar
estava escorrendo lentamente ao redor deles, mas Joaquim não se incomodava.
— Maurício, eu cresci né? E
quando a gente cresce, para de ficar pulando de um relacionamento pra outro.
Você e o Wagner estão juntos há quanto tempo mesmo? — o rapaz resmungou alguma
coisa antes de soltar “três anos e meio”
para em seguida dizer que viu o noivo do outro lado da propriedade e que
precisava falar com ele e então desaparecer correndo.
Francisco colocou o braço ao
redor dos ombros do namorado e lhe deu um beijinho na têmpora esquerda, ouvindo
Joaquim suspirar deliciado em resposta. E em seguida, eles se acomodaram em uma
das mesas que tinha seus nomes em pequenos cartões dobráveis enquanto
observavam o movimento da festa.
Havia um total de vinte
pessoas, contando os noivos. Mais alguns casais, entre hétero e LGBT+, uma mãe
com um bebê e outra com duas crianças pequenas que corriam pelo espaço gritando
e arrancando as próprias peças de roupa, os parentes mais velhos dos noivos e
claro, os amigos do ensino médio de Maurício (e por consequência, de Francisco
também).
***
A festa foi
correndo de forma suave após aquela breve situação desconfortável envolvendo a
avó de Agatha, que após o corretivo que levou da filha, permaneceu o resto do
tempo, afastada dos demais convidados, observando o movimento com aqueles
olhinhos julgadores.
Diego e o marido conversavam
com os outros adultos da festa, mas ele não perdia o irmãozinho de vista,
sempre observando onde o menino estava, correndo e brincando com as outras
crianças.
Agatha já havia
levado cada convidado que chegava até seu quarto, para ver os presentes que ela
já havia ganhado e colocado sobre a cama cor-de-rosa. Mas apesar de estar se
divertindo, a menina não conseguia deixar de prestar atenção ao som da
campainha, pois ainda tinha esperanças de que seu pai fosse chegar.
Ele não precisava
trazer nenhum presente. Só vir já era o bastante.
E apesar de Paulo
estar se divertindo, o menino não conseguia deixar de prestar atenção na
amiguinha e em como ela esperava pela chegada do pai. Ele não queria que ela se
magoasse.
Vanessa chamou os
convidados para cantarem parabéns e cortarem o bolo, mas teve um pouco de
dificuldade para convencer a filha a vir para perto da mesa, pois a menina
ainda estava esperançosa de que o pai viria.
Eles tinham
começado a cantar parabéns quando a campainha soou e Agatha saiu correndo
gritando que agora era seu pai, ela tinha certeza disso! E quando abriu o
portão, se viu encarando um enorme urso de pelúcia com um grande laço vermelho
em volta do pescoço.
— Pai! — mas a felicidade da
menina se desmanchou em alguns segundos quando a pessoa que segurava o bicho de
pelúcia apareceu. Não era Silas, mas sim uma moça de uma daquelas
transportadoras particulares. A entregadora esboçou um sorriso desconfortável
ao ver o rostinho triste da menina, quase se esqueceu de dizer a mensagem que
havia sido enviada junto do presente.
— Oi querida, seu pai não
pode vir, mas pediu para eu trazer este amiguinho aqui para você. Feliz
aniversário, Agatha! — o rosto da menina foi mudando de tristeza para decepção
e por fim apatia enquanto ela pegava o enorme bicho de pelúcia e murmurava um “obrigado, moça” para em seguida puxar o
brinquedo para dentro, arrastando-o segurado pela perna.
Vanessa conversou alguns
minutos com a entregadora, a qual contou que fora contratada há algumas horas
atrás, para trazer o brinquedo até ali. Após se despedir da moça, a mãe de
Agatha retornou para a festa, cujo clima agora havia sido destruído e pensou no
que faria e ao entrar na casa, viu que Agatha estava sentada em uma das
poltronas no canto da sala, o enorme urso de pelúcia havia sido abandonado no
meio do cômodo, mas a menina não chorava. Na verdade, a expressão no rosto dela
era quase insensível.
Do outro canto da sala, Diego
viu a expressão entristecida de Paulo olhando para a amiga. Os olhos do menino
então se encontraram com os seus e pareciam dizer “Eu falei, não falei?”.
— Agatha meu bem, você não
quer cantar o parabéns? — Vanessa perguntou baixinho enquanto fazia um agrado
no cabelo bonito e cheio da filha e em resposta recebia um olhar vazio.
— É, acho que eu quero... — a
menina respondeu de forma lacônica e ficou óbvio para a mãe, que alguma coisa
tinha se quebrado dentro da garota e a culpa era de Silas.
Continua...
Nota do capitulo:
Olá pessoal,
Para quem está lendo esta
história na semana do dia 14/12/2024, eu quero pedir desculpas pela demora em
atualizar. Espero que tenham gostado deste capítulo, no qual vimos a festa de
casamento do ex de Francisco e o aniversário da Agatha.
Quando um dos pais separados
começa a negligenciar o tempo que deveria passar com os filhos, sempre há
consequências e Agatha percebeu que o pai não a via como uma prioridade na
vida.
No próximo capitulo vamos ter
o desenvolvimento final das festas, tanto a de aniversário quanto a de
casamento.
Eu não sei bem mais o que
falar aqui, a falta de comentários tem me desanimado bastante e me feito
demorar para atualizar os capítulos, não estou querendo jogar a culpa em cima
de ninguém, só dizendo que a falta de apoio é algo que desanima a gente que
produz sem qualquer retorno financeiro.
Enfim, é isso,
Obrigada por ler até aqui e
até o próximo capítulo,
Perséfone Tenou
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